Fundos imobiliários baratos, Fiagros e IBBP11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (8/4)
Fundos imobiliários seguem negociados abaixo do valor patrimonial, especialmente após quedas do IFIX nos últimos dois dias.


Os dividendos anunciados pelos Fiagros da Suno Asset, SNAG11 e SNFZ11, e os fundos imobiliários que seguem com preços descontados, abaixo do valor patrimonial, estão entre os destaques desta terça-feira (8) no mercado de FIIs.

O IFIX abriu a semana em queda, em mais um dia de tensão devido ao risco de guerra comercial entre Estados Unidos e China, e fechou nesta segunda-feira (7) em 3.253,69 pontos, recuo de 0,80% em relação ao resultado de sexta-feira (4), quando já havia caído 0,76%.
Em queda desde os minutos iniciais, o índice de FIIs bateu na mínima de 2.330,99 pontos logo após as 11h, o que significaria um recuo de 1,49%, mas depois ensaiou uma recuperação, ainda que bem abaixo do patamar anterior. Este foi o quinto resultado negativo seguido para o IFIX, que ainda não registrou um pregão de alta desde o início de abril. A queda acumulada no mês já é de 1,79%.
Embora o mercado de fundos imobiliários não tenha relação direta com o comércio exterior, o setor se manteve conectado com as quedas do Ibovespa e das bolsas de todo o mundo, num sinal de que os investidores estão fugindo de riscos e buscando opções em tese mais seguras, como o dólar e a renda fixa.
Nesta segunda, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou tarifar as importações de produtos chineses em 50%, caso o país não recue da decisão de aplicar uma tarifa de 34% aos produtos norte-americanos, em resposta ao anúncio original de Trump. Os mercados temem que uma eventual guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo possa provocar uma desaceleração econômica que leve a um cenário global de recessão.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
TRXF11 lucra R$ 14,9 milhões e acumula rentabilidade de 65%
O fundo imobiliário TRXF11 registrou um lucro de R$ 14,9 milhões em março, segundo seu relatório gerencial mais recente. O montante permitirá a distribuição de R$ 0,93 por cota neste mês, com um dividend yield mensal de 0,92%, ou 11,07% ao ano, com base na cotação de mercado de R$ 100,77 de 31 de março.
Para o primeiro semestre de 2025, a gestora mantém o guidance de dividendos entre R$ 0,90 e R$ 0,93 por cota. Desde sua estreia na B3, a rentabilidade total do TRXF11 — considerando valorização da cota e rendimentos pagos — é de 65,36%, contra 6,18% do IFIX no mesmo período.
Como parte da estratégia para fortalecer seu caixa, o TRXF11 estruturou duas operações de antecipação de recebíveis, com lastro em contratos atípicos de locação. Ao todo, foram captados cerca de R$ 159 milhões — montante que será incorporado ao saldo devedor da alavancagem do fundo, mas que garante recursos para as necessidades de caixa em 2025.
A TRX Real Estate, gestora do fundo, segue na fase final de diligência para vender os imóveis locados ao Assaí em Ipatinga (MG) e na Avenida Brasil (RJ). A transação pode gerar um lucro de R$ 1,50 por cota e reduzir a alavancagem, já que os ativos compõem cerca de R$ 136 milhões do saldo devedor atual.
IBBP11 registra aumento patrimonial de 19,3% com reavaliação de imóvel
O fundo imobiliário IBBP11, do setor de galpões industriais, teve uma reavaliação positiva no valor dos imóveis do fundo, com aumento patrimonial de 19,23%, conforme fato relevante divulgado na última sexta-feira (4). A valorização do portfólio também tem consequência no aumento em seu patrimônio líquido, em 16,69%. A avaliação foi feita pela empresa especializada Jones Lang Lasalle.
A reavaliação veio em duas tranches: a primeira foi dos imóveis diretamente investidos pelo IBBP11, e a segunda, realizada agora, diz respeito aos imóveis do Galpões FII, que é investido pelo FII gerido pela InVista.
O PL do fundo estava avaliado em R$ 359,5 milhões e o IBBP11 vinha sendo negociado no mercado secundário com ágio de 9%, refletindo um P/VP de 1,09x. Com a reavaliação dos ativos, agora o fundo está com desconto, com um P/VP mais próximo de 0,89x, ou seja, negociado a cerca de 11% abaixo de seu valor patrimonial.
SNFZ11 eleva dividendos e SNAG11 mantém patamar; Data Com é em 15 de abril
Os Fiagros SNAG11 e SNFZ11, sob gestão da Suno Asset, anunciaram a distribuição de dividendos referentes aos resultados de março. O SNAG11, que prioriza a atuação no mercado de crédito, manteve a distribuição de R$ 0,11 por cota, com dividend yield mensal de 1,19% ao mês, considerando o preço de fechamento em 31 de março, a R$ 9,24 por cota.
Já o SNFZ11 aumentou o valor de R$ 0,06 para R$ 0,065 por cota, o maior valor de distribuição de proventos desde a listagem do fundo, no meio do ano passado. O pagamento de abril representa um dividend yield mensal de 0,66% em relação ao valor de fechamento em 31 de março, de R$ 9,79.
A Data Com dos dois Fiagros será apenas na terça-feira da semana que vem, dia 15. Isso significa que terão direito aos dividendos os investidores que mantiveram suas posições até o fim do pregão deste dia. O pagamento será feito em 25 de abril.
Fundos imobiliários “baratos”: 20 FIIs negociados com desconto de 35% ou mais
O mercado de fundos imobiliários teve forte aceleração em março, com o IFIX subindo 6,14%, mas desacelerou a partir da virada para abril, com forte queda nos últimos dois pregões. Analistas acreditam que o setor, mesmo sem relação direta com o mercado internacional, também deve ser afetado nos próximos dias pela tensão dos agentes diante de uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Mesmo com um mês de março de bons resultados para os FIIs, no entanto, o setor segue descontado, ou seja, com preços de mercado abaixo de seu valor patrimonial. Segundo dados da Economatica, empresa de inteligência do Grupo TC, o P/VP médio do mercado na virada do mês para os componentes da carteira teórica do IFIX era de 0,88x, levemente superior ao começo de março, quando o indicador era de 0,85x.
No setor mais descontado, as lajes corporativas, o P/VP médio subiu de 0,61x para 0,65x. Já entre os galpões logísticos, a alta foi de 0,73x para 0,78x, mesmo patamar de crescimento dos fundos imobiliários de shopping, de 0,72x para 0,77x. Além disso, fundos “baratos” permitem dividendos mais rentáveis, diante de um menor custo de aquisição – desde que os patamares de distribuição dos proventos sejam mantidos.