XPML11, BTRA11 e alta da Selic estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (30/1)

XPML11 concluiu 12ª oferta de cotas e BTRA11 vendeu parte de fazenda em MT; veja outros destaques do mercado de fundos imobiliários.

XPML11, BTRA11 e alta da Selic estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (30/1)
XPML11 comprou parte do Carioca Shopping - Foto: Divulgação

Os fundos imobiliários XPML11 e BTRA11 e a reação do mercado à alta da Selic estão entre os destaques desta quinta-feira (30), dia do primeiro pregão após o anúncio do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Como se esperava, a taxa básica de juros da economia brasileira foi elevada em um ponto percentual, para 13,25% ao ano.

A informação foi divulgada pouco antes das 19h, já após o fechamento das negociações na B3, mas já era esperada pelo mercado desde a última reunião de 2024, em dezembro. O comunicado inclusive reiterou a probabilidade de novo aumento de um ponto, na próxima reunião, caso não haja alterações no cenário de pressão inflacionária e deterioração das expectativas fiscais.

Embora a alta da Selic seja vista como negativa para os FIIs, o IFIX permaneceu em alta durante todo o pregão da quarta-feira (29),mas caiu durante a última hora e acabou o dia praticamente estável: fechou em em 2.974,65 pontos, apenas um décimo acima de terça-feira (28), com alta de 0,003%. Desde o início da semana, a desvalorização acumulada é de 0,87%. No ano, o recuo é de 4,54%.

O mercado deve ter movimentação mais forte nos dois últimos dias do mês, especialmente na sexta-feira (31), que será Data Com de mais de 150 FIIs, com fechamento da lista de beneficiários dos dividendos, de acordo com a posição ao fim do pregão, e anúncio dos valores para distribuição.

Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:

Especialistas veem momento positivo para investimento em FIIs 

A elevação da Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25%, reforça o cenário de desafios para o mercado de fundos imobiliários.

Ao mesmo tempo, na visão de especialistas e gestores, como dos fundos INLG11 e VRTM11, abre oportunidades para aqueles que buscam diversificar seus investimentos em meio a um cenário econômico em transição.

O momento traz, no curtíssimo prazo, a expectativa de maior desvalorização dos ativos na Bolsa de Valores, cenário que vem se desenhando com a queda do IFIX desde setembro do ano passado. Mas pode ser uma ocasião atrativa para o investidor que quer ampliar a sua carteira de FIIs e aumentar o seu patrimônio no longo prazo.

O motivo é simples: muitos fundos estão sendo negociados com desconto em relação à qualidade de seus portfólios.

“Em momentos de crise, fundos com ativos bem posicionados estão mais protegidos de problemas na carteira, como aumento de vacância ou inadimplência. Com isso, conseguem manter um patamar estável de distribuição de dividendos e buscar alternativas para destravar valor – como vender imóveis”, diz Leonardo Garcia, analista de research do Trix.

Mercado de lajes corporativas registra alta no preço médio em SP

Os valores médios de locação de escritórios comerciais (lajes corporativas) em São Paulo atingiram seu maior patamar no quarto trimestre, chegando a R$ 116,49 por metro quadrado. É uma alta de 5,43% em comparação ao preço médio ao fim do trimestre anterior, de R$ 110,49.

Os números são de levantamento realizado pela Binswanger Brazil, empresa de consultoria e inteligência de dados no mercado imobiliário, e se referem aos edifícios de padrão A e AA. Para a empresa, eles refletem a retomada dos modelos de trabalho presencial e híbrido, além da baixa vacância das regiões de maior demanda no principal mercado imobiliário do país.

Para 2025, a consultoria espera crescimento da demanda, com busca de inquilinos por áreas maiores, ao mesmo tempo em que há previsão de um novo estoque de edifícios comerciais. O preço médio pedido estimado para empreendimentos de padrão A+ é de R$ 121,52 por metro quadrado, o que representaria um acréscimo de 4,3% na comparação com o resultado de dezembro.

Nas organizações, o modelo híbrido de trabalho tem ganhado participação, com aumento do número de dias com presença nos escritórios e redução do home office. Algumas empresas têm optado até por não permitir que os funcionários trabalhem de forma remota. A retomada maior da presença de empregados nas companhias fomenta a procura por áreas de empreendimentos comerciais.

BTRA11 fecha acordo para venda de um terço de fazenda em Mato Grosso

O fundo imobiliário BTRA11 fechou a venda de aproximadamente 33% do imóvel Fazenda Cachoeirinha, localizado no município de Campo Novo do Parecis (MT), no Mato Grosso, pelo valor de R$ 16 milhões.

A venda do imóvel do está de acordo com os termos da escritura de concessão de direito real de superfície com opção de compra futura, assinada entre o fundo e o superficiário em dezembro de 2021.

Do valor acordado para essa negociação, R$ 13 milhões foram pagos à vista na última sexta-feira (24), enquanto o saldo restante de R$ 3 milhões será quitado em maio de 2025, com a aplicação de correção monetária de CDI + 5% ao ano. A estimativa é de que o impacto no cálculo dos dividendos do BTRA11 seja de aproximadamente R$ 0,03 por cota.

Sobre a outra parte do imóvel, referente à Fazenda Cachoeirinha III, o contrato de direito real de superfície ainda permanece em vigor, com os pagamentos de remuneração sendo feitos conforme os termos da escritura.

XPML11 conclui 12ª oferta de cotas, com captação de R$ 164 milhões

O fundo imobiliário XPML11 anunciou o encerramento de sua 12ª emissão de cotas. No total, foram subscritas e integralizadas 1,4 milhão de novas cotas, resultando em uma arrecadação de R$ 164,065 milhões.

Cada nova cota do FII XPML11 foi emitida sob o preço de R$ 118,08, já incluída a taxa de distribuição primária. Inicialmente, a oferta previa a emissão de 1,707 milhão de cotas, com captação aproximada de R$ 200 milhões, mas o volume de subscrição acabou sendo menor. Como o montante mínimo de R$ 150 milhões foi alcançado, a oferta foi validada.

O objetivo do XPML11 com a oferta era captar recursos para a aquisição de parcelas de três shoppings pertencentes ao grupo Allos: 9,90% do Plaza Sul, em São Paulo; 20% do Carioca Shopping e 10% no Shopping Tijuca, ambos no Rio de Janeiro. 

O negócio de R$ 395,7 milhões foi concluído na semana passada, com o pagamento de uma entrada no valor de R$ 234,31 milhões. O XPML11 ainda terá uma parcela de R$ 161,446 milhões, com vencimento em 24 de janeiro de 2027 e diferentes métodos de correção: IPCA acumulado até o fim deste ano e CDI no período remanescente até a quitação.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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