CPTS11 se preocupa com cenário inflacionário e não quer aumentar riscos
O FII Capitânia Securities II (CPTS11), com gestão da Capitânia Investimentos, divulgou nesta quarta-feira (23) o seu relatório gerencial do mês de fevereiro. Deste modo, o fundo explicou sua preocupação com a capacidade das empresas pagarem suas dívidas, mas mostrou segurança em sua carteira.
O fundo divulgou a distribuição de R$ 1,10 por cota, valor que equivale a 180,78% do CDI (descontado imposto de 15%) em relação à cota de mercado. Confira:
Cenário de inflação e juros elevados
A gestora explicou porque em fevereiro o fundo manteve a distribuição de dividendo num patamar mais alto que a média dos últimos 12 meses. Esse dividendo é reflexo de um ambiente de inflação mais alta, que o fundo se beneficia em função de sua alta exposição ao IPCA.
Porém, em termos patrimoniais, o fundo sofreu com a abertura dos juros reais e consequentemente com a marcação a mercado da carteira de CRIs, movimento que nas primeiras semanas de março sofreu uma “trégua”.
Diante disso, a gestora não quer aumentar o risco de crédito da carteira com novos desembolsos. O desafio do fundo é recompor a abertura do juro real com giro de carteira e reprecificação dos novos desembolsos.
A gestora explicou que, se há um ano atrás o fundo fazia um CRI com risco a IPCA + 5,50%, hoje o CPTS11 tenta refazê-lo a IPCA + 7,00% e não financiar imóveis e/ou empreendimentos especulativos a IPCA + 10,00%/11,00%.
Empresas com dívidas elevadas
Neste ponto, o fundo acredita que é exatamente neste momento da economia em que estes empreendimentos com taxas muito altas vão sofrer mais. Inclusive, a gestora comentou que viu isso nos relatórios trimestrais de algumas incorporadoras.
Ou seja, a capacidade de endividamento dos potenciais compradores vem diminuindo, o que implica em menor velocidade de vendas e aumento dos distratos, justamente num momento em que as incorporadoras vão pagar um serviço da dívida bastante pesado. Por isso, a gestora está pessimista com o resultado destas empresas.
Por outro lado, em termos de risco de crédito da carteira, a gestora está satisfeita com a performance dos imóveis. Praticamente todos eles estão fazendo um resultado operacional melhor do que quando desembolsamos os CRIs.
Movimentação de carteira do CPTS11
No mercado de fundos imobiliários, o CPTS11 realizou mais vendas, fazendo apenas duas aquisição, confira:
- Compra de R$ 8,0 milhões de HSRE11, via secundário;
- Compra de R$ 4,0 milhões de TRXB11, via secundário;
- Venda de R$ 19,5 milhões de TRXF11, posição adquirida via oferta 476 e também via secundário;
- Venda de R$ 9,9 milhões de LASC11, posição adquirida via oferta 476 e também via secundário;
- Venda de R$ 4,2 milhões de NEWL11, posição adquirida via secundário;
- Venda de R$ 2,8 milhões de GALG11, posição adquirida via secundário.
Em relação aos CRIs, o fundo possui 63,6% dos ativos divididos em 35 Créditos. O segmento com maior percentual de alocação é o de Logístico/Industrial com 35,7% da carteira de crédito (22,7% do total de ativos).
Do total da carteira de crédito, 98,98% foi adquirida a IPCA + 6,35% e 1,02% a CDI + 1,5%, duration médio de 6,2 anos; spread médio de 1,36%; taxa nominal média de 12,87% e LTV médio de 61,0% considerando todos os segmentos.
Confira abaixo as posições de compra:
Por fim, observe as vendas de CRIs feitas pelo fundo:
Conheça o CPTS11
O Capitânia Securities II, conforme consta no relatório, é um FII constituído sob a forma de condomínio fechado cujo objetivo é proporcionar rentabilidade aos seus cotistas por meio da aquisição preponderantemente de ativos de origem imobiliária.
Desta forma, o fundo possui cerca de 149.926 cotistas e um patrimônio líquido de R$2,58 bilhões.
Para quem deseja investir no CPTS11, o valor patrimonial de sua cota é de R$92,51, sendo sua taxa de administração de 1.05% a.a. do valor de mercado.