Carteira 100% em fundos imobiliários para se aposentar: é uma boa ideia?
Existe uma variedade de ativos de renda fixa e de renda variável que o investidor pode escolher na montagem de seu portfólio. Na construção de uma carteira para se aposentar, muitos tem preferência pelos fundos imobiliários.
Construir uma carteira de fundos imobiliários pode ser uma das alternativas de gerar renda passiva no longo prazo, principalmente se o investidor optar por fazer aportes recorrentes e reinvestir seus dividendos. Mas será que é uma boa ideia ter uma carteira 100% alocada em FIIs para se aposentar?
Carteira 100% em FIIs para se aposentar: é uma boa ideia?
O professor Baroni, especialista de fundos imobiliários da Suno Research, diz que se posicionar 100% em FIIs para aposentadoria pode ser uma boa ideia.
Baroni complementa dizendo que “investir naquilo que está dentro do seu círculo de competência é sempre uma boa ideia”.
Ele aponta que se o investidor desenvolveu seu círculo de competência mais para fundos imobiliários, se expor totalmente a esse ativo não seria um grande problema. Apesar disso, Baroni também coloca ressalvas que carecem de atenção.
O cuidado deve ser com esse número de 100%, já que também é importante que o investidor tenha construído uma reserva de valor, de emergência ou de oportunidade, para aproveitar momentos em que seja mais interessante investir em fundos imobiliários com preços descontados, por exemplo.
Quando o especialista fala sobre esse percentual de 100%, ele se refere a totalidade do capital investido ou alocado em ativos. Ademais, as decisões no mercado financeiro devem estar atreladas ao círculo de competência do investidor, para ele fazer bons investimentos com uma estratégia bem definida.
Quais são os riscos de uma carteira 100% focada em fundos imobiliários
Outro especialista da Suno que também tem a totalidade de seus investimentos em fundos imobiliários é Marcos Correa. Apesar disso, ele diz que considerando o cenário ideal de uma carteira segura, a recomendação geral do mercado não é estar totalmente exposto em um único tipo de ativo, já que existem riscos associados a isso.
Correa lembra ainda que já se teve a possibilidade de existir uma tributação sobre os dividendos de fundos imobiliários no Brasil. Mesmo que esse projeto não tenha sido levado adiante, ainda existem os riscos disso acontecer no futuro.
Supondo que em algum momento isso aconteça, o investidor com uma carteira de FIIs para se aposentar que esteja totalmente exposta a esse tipo ativo poderia ser mais afetado, já que haveria uma redução de sua renda mensal em proventos, além de ter a chance de ocorrer uma desvalorização de suas cotas.
Marcos Correa aponta que se o investidor tem uma renda ativa com seu trabalho, ele tem a chance de pagar suas despesas mensais mesmo que sua carteira de fundos imobiliários seja comprometida.
No entanto, se o indivíduo já estiver aposentado e depende de forma exclusiva de sua renda passiva com dividendos de fundos imobiliários, essas consequências acabam se tornando mais sérias. Por conta disso, acaba sendo mais recomendado que se diversifique a carteira com o objetivo de aposentadoria, distribuindo ela em vários tipos de ativos para se proteger.
