SNID11: gestão explica cenário após pagamento recorde de dividendos


O SNID11, fundo de investimento de infraestrutura (FI-Infra) da Suno Asset, anunciou a elevação da distribuição mensal de dividendos para R$ 0,12 por cota em maio, consolidando o maior patamar já entregue aos cotistas desde o início do fundo. A gestão ainda projeta a possibilidade de alcançar R$ 0,13, dependendo da evolução do cenário macroeconômico e das oportunidades de alocação.

Segundo os analistas, o fundo segue com retorno consistente acima do CDI. A gestão também observou que, mesmo com a taxa Selic estacionada entre 14,75% e 15%, há estabilidade suficiente para cumprir o guidance e avaliar possíveis incrementos futuros na distribuição.
De acordo com o analista João Comine, o fundo segue atento ao ciclo de política monetária, mas acredita que os cortes só devem ocorrer a partir do fim do ano. “O nível da Selic parece já definido, e esse patamar atual nos dá conforto para seguir com a estratégia sem grandes sobressaltos. Trabalhamos com um guidance de até R$ 0,13 por cota, e vamos avaliar mês a mês o melhor momento para ajustes”, afirmou.
Dividendos do SNID11: exposição a crédito privado e spread acima do CDI
A carteira do SNID11 permanece focada em debêntures de infraestrutura com duration mais longa, o que gera um prêmio de risco adicional ao cotista. Segundo Comine, o fundo nunca sofreu default e vem sendo remunerado pelo risco de liquidez e pela qualidade de crédito das emissões.
Com exceção ao mês de abril de 2025, o SNID entregou em todos os meses um retorno anualizado
acima do CDI médio do mês e sempre mantendo uma entrega acima do CDI líquido médio(alíquota
de 15% de IR).
No mês, fundo registrou impacto positivo na marcação a mercado dos papéis, o que contribuiu para o desempenho do mês. O fechamento dos spreads das debêntures elevou o resultado consolidado da carteira, que, somado aos derivativos, entregou R$ 0,15 por cota em abril.
Além disso, a carteira tem apresentado melhora nos níveis de rating e percepção de risco, refletindo a escolha dos ativos.
Mercado de infraestrutura aquecido e novas oportunidades
Wainberg observou que, nos quatro primeiros meses do ano, o mercado primário de crédito incentivado seguiu a tendência forte que foi vista ao longo de 2024. Segundo dados oficiais da Anbima, o 1° trimestre de 2025 teve captação recorde, atingindo a marca de R$ 46 bilhões.
Embora o SNID11 não veja janelas amplas para grandes alocações no momento, a gestora segue atenta a oportunidades pontuais e operações compromissadas que possam melhorar o carrego sem comprometer o perfil de risco.
“Nossa ideia com compromissadas não é elevar a rentabilidade de forma desproporcional, mas sim otimizar alocações pontuais. Temos sido seletivos, mantendo a carteira em um nível confortável de risco e retorno”, explicou.