FIIs: mercado reverte quedas, mas IFIX fecha semana com retração de 0,72%
FIIs voltam a ter dia positivo na sexta-feira, como na semana passada, mas mercado ainda sente efeitos da alta na curva de juros futuros.
O mercado de fundos imobiliários (FIIs) conseguiu reverter nesta sexta-feira a tendência de quatro quedas consecutivas vista ao longo da semana e viu o IFIX, principal índice do setor, fechar em alta de 0,17% em relação à véspera, em 3.366,74 pontos.
No acumulado da semana, porém, o IFIX caiu 0,72% em relação ao fechamento da sexta-feira passada, dia 19, quando a cotação era de 3.391,17 pontos. Curiosamente, na semana passada o índice também caiu ao longo de quatro dias seguidos e teve uma leve recuperação na sexta.
Neste pregão, o índice já abriu em alta, mas, ao contrário de dias anteriores, se manteve positivo ao longo de todo o dia, alcançando a máxima de 3.372,32 pontos às 16h14.
Desde o recorde registrado em 12 de abril, de 3.423,95 pontos, a queda do IFIX está acumulada em 1,67%. Em abril, desde o último dia útil de março, o índice caiu 1,22%. Desde o início do ano, no entanto, o índice tem resultado positivo acumulado de 1,59%.
Analistas apontam que o cenário de queda é consequência da abertura das curvas de juros futuros, provocada por projeções mais lentas de quedas das taxas oficiais tanto nos EUA como no Brasil.
Essa alta tem feito com que os títulos NTN-B, papeis do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, venham sendo negociados com spread superior a 6%, o que atrai investidores que vinham trocando a renda fixa por opções de renda variável.
FIIs: altas e baixas do dia
Num dia positivo para boa parte do mercado, alguns fundos imobiliários registraram altas expressivas, como o BTRA11, que subiu 3,51%, negociado a R$ 54,63 no fim do pregão, e o VGHF1, com alta de 3,42%, a R$ 9,06. O TLBR11 teve valorização de 2,74%, cotado a R$ 102,50.
Na outra ponta, o BCFF11 sofreu a principal queda, de 1,00%, negociado a R$ 8,92. O VCJR11 recuou 0,93%, a R$ 90,55, e o RBRY11 caiu 0,89%, cotado a R$ 98,80 no fechamento.
O MXRF11 liderou o volume de cotas negociadas, com mais de 1,2 milhão de cotas mudando de propriedade ao longo do pregão. O CPTS11 veio em seguida, com 1,02 milhão de cotas, enquanto o GARE11 movimentou 954 mil cotas.
Como é formado o índice dos fundos imobiliários
A composição do índice é feita a partir das cotações e volumes de negociações dos fundos imobiliários que formam a carteira teórica do IFIX, modificada a cada quatro meses pela B3. A atual composição, com 104 fundos, vale até o fim de abril, mas passou por mudanças desde o início do ano, com a saída de alguns fundos que estavam presentes no índice e deixaram de ser negociados.
Na semana que vem, a bolsa divulga antes do pregão de terça-feira (30) a terceira prévia da carteira teórica para o segundo quadrimestre, e a versão definitiva começa a valer a partir da quinta-feira, 2 de maio.
Na semana passada, a B3 apresentou a segunda prévia da carteira teórica, com a presença de 111 FIIs. O objetivo das prévias, segundo os gestores do mercado de capitais, é facilitar a movimentação de investidores em relação a eventuais mudanças em suas carteiras e evitar que os preços sofram oscilação excessiva de um doa para o outro.