TBOF11 recebe oferta de compra de outro player. Valor é de R$ 924,6 milhões

TBOF11 recebe oferta de compra de outro player. Valor é de R$ 924,6 milhões

A situação atual que envolve o Edifício Tower Bridge Corporate é, no mínimo, polêmica.

Desde que a Hedge Investments desenhou uma oferta de compra para o TBOF11 (a qual é costista através de três fundos de fundos que possui sob gestão) por parte de um outro fundo imobiliário, gerido também pela Hedge (porém ainda em fase pré-operacional e restrito a apenas 50 investidores) o mercado vem discutindo com bastante ênfase o assunto.

Resumindo a situação:

A Hedge tem o interesse na venda do TBOF11 (por parte dos seus FOFs) e também na compra (por parte desse fundo restrito a 50 investidores).

A oferta feita para a aquisição do imóvel pertencendo ao TBOF11 foi de R$ 90,50 por cota (R$ 909,5 milhões, no total).

Argumenta-se, no mercado, que isso poderia se configurar em um eventual conflito de interesses.

Em conversa com diversos players do mercado, essa opinião é, por unanimidade, um consenso.

Mas não é o que pensa a Hedge Investments.

Através de um comunicado ao mercado emitido no final da tarde de ontem (12), a gestora ressaltou que “os FOFs entendem que o valor é adequado para desinvestimento, uma vez que a alocação dos recursos neste ativo foi realizada na estratégia de ganho de capital, tendo gerado lucros e retornos positivos aos FOFs. Há, ainda, expectativa de se obter melhores resultados com o recurso proveniente desta venda. Em função da grande posição que possuem no TBOF e a liquidez do ativo no mercado secundário, a venda do imóvel se mostra mais eficiente para alcançar este objetivo.”

Ainda hoje (13), o BTG Pactual, na condição de administrador do TBOF11, comunicou aos seus cotistas e ao mercado em geral que recebeu ontem, às 23:40, uma proposta de aquisição da Bluemacaw Gestora de Recursos Ltda, para a integralidade do Edifício Tower Bridge Corporate (único imóvel do TBOF11), pelo valor total de R$ 924,6 milhões, ou R$ 92,00 por cota (lembrando-se que a proposta da Hedge foi de R$ 909,5 milhões).

“O preço de aquisição desta proposta foi estabelecido sob a premissa de que o imóvel, na data do fechamento da respectiva aquisição, estará livre e desembaraçado de todos e quaisquer ônus ou gravames de qualquer natureza, seja legais ou convencionais, dívidas, passivos, contingencias, constrições ou quaisquer fatos que impeçam ou criem qualquer risco à operação”, ressaltou a Bluemacaw em sua proposta de aquisição.

O pagamento seria feito à vista na data da celebração da escritura definitiva e da transferência da posse do imóvel para a compradora, através de uma parcela de equity (80%) por meio de uma emissão ICVM 400, e uma parcela de dívida (20%) através da securitização dos recebíveis imobiliários a ser acertada entra a compradora e o TBOF11.

“Apoiando-se em um ambiente de redução de taxa de juros e recuperação do mercado imobiliário e da performance do imóvel, o proponente acredita que a parcela de dívida será importante alavanca de criação de valor aos investidores da oferta”, destacou também a Bluemacaw.

Segundo o Brazil Journal, “diferentemente da Hedge, a Bluemacaw está oferecendo a migração dos atuais cotistas do TBOF11 para o novo fundo – o que já angariou apoio de cotistas relevantes. Enquanto a Hedge pretende levantar um fundo pela Instrução 476 da CVM – o que acelera o processo de captação mas limita o número de cotistas a 50 – a Bluemacaw vai levantar um fundo pela instrução 400, a regra mais usada para distribuição no varejo e, neste caso, necessária para permitir a migração dos atuais cotistas.”

Resta saber agora, diante da oferta da Bluemacaw, se a Hedge cobrirá a proposta e se, caso contrário, continuará favorável à venda do Tower Bridge Corporate por um preço maior ao ofertado por ela mesma inicialmente.

Cabe a você, pequeno investidor (cotista ou não do TBOF11), usar o seu senso crítico para procurar entender quais decisões estão alinhadas ou não com o objetivo de se desenvolver, aqui no Brasil, uma indústria de fundos imobiliários saudável e pujante e que, acima de tudo, respeite e dê segurança para os minoritários, que claramente são o elo da corrente que mais tem a sofrer em função da atual conjuntura desenhada para o TBOF11.

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foto: Rafael Campagnaro
Rafael Campagnaro

Engenheiro mecânico por formação, estuda e investe no mercado de capitais desde 2016. Entusiasta do Value Investing, trabalha com produção de conteúdo informativo e educacional para o mercado financeiro desde que iniciou no universo das finanças. Acredita que o mercado de capitais é uma das alavancas que contribuem para o desenvolvimento da humanidade.

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