GAME11 lucra R$ 2 mi e avança com reciclagem de portfólio
O fundo imobiliário GAME11 registrou em outubro um resultado líquido de R$ 2,05 milhões. No período, o fundo apurou um resultado de R$ 0,094 por cota, impactado principalmente pelo comportamento do IPCA, principal indexador dos ativos da carteira.

A composição inflacionária dos meses de julho (0,26%), agosto (-0,11%) e setembro (0,48%) contrastou com o desempenho do CDI, que avançou 1,28% no mês. Mesmo assim, o GAME11 anunciou a distribuição de R$ 0,095 por cota, com pagamento previsto para 24 de novembro.
As reservas de resultado seguem robustas, encerrando o mês em R$ 0,107 por cota, o que sustenta a política de estabilidade nos dividendos. A gestão manteve o guidance de distribuição mínima de R$ 0,095 por cota para os próximos exercícios, apoiada tanto na fotografia atual do portfólio quanto nas projeções macroeconômicas.
Segundo o fundo, o colchão de reservas segue como a principal ferramenta para mitigar volatilidade na renda mensal aos cotistas.
Fundo imobiliário GAME11 faz reciclagem de portfólio
Ao longo de outubro, o GAME11 intensificou sua atuação no mercado secundário com o objetivo de acelerar a reciclagem da carteira. O vencimento antecipado de um CRI relevante — o CRI Mateus I — abriu espaço para uma série de vendas em bloco de ativos com características semelhantes, além de operações estruturadas envolvendo compensação de créditos por meio de cotas de FIIs listados.
Com a liquidez gerada pelas alienações e vencimentos, a gestão direcionou cerca de R$ 45 milhões para a aquisição de quatro CRIs. Três dessas operações têm caráter tático, com expectativa de liquidação no curto prazo, enquanto o quarto ativo foi incorporado de forma definitiva à carteira, atrelado ao CDI e com spread considerado atrativo.
A alocação amplia, ainda que de forma marginal, a exposição a ativos pós-fixados, aproveitando o nível elevado da Selic, ao mesmo tempo em que mantém o fundo praticamente sem caixa.
Terceira emissão do fundo imobiliário e ganho de spread
Dentro desse contexto de reciclagem ativa, o GAME11 estruturou sua 3ª emissão de cotas, voltada exclusivamente a investidores profissionais.
A iniciativa surge a partir da identificação de um potencial de até R$ 100 milhões em operações de compensação de créditos — tanto na venda quanto na compra de ativos — estruturadas por meio de cotas de fundos imobiliários.
A expectativa é que esse volume seja gradualmente convertido em caixa ao longo dos próximos meses, permitindo ao fundo realocar capital em ativos com spreads mais elevados e melhor retorno ajustado ao risco. A captação, segundo a gestão, tende a ser inferior ao volume total de ativos adquiridos, criando um efeito positivo de eficiência na alocação.
O objetivo da emissão é elevar o spread médio da carteira, aumentar seletivamente a exposição a ativos atrelados ao CDI e, ao mesmo tempo, buscar um portfólio com IPCA+ mais elevado do que o atual, mantendo disciplina de risco e equilíbrio entre indexadores.
Desempenho supera benchmark desde o IPO
Desde o início das atividades, o GAME11 acumula uma rentabilidade nominal de 66,0%, superando o benchmark do fundo, que registra 62,0% no mesmo período. No mercado secundário, as cotas oscilaram em outubro entre R$ 8,37 e R$ 8,52, encerrando o mês a R$ 8,43.
A liquidez média diária ficou em torno de R$ 125 mil, levemente abaixo do observado ao longo do exercício anterior. Com isso, o fundo encerrou outubro com 21.404 cotistas, refletindo um ambiente de menor giro, mas com estratégia focada na consistência do portfólio e na geração de valor no médio prazo.