Fiagros no dia a dia: gestão inteligente reduz riscos de inadimplência

Boa gestão é fundamental para garantir o resultado positivo dos Fiagros; analistas contam como é o trabalho na gestão dos fundos.

Fiagros no dia a dia: gestão inteligente reduz riscos de inadimplência
Fiagros têm mecanismos para mitigar riscos - Foto: iStock

O mercado de Fiagros (Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) alcançou um marco significativo nos últimos meses. Em fevereiro, ultrapassou pela primeira vez a marca de 500 mil investidores, segundo a B3. O volume de negociação acumulado ao longo do primeiro trimestre é de R$ 1,44 bilhão.

A Semana Especial de Fiagros traz, até sexta-feira, uma série de reportagens especiais para quem deseja conhecer mais a fundo esse mercado. Também na sexta, uma live com especialistas no setor vai tirar dúvidas dos investidores. Fique de olho!

Ainda assim, os investidores andam de olho bem aberto na situação dos Fiagros, devido a relatos constantes de inadimplência que atingiram o agronegócio nesse mesmo período, após uma série de eventos climáticos, consequência do fenômeno El Niño, que levaram à perda de parte das safras e, em alguns casos, obrigaram empresas e pedir recuperação judicial.

Como credores dessas empresas, por meio da aquisição de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), alguns Fiagros enfrentaram problemas de fluxo de caixa, com a interrupção de pagamentos, que podem impactar na distribuição de dividendos aos cotistas e 

Assim, fica a dúvida para os investidores: como manter o bom momento dos Fiagros e reduzir os riscos de inadimplência inerentes às operações de crédito? Uma das respostas é contar com um bom time de gestão, que conheça bem o mercado de capitais e também as operações do agronegócio, a fim de tomar decisões tecnicamente embasadas,

Por gestão inteligente entende-se uma busca constante por ativos de qualidade, dentro das estratégias do Fiagro, com uma gestão eficiente da carteira, o que inclui análises robustas de crédito e informações completas e profundas sobre as teses de investimento dos ativos adquiridos.

“É importante ter cuidado ao investir, buscando operações com uma relação positiva de risco/retorno, garantias adequadas e estruturas bem elaboradas, a fim de evitar riscos desnecessários. Com atenção a esses aspectos, os Fiagros oferecem ótimas opções de investimento”, diz Amanda Coura, analista da Suno Asset.

Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, lembra que investimentos em Fiagros estão expostos a riscos de crédito, como inadimplência dos devedores ou falência de empresas emissoras de títulos de dívida. “A qualidade do crédito dos tomadores de empréstimos é um fator importante a ser considerado para avaliar o risco de crédito associado aos Fiagros”, defende o especialista.

Fiagros ficam de olho na volatilidade do mercado

Gustavo Branco, analista de crédito estruturado da Suno Asset, destaca que, apesar de ser um dos principais motores do crescimento econômico do país nos últimos anos, o mercado agrícola é caracterizado pela sua volatilidade.

Isso ocorre devido à exposição do setor a influências como variações climáticas, oscilações nos preços das commodities e flutuações nos custos de produção – isso sem considerar variáveis que afetam normalmente o mercado de capitais, como taxas de juros e câmbio.

Diante desse cenário, é crucial que os investidores avaliem cuidadosamente o risco/retorno dos Fiagros nos quais desejam investir. 

“Todos esses fatores são voláteis. Para atenuar isso, a estratégia da gestora com o SNAG11 foi buscar parceiros sólidos, robustos e que tenham excelente governança, exatamente para poder navegar nesse cenário,” explica o analista, sobre o Fiagro que conta com gestão da Suno Asset, que mantém sua carteira de crédito sem inadimplência, segundo relatório divulgado nesta semana.

Segundo Mario Okazuka, CEO da GCB Capital, ao considerar os riscos, é importante notar que, em processos de crescimento acelerado, muitos gestores priorizam a captação de seus fundos em detrimento da governança e da análise de crédito.

“Estamos diante de um investimento direto na economia real e, portanto, sujeitos às oscilações de fatores exógenos. Fatores climáticos, pragas, doenças influenciam a produção”, explica o executivo, que recomenda aos fundos buscar mecanismos de proteção, como uma boa diligência, a formalização das garantias e o acompanhamento constante para antecipação da solução dos problemas.

Bom histórico faz a diferença

Neste contexto, Lenon Barbosa, analista de agronegócio da Suno Asset, afirma que um ponto importante é o track record da gestora. “O investidor precisa saber para quem ele está delegando a alocação de recursos no agronegócio, buscar o histórico de performance das carteiras em que essa empresa faz a gestão”, diz.

Um bom gestor de Fiagro, diz Lenon, é capaz de montar um bom time de análise de investimentos que entende os principais riscos do setor, traçando diferentes cenários que representam a volatilidade do setor e proteja os investimentos dos cotistas.

Vale ressaltar que a maioria dos Fiagros optou por seguir a rota do crédito, e no contexto das operações de crédito, é fundamental para o investidor compreender se o Fiagro visa realizar operações de alto rendimento (High Yield) ou de alto grau de segurança (High Grade).

As operações High Yield referem-se a investimentos em títulos com maior risco e potencial de retorno elevado, emitidos por empresas com classificação de crédito mais baixa. Por outro lado, as operações High Grade são investimentos em títulos com menor risco e potencial de retorno mais moderado, emitidos por empresas com classificação de crédito mais elevada. Estes são considerados mais seguros e, consequentemente, oferecem taxas de juros mais baixas.

Fiagros: SNAG11 tem melhor risco/retorno do segmento

Nos últimos meses, o Fiagro SNAG11, da Suno Asset, destacou-se pela sua vantagem competitiva ao analisar a relação entre risco e retorno, bem como a volatilidade. De acordo com o Índice de Sharpe calculado pela Economatica, empresa do grupo TC, o SNAG11 apresentou a melhor relação entre risco e retorno entre os 10 maiores Fiagros em patrimônio.

O Índice de Sharpe é um indicador que avalia a relação entre o retorno de um investimento e o seu risco, considerando a volatilidade. O SNAG11 registrou um Sharpe de 0,71, superando em 57,78% o segundo colocado, RURA11, em 2023.

“Basicamente 70% das novas alocações são renovadas todos os anos, o resto são devedores fixos. Nós nunca tivemos nenhum evento de inadimplência, pois todas as operações são estruturadas dentro de casa, conhecendo os parceiros e fazendo sentido para os balanços das empresas”, explica Amanda Coura, que ainda cita os bons níveis de garantias oferecidos pelos devedores.

A volatilidade do SNAG11 é significativamente menor que a média da indústria de Fiagros, com uma média de 3% em comparação com 15%. Isso significa que, além de oferecer um retorno atrativo, o Fiagro da Suno Asset tem um risco mais baixo em comparação com outros Fiagros.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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