FIIs SNCI11 e SNME11 reportam estratégias para aquisição de CRIs
Segundo a gestora, o portfólio de CRIs alocado nos veículos segue com boa diversificação, buscando a melhor relação risco/retorno.
A Suno Asset divulgou o relatório de risco do segundo semestre de 2023 dos CRIs, distribuídos entre seus fundos imobiliários (FIIs) SNCI11 e SNME11. Segundo a gestora, o portfólio alocado nos veículos segue com boa diversificação, buscando a melhor relação risco/retorno.
Dos 38 CRIs analisados, três a mais que o mapeado em junho/23, 36 deles fazem parte do portfólio no FII SNCI11 e outros 7 estão entre os investimentos do fundo SNME11, que foi lançado oficialmente na semana passada, com estratégia híbrida.
“O time de Gestão segue alocando capital dos fundos em novas tranches de operações aprovadas e sempre buscando uma boa relação de “risco x retorno” nos investimentos que realiza a partir de amortizações dos CRIs já presentes em carteira”, diz o comunicado.
No atual momento, o SNCI11, que é um fundo de papel, ou seja, atua somente no mercado de recebíveis, conta com uma concentração média de 2,7% por CRI, um patamar considerado bastante diversificado em termos de riscos individuais. Por sua vez, o SNME11 tem uma concentração média de 13,7% por CRI. A alocação do SNME11 está em processo de otimização pela gestão.
Ambos os veículos contam com operações high-yield (investimentos com alto retorno, mas também com maior risco). Mais de 96% das operações, no entanto, estão com ratings A4 ou maior, significando um risco de moderado a muito baixo para quase todo o portfólio.
Quanto à composição da carteira de CRIs, foi atingida a atuação em 11 segmentos distintos da economia. Entre os principais segmentos destacam-se: incorporação (49,9%), indústria (8,5%), energia (20,2%) e transporte (6,3%). No que tange a indexadores, a carteira manteve sua exposição relativa ao CDI (25%) e IPCA (71%), com uma leve alocação em INCC e IGP-M, que juntos compõem menos de 5% da carteira.
Fundos imobiliários SNCI11 e SNME11: critérios para a compra de CRIs
A Suno Asset desenvolveu uma classificação interna para determinar o perfil de risco de cada operação, com base no principal credor responsável pela dívida. As operações com riscos de crédito ligados ao balanço e operação de uma empresa são classificadas como Corporativo, 32% da carteira.
Aquelas em que o principal risco está vinculado a um contrato são classificadas como Contratual (34% da carteira), e as operações em que o risco está associado a uma carteira de recebíveis são denominadas Pulverizado (34% da carteira).
O objetivo da equipe de gestão é buscar um equilíbrio satisfatório entre os perfis de risco, considerando que o perfil pulverizado é o mais arriscado.
Além disso, o portfólio de CRIs procura trabalhar a sua diversificação quanto aos segmentos. Pela dinâmica de alocação, a concentração por segmento da carteira pouco se alterou desde a nossa última publicação.
A grande maioria das operações da carteira estão localizadas nas regiões Sudeste (67,9%) e Sul (14,4%) do país, sendo que não houve grande modificação dessa estrutura ao longo do último semestre.
“A maioria dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) está alinhada com o perfil de risco dos fundos e não possuem subordinação (série única) ou são séries sêniores”, comenta a gestora.
Mais de 93% do Patrimônio Líquido da carteira possui algum tipo de garantia, com um Valor Total do Empréstimo (LTV) médio ponderado dessas garantias em torno de 62%. “Os menos de 7% restantes do portfólio são dívidas corporativas com a MRV, a maior construtora da América Latina, que possui um balanço financeiro sólido e um rating brAA- pela Standard and Poor’s (S&P)”, explica a Asset.
Veja os principais critérios da gestora para avaliação de CRIs:
- Originação: Utilização de diversos canais de mercado e busca por ativos em oportunidades no mercado primário ou secundário.
- Análise: Avaliação do perfil de risco da operação em relação às garantias e à estrutura da dívida, utilizando indicadores internos de performance e risco.
- Aprovação: Decisão pelo comitê de investimento interno, validando a tese e a estrutura da operação.
- Investimento: Processo de estruturação interno e com parceiros estratégicos, visando excelência nos processos e contratos.
- Gestão: Acompanhamento periódico das carteiras, relatórios de gestão, rebalanceamento do portfólio e busca por oportunidades no mercado secundário.
A cada 6 meses, o time de gestão dos FIIs realiza a revisão de todos os ratings em carteira, com o intuito de monitorar e prevenir algum risco de crédito.
Performance dos CRIs
Após o término do semestre, o portfólio de CRIs encerrou 2023 com uma taxa all in de 14,25%, superando a expectativa do prospecto que era de 10,14%.
Desde o IPO, houve um retorno de cerca de 36% em pouco mais de 24 meses, superando seu benchmark (IPCA +7%), além dos índices IFIX, CDI e IMA-B.
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FIIs: conheça o SNME11 e o SNCI11
O SNME11 adota uma abordagem de alocação multidimensional, investindo em várias classes de ativos imobiliários, como crédito, ações e fundos imobiliários. O FII SNME11 distribuiu R$ 0,1249 por cota em dividendos em fevereiro.
Por sua vez, o SNCI11 é o fundo imobiliário de papel da Suno Asset, com uma alocação de carteira majoritariamente atrelada ao IPCA. No ano de 2023, ele teve um rendimento acumulado de 15,73%, superior aos 15,5% do IFIX.
Ambos os fundos mencionados tem CRIs avaliados pelo mesmo critério de risco da gestora.