Fundos imobiliários e Fiagros poderão fazer recompra de cotas; CVM ainda vai regulamentar

Fundos imobiliários e Fiagros poderão realizar a recompra de cotas junto aos investidores, o que já é permitido para as empresas.

Fundos imobiliários e Fiagros poderão fazer recompra de cotas; CVM ainda vai regulamentar
Fundos imobiliários e Fiagros poderão recomprar cotas- Foto: Pixabay

As gestoras de fundos imobiliários e Fiagros poderão realizar a recompra de cotas junto aos investidores, procedimento que já é permitido para as empresas que negociam ações em bolsa. A decisão foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários, mas a regulamentação ainda não foi divulgada.

O órgão regulador foi questionado por algumas gestoras sobre a hipótese, e a medida foi aprovada pelo colegiado da CVM nesta semana. A prática, no entanto, ainda depende da divulgação da ata da reunião e, eventualmente, de uma nova resolução a ser publicada pela comissão.

Em geral, a recompra de ações é realizada quando empresas avaliam que suas ações estão sendo negociadas com muito desconto em relação ao valor patrimonial e tentam a medida para buscar uma valorização dos papéis.

Outra razão pela qual empresas realizam a recompra de ações é uma geração de caixa excessiva, sem previsão de novos investimentos. No caso de FIIs e Fiagros, quando isso acontece, as gestoras realizam amortizações, em que o valor patrimonial é reduzido, mas o número de cotas é mantido.

As amortizações, porém, geralmente são vistas de forma negativa pelo mercado, porque sinalizam que a gestão do fundo está com recursos disponíveis, mas dificuldade em realizar novos investimentos. Além disso, ao contrário dos dividendos, elas são tributadas.

Fundos imobiliários e Fiagros poderão recomprar cotas: como funciona com empresas?

Em geral, recompras de ações precisam ser aprovadas pelo Conselho de Administração das empresas, e eventualmente em assembleias de acionistas. A companhia, então, registra junto à CVM e à B3 uma Oferta Pública Voluntária de Aquisição (OPAC), geralmente de acordo com a média dos preços no mercado e especificando a quantidade máxima de ações que será adquirida.

Uma vez recompradas, as ações podem ser excluídas, provocando uma reconfiguração da divisão acionária da empresa que precisava ser registrada no estatuto social. Outra opção é que sejam mantidas em tesouraria. Neste caso, elas continuam existindo, mas saem do chamado “free float”, ou seja, não podem ser negociadas e deixam de fazer jus à distribuição de proventos, sob a forma de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP).

Os Fiagros experimentaram uma queda vertiginosa de valor de mercado durante o segundo semestre do ano passado, quando problemas com a safra levaram uma série de empresas a entrar com pedidos de recuperação judicial. Alguns fundos registraram casos de inadimplência e o mercado como um todo caiu, mas muitos ativos já estão em processo de recuperação e registram forte valorização neste ano,

Já o mercado de fundos imobiliários teve seu auge de desconto em relação ao valor patrimonial durante o mês de janeiro, quando o IFIX, principal índice dos fundos imobiliários, completou cinco meses seguidos de queda. No fim de janeiro, o desconto médio era de cerca de 17% — indicador que caiu para 10% no fim de abril.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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