Fundo imobiliário SNEL11 amplia liquidez no primeiro mês de inclusão no IFIX
Fundo imobiliário SNEL11 viu liquidez média diária subir 54,29% na comparação com agosto; FII investe em usinas fotovoltaicas.
O SNEL11, fundo imobiliário da Suno Asset especializado em usinas de energia renovável, que geram eletricidade a partir da luz solar, captada por meio de painéis fotovoltaicos, viu sua liquidez disparar em seu primeiro mês de inclusão no IFIX, o principal índice do mercado de FIIs.
De acordo com levantamento da Economatica, empresa de inteligência de dados do grupo TC, a partir dos dados divulgados pela B3, o SNEL11 movimentou um volume financeiro de R$ 16,169 milhões em setembro, uma alta de 47,27% em relação ao valor de agosto, de R$ 10,979 milhões.
Num mês com um dia útil a menos que o anterior, a média diária de negociações do FII SNEL11 subiu 54,29%, de R$ 499 mil para R$ 769,9 mil.
O preço da cota teve uma leve oscilação negativa, de R$ 9,17 em 30 de agosto para R$ 9,15 em 30 de setembro, mas o fundo imobiliário manteve a estabilidade da distribuição de dividendos, de R$ 0,10 por cota, com dividend yield mensal superior a 1% e preço ainda superior ao valor patrimonial, atualizado para R$ 7,12 com a data-base de 30 de agosto como referência.
Fundo imobiliário aumenta liquidez no IFIX: entenda o índice
O bom desempenho colocou o SNEL11 entre os FIIs mais rentáveis do mercado, com retorno total superior a 20% no ano, considerando a distribuição de proventos e a valorização das cotas, num ano de muita instabilidade para o mercado de fundos imobiliários, que fechou agosto com queda de 2,58% no IFIX.
O IFIX é o principal índice do mercado de fundos imobiliários. A carteira teórica é atualizada a cada quatro meses pela B3, e a atual versão, válida do começo de setembro até dezembro, conta com 115 FIIs de todos os segmentos, escolhidos a partir de indicadores como valor patrimonial, regularidade nos dividendos e liquidez das cotas, além de outros fatores.
Para os fundos imobiliários, a inclusão do IFIX significa uma espécie de validação do mercado, um reconhecimento ao trabalho de gestão realizado pelo FII. Algumas carteiras, inclusive, só recomendam e adquirem fundos a partir de sua presença do índice principal do setor.
SNEL11: conheça mais sobre o fundo
O fundo imobiliário SNEL11 explora a geração de energia renovável por meio da construção e locação de usinas fotovoltaicas, alimentadas por energia solar. Entre 2 de janeiro e 5 de setembro, ele registrou o principal retorno do ano entre os FIIs que fazem parte do IFIX, com 21,24%, segundo levantamento da Quantum Finance que levou em conta a valorização das cotas e o pagamento de dividendos.
Os dividendos no SNEL11 foram de R$ 0,10 nos três meses após o desdobramento de cotas, realizado no fim de junho. O pagamento de setembro foi feito no último dia 25. Embora não haja projeção de aumento no guidance da gestora para os proventos, o fundo pode ter um aumento de receitas nos próximos meses por causa da mudança na bandeira tarifária de energia estabelecida pela Aneel, hoje em bandeira vermelha de patamar 2, com aumento de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos pelos usuários.
Essa mudança é atribuída à previsão de escassez de chuvas, que compromete a geração de energia no Brasil, que tem como principais matriz as usinas hidrelétricas, e pode causar impacto direto na conta de luz dos cidadãos, mas ao mesmo tempo proporcionar um retorno mais significativo para as receitas do SNEL11.
Essas receitas vêm da locação dos empreendimentos para grupos que se beneficiam de créditos de energia, permitindo-lhes obter descontos de aproximadamente 15% a 25% em suas contas de luz a partir da integração da energia limpa ao Sistema Elétrico Nacional.
Guido Andrade, analista da Suno Asset, gestora do SNEL11, explica que, quando as tarifas de energia aumentam, o custo para alugar essas usinas também se eleva, resultando em um retorno mais significativo para o fundo. “A resposta curta é que tarifas maiores possibilitam maior valor do aluguel das usinas”, afirma o especialista.
No caso do SNEL11, todas as usinas construídas com o valor captado na primeira emissão de cotas já estão concluídas e conectadas ao sistema, com contratos em vigor e geração de receita. As obras das usinas que estão sendo construídas com a verba captada na segunda emissão estão em andamento, e a gestão do fundo imobiliário faz o acompanhamento diário das construções, além de manter contato com a Aneel para que o processo de ligação das usinas seja agilizado ao máximo.