FII BMLC11 tem assembleia adiada em decisão polêmica durante possível troca de gestora

FII BMLC11 tem assembleia adiada em decisão polêmica durante possível troca de gestora
Torre do Rio Sul. Foto: Reprodução Google Streetview

O fim da assembleia geral extraordinária de cotistas do FII BMLC11 foi adiado para 16 de junho. Os investidores foram chamados para decidir se aprovavam a substituição da atual gestora, Argucia Capital Management, pela Suno Asset.

A decisão pela prorrogação do período de consulta aos cotistas foi determinada pela administradora do fundo, o BTG Pactual, que concedeu mais tempo após ter recebido uma proposta de compra dos ativos do fundo imobiliário.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg Línea, não há uma certeza sobre a legalidade da prorrogação da consulta e ela poderá ser questionada pelos cotistas com base em precedentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em entrevista para o veículo, Arthur Vieira de Moraes, professor e especialista em fundos imobiliários, afirmou que a CVM já decidiu que propostas do administrador não têm efeito suspensivo de atos de investidores com o percentual mínimo para convocação de assembleias.

A proposta de compra dos ativos não é vinculante e foi realizada pela 7 Bridges Brasil, que ofereceu R$ 98 milhões pelos dois ativos do BMLC11. A oferta é inferior ao valor patrimonial do fundo de R$ 109 milhões e considera um pequeno ágio de 3% sobre o valor em tela no mercado secundário.

Votação sobre troca de gestora do BMLC11

Com o novo prazo, a administradora disse que os cotistas que já votaram em relação à mudança da gestora podem modificar seu voto. A administradora também destacou que “os cotistas que já tenham manifestado seu voto e não desejem modificá-lo terão seus votos considerados normalmente, sem a necessidade de providências adicionais”. 

De acordo com o CIO da Suno Asset, Vitor Duarte, a proposta de venda dos ativos não altera a possível mudança de gestora: “O que fará a diferença neste caso é se a administradora do BMLC11 levará a proposta da venda para a assembleia.” 

Mesmo assim, Duarte não acredita que a discussão em torno da venda afetará a decisão dos cotistas sobre a mudança da gestora: “São debates diferentes”. 

A proposta de compra dos ativos do BMLC11

A empresa 7 Bridges Brasil propôs a compra dos dois ativos do fundo pelo valor de R$ 98 milhões. O ativo Brascan Century seria comprado pelo valor de R$ 14.712.171, enquanto o Rio Sul Center seria adquirido pela empresa no valor de R$ 83.287.829. 

No entanto, o patrimônio líquido do fundo é maior que o valor proposto pela empresa. Os ativos do BMLC11 valem R$ 109,09 milhões. Em outras palavras, a venda dos ativos diante da proposta da 7 Bridges Brasil está abaixo do valor patrimonial do BMLC11. 

Os termos da troca de gestora

Segundo o fundador da Suno, Tiago Reis, a empresa foi procurada pelos cotistas do BMLC11: “São cotistas relevantes, que viam na atual conjuntura do fundo uma série de problemas ou possibilidades de modernização e profissionalização do fundo para destravar o valor do FII.” 

Com uma quantidade pequena de cotistas – pouco mais de 1.400 – e baixa liquidez no mercado secundário, a proposta de mudança de gestora visa exatamente modificar esse panorama.

Duarte, o CIO da Suno Asset, comentou que, se a Suno assumir a gestão do fundo, pretende modificar o regulamento do BMLC11 para permitir maior dinamismo ao fundo para futuras emissões e modificação de taxas internas para destravar o valor do FII. 

Por isso, os cotistas terão que decidir uma série de questões ligadas à gestão e administração do fundo:

O BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) é um FII que investe em empreendimentos imobiliários por meio da aquisição e exploração de imóveis comerciais, prontos ou em construção, terrenos, vagas de garagens ou outros tipos de imóveis onde poderão ser desenvolvidos empreendimentos comerciais. 

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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