MXRF11 cai abaixo de R$ 10; IFIX cai a pior valor em quase um mês
MXRF11 enfrenta questionamento de investidores por queda nos dividendos; mercado reage a projeções de alta na Selic.
O MXRF11, dono da maior base de cotistas do mercado de fundos imobiliários, com mais de 1,1 milhão de investidores, fechou abaixo de R$ 10 pela segunda vez no ano, no encerramento do pregão desta terça-feira (10), marcado por mais uma queda forte no mercado de FIIs sob a expectativa de alta da Selic na próxima reunião do Copom.
O IFIX fechou em 3.371,90 pontos, queda de 0,31% em relação ao resultado de segunda-feira (9). Foi o pior resultado de fechamento desde 14 de agosto, quando o índice parou em 3.363,10 pontos, e o maior recuo em um só dia desde 5 de agosto, quando uma ameaça de crash na bolsa de Tóquio afetou os mercados no mundo todo e, naquele dia, derrubou o IFIX em 0,48%.
Nem mesmo o anúncio do IPCA de agosto, com deflação de 0,02% e redução do acumulado de 12 meses para 4,24%, serviu para impulsionar o principal índice de FIIs, que passou o dia todo em patamar negativo e chegou ao piso de 3.369,80 pontos nos minutos finais, antes de uma breve reação.
Foi o quinto pregão com resultado negativo em sete dias úteis no mês de setembro, e a queda do IFIX já acumula 0,64% em relação ao fim de agosto. No ano, o índice segue em resultado positivo, de 1,82%.
A alta da Selic, projetada pelo mercado a partir de uma combinação de fatores como inflação sob pressão, riscos fiscais e economia mais acelerada que o esperado, é vista como negativa para o mercado de FIIs porque reduz a atratividade da renda variável em detrimento de opções de renda fixa com melhor relação entre risco e retorno.
Ainda assim, parte dos fundos imobiliários tende a se beneficiar, especialmente os chamados FIIs de papel com boa exposição a títulos de dívida atrelados ao CDI, taxa usada pelo mercado que oscila paralelamente à Selic e, por isso, tende a ampliar as receitas dos fundos no período de juros elevados.
MXRF11 cai depois de liderar vendas durante o dia
Embora seja um FII de papel com boa exposição ao CDI, o fundo imobiliário MXRF11 enfrentou mais um dia de oscilação negativa e fechou em sua cotação mais baixa do ano, a R$ 9,99, igualando o resultado de 9 de agosto.
Investidores têm questionado a distribuição de dividendos do fundo, que caiu para R$ 0,09 por cota no mês de agosto, com pagamento nesta sexta-feira (13).
Mais uma vez, no entanto, o MXRF11 se destacou entre os FIIs mais negociados do dia, com mais de 1,4 milhão de cotas vendidas. Veja abaixo o top 5 nesse ranking:
Fundo | Cotas negociadas | Volume financeiro (R$) |
MXRF11 | 1.446.976 | 14.200.104,77 |
VGIR11 | 950.465 | 9.399.208,7 |
CPTS11 | 899.875 | 7.418.242,59 |
RBRF11 | 661.843 | 4.928.408,73 |
KNSC11 | 650.326 | 5.958.039,16 |
Num dia ruim para mercado em geral, o fundo JSAF11, do segmento de papel, liderou as altas, com valorização de 1,79%, cotado a R$ 95,21, enquanto o VILG11, de galpões logísticos, teve a maior baixa, de 2,49%, negociado a R$ 87,76 no encerramento do pregão.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
O IFIX é o principal índice do mercado de fundos imobiliários. Desde o começo de setembro, a carteira teórica conta com 115 FIIs de todos os segmentos, entre eles o MXRF11. A escolha é feita pela pela B3 a partir de indicadores como valor patrimonial, regularidade nos dividendos e liquidez das cotas, além de outros fatores. A atual seleção vai até dezembro.