Sem ativos e sem dividendos, FII pode sair do IFIX; veja outras mudanças em 1ª prévia
HGPO11 distribuiu dividendos pela última vez no ano passado, ao receber a entrada pela venda dos dois ativos que tinha no portfólio.


O fundo imobiliário HGPO11, que não tem mais ativos sob sua propriedade e nem distribui dividendos desde o ano passado, pode deixar a carteira teórica do IFIX, principal índice do mercado de FIIs. A mudança aparece na primeira prévia da carteira teórica, divulgada pela B3 na última sexta-feira (1).

Com gestão do Patria Investimentos, o HGPO11 atua no segmento de lajes corporativas, mas vendeu no ano passado os dois imóveis de seu portfólio, o Metropolitan e o Platinum, ambos considerados AAA na classificação do mercado. Eles foram negociados com o TOPP11, fundo criado pela RBR Asset apenas para essa transação.
A negociação de cerca de R$ 620 milhões foi consolidada com o pagamento de uma entrada de R$ 342 milhões, o equivalente a 55% do valor, em outubro do ano passado. No mesmo mês, o HGPO11 realizou uma distribuição de dividendos referentes ao lucro da venda e também uma amortização, valores que somaram a entrega de R$ 189,20 aos cotistas.
Na época, a gestão anunciou que não faria novas distribuições, já que a totalidade dos aluguéis já está sendo recebida pelo TOPP11, que vem atuando na gestão ativa dos imóveis desde o ano passado. Assim, os investidores do HGPO11 hoje estão aguardando apenas o recebimento da parcela final para a liquidação do fundo.
Essa parcela deve ser paga apenas em abril de 2026. E, mesmo assim, o fundo vem mantendo certa liquidez no mercado, com média diária de liquidez na casa de R$ 2,3 milhões em julho. A B3 não divulgou os motivos para a mudança na carteira.
Dividendos e outros indicadores: o que impacta na formação do IFIX?
A carteira teórica do IFIX é renovada a cada quatro meses, e começa a vigorar nos meses de janeiro, maio e setembro. No mês anterior à renovação, a B3 divulga três prévias, para evitar oscilações excessivas no mercado. A prévia de sexta-feira tem 116 FIIs, e também teve a retirada do VIUR11, FII de imóveis de renda urbana da Vinci Compass.
Por outro lado, a B3 incluiu o JSCR11, fundo de papel da Safra Asset, que já tinha seus outros dois FIIs como componentes do índice: o JSAF11, um FOF (fundo de fundos) e o JSRE11, com imóveis de vários segmentos. As próximas prévias saem antes do 15º pregão do mês, no próximo dia 21, e antes do último pregão, no dia 29. A versão definitiva será divulgada na manhã do primeiro dia de aplicação, em 3 de setembro.
A carteira teórica do IFIX é relevante porque reúne as movimentações dos principais FIIs do mercado e serve como uma espécie de “certificado de qualidade”. Muitos investidores profissionais e fundos de investimento só incluem um fundo imobiliário em suas carteiras se ele fizer parte do índice da B3. Entre os indicadores considerados pela B3 na escolha estão valor patrimonial, liquidez das cotas no mercado secundário e regularidade no pagamento dos dividendos.