SNAG11: ‘alta da Selic pode beneficiar rendimentos do Fiagro’, afirma analista
O SNAG11 apresentou resultados positivos em novembro, distribuindo R$ 0,10 por cota, enquanto o lucro por cota foi de R$ 0,06. O rendimento mensal de 10 centavos, ao ser anualizado, resulta em um dividend yield de 13,26%, enquanto o yield geral da carteira atingiu 17,77%. Em live da Suno Asset, o analista da gestora João Vitor Franzin também pontuou os impactos da Selic no Fiagro.
A cota patrimonial do SNAG11 subiu de R$ 10,06 em outubro para R$ 10,21 em novembro, refletindo a marcação positiva de CRAs pela administradora.
Cerca de 90% da carteira está atrelada ao CDI, composta majoritariamente por CRAs e FDICs. A rentabilidade desses ativos é impactada pelo número de dias úteis no mês, sendo novembro com menos dias úteis devido a feriados,
“Todos os ativos indexados ao CDI, como CRAs, CDBs, LCIs e LCAs, geram rendimentos apenas em dias úteis. Assim, meses com mais ou menos dias úteis podem impactar os rendimentos mensais. Para evitar grandes oscilações, o SNAG adota uma estratégia de ‘gordura’, acumulando parte do resultado em meses com mais dias úteis para compensar meses com menos dias úteis”, explica Franzin.
No fechamento de novembro, o preço da cota foi de R$ 9,59, enquanto a cota patrimonial subiu de R$ 10,06 em outubro para R$ 10,21, uma alta de 1,5%. “Essa valorização se deu por uma reavaliação dos CRAs feita pela administradora, que marcou alguns ativos acima do valor da curva”, comenta Franzin.
Além disso, o fundo aumentou sua base de cotistas em cerca de mil investidores no mês. O P/VP ficou em 0,94, com base no preço de fechamento de novembro.
Cotação SNAG11
Carteira do SNAG11
“A carteira como um todo rendeu CDI + 2,67% em novembro, considerando tanto os CRAs quanto os imóveis arrendados, que geram receitas mensais. Destaca-se ainda que o fundo mantém histórico de 0% de inadimplência desde o lançamento em agosto de 2022″, pontua Franzin.
A performance do SNAG no mês foi positiva em 1,2%, enquanto outros Fiagros tiveram quedas. Segundo o analista, esse panorama reflete a solidez da carteira.
Atualmente, a carteira de crédito, composta por CRAs, possui um retorno médio de CDI + 3,57%. “O fundo planeja aumentar a alocação no CRA Cultura para R$ 50 milhões, o que representará 8,2% do PL e elevará o retorno para CDI + 3,67%
“O guidance divulgado em setembro, de distribuir R$ 0,10 por cota mensal até o final do ano, foi mantido. Comparado a um ativo atrelado ao CDI, o fundo rendeu 24% a mais em novembro, já descontando a alíquota de imposto de renda”, comenta Franzin.
Cenário econômico: impacto da Selic e Safra
A expectativa de alta da Selic para 2025, já sinalizada pelo Banco Central, deve beneficiar o fundo. “Faz sentido vender SNAG11 para investir em renda fixa? Na minha visão, não. Quando a Selic sobe, o CDI também aumenta, e isso automaticamente melhora a remuneração dos CRAs que compõem 90% da nossa carteira. Consequentemente, sobra mais rendimento para distribuirmos aos investidores”, explica Franzin.
Segundo ele, caso a alta da Selic se concretize, o fundo poderá elevar seu patamar de distribuição de rendimentos. “É de se esperar que, em 2025, a gente consiga, sim, aumentar os pagamentos aos cotistas”, acrescenta.
A carteira do SNAG11 também está fortemente exposta às principais culturas de grãos do Brasil, como soja e milho. Frazin destaca as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para a safra 2025, que deve atingir um volume recorde, com crescimento de 8,3% em relação ao ciclo anterior.
Apesar desse aumento na produção, o cenário para os preços dos grãos, especialmente soja e milho, ainda traz desafios. “A área plantada de soja deve crescer apenas 2,8%, o menor aumento em seis anos, devido à pressão de queda nos preços enfrentada em 2024, que pode se perpetuar em 2025”, avalia o analista.
Ele destaca que os produtores bem estruturados, com robustez financeira e baixa alavancagem, estarão mais preparados para enfrentar esse cenário. “No entanto, aqueles que estão muito alavancados podem sofrer com os preços menos atrativos, mas esse não é o perfil de devedor do SNAG”, tranquiliza.
Já em relação ao milho, a CONAB projeta uma retração de 0,2% na área plantada, mas com aumento de 3,5% na produção, impulsionado pela maior produtividade. “O Brasil tem sido um dos líderes globais em ganho de produtividade de grãos, e isso é algo que reforça o potencial do setor no longo prazo”, afirma Franzin.
Veja a Live do SNAG11
O resultado mensal do SNAG11 foi de R$ 9,42 milhões, com a distribuição de R$ 5,79 milhões em rendimentos, equivalente a R$ 0,10 por cota. O valor corresponde a 124% do CDI líquido de Imposto de Renda.