CPTS11 explica mudança de estratégia em cenário de aumento dos juros
O FII Capitânia Securities II (CPTS11), com gestão da Capitânia Investimentos, divulgou nesta terça-feira (26) o seu relatório gerencial referente a setembro, no qual descreveu seus resultados. A gestão também explicou sobre sua mudança de estratégia diante do atual cenário econômico.
O fundo divulgou a distribuição de R$ 1,00 por cota. Este dividendo equivale a 274.0% do CDI (descontado imposto de 15%) em relação a cota de mercado. Confira abaixo:
Desde seu início em 2014, a gestora destacou que o Capitânia Securities II apresenta um retorno anualizado de 12.0%.
No mês de setembro, a maior contribuição positiva do resultado veio dos rendimentos dos CRIs.
As operações do fundo
O giro mensal dos ativos teve uma redução em relação ao mês de agosto, com a recente alocação de recursos da última emissão de cotas.
Ainda assim, a gestão realizou a venda de CRIs que somaram mais de R$ 221 milhões (17 operações) e geraram um relevante resultado para o fundo (R$ 4 milhões).
Em relação à carteira de FIIs, apesar de vencedora, a gestão acredita que o nível de preço dos fundos de tijolo traz maior cautela na hora da venda.
De qualquer forma, o dividendo projetado da carteira está acima de 9,0% a.a. em termos reais. Por esse motivo, a gestão reforça não ver necessidade de desfazer dos seus FIIs.
Veja abaixo o volume negociado de cotas de FII pelo fundo:
No cenário da recente abertura de juros, a gestão aproveitou para reciclar o portfólio e aumentar a taxa média de aquisição dos papéis.
Com isso, dois CRIs importantes liquidaram no mês:
- CRI Assaí (TRXF11), R$ 140 milhões a IPCA+5,70%
- CRI Vinci Shoppings (VISC11), R$ 160 milhões a IPCA+6,25%.
Desafios do setor em meio ao crescente aumento dos juros
Apesar do robusto crescimento recente do fundo, a gestão disse que o mesmo teve início em 2014 e passou por alguns ciclos de altas de juros, momentos de volatilidade no mercado e períodos distintos de atividade econômica.
A decisão de mudança de estratégia com a migração do perfil de risco de crédito do fundo para papéis high grade é justamente o resultado deste longo histórico de investimento no setor e a experiência adquirida nestes ciclos.
Os resultados trimestrais das incorporadoras, apesar de ainda bons, já dão sinais de desaceleração de vendas e dificuldade de repasse de custos.
Com o aumento contratado dos juros, acreditamos que o cenário será desafiador e poderemos ter o primeiro teste de verdade dos fundos de CRI.
O fundo confirma que continuará a financiar imóveis que sejam prontos e operacionais dos setores mais resilientes e geralmente atrelados a contratos de longo prazo com devedores listados.
Mesmo que o aumento do juro real diminuísse o prêmio de risco da carteira, a gestão decidiu continuar reciclá-la para recompor pelo menos boa parte desta abertura.
Em termos comparativos, anteriormente, a transação que o fundo fazia o prêmio era IPCA + 5,5% e 6,0%. Hoje, está entre IPCA + 6,0% e 6,5%.
Esta reciclagem nos levará a uma carteira com taxa média ponderada próximo a IPCA + 6,5%. Confira abaixo:
A mensagem que a gestão deixou para os cotistas é que o CPTS11 não aumentará o risco da carteira em função desta abertura dos juros.
Outro ponto que a gestou destacou é que o CPTS11 está entre os fundos com menor custo do mercado e isto ajuda a entregar um resultado bastante competitivo ao cotista, mesmo tendo uma carteira high grade.
Fundos que têm cobrado acima de 1,5% a 2,0% precisam aumentar muito o risco da carteira para entregar um resultado interessante.
Conheça o CPTS11
O Capitânia Securities II, conforme consta no relatório, é um FII constituído sob a forma de condomínio fechado cujo objetivo é proporcionar rentabilidade aos seus cotistas por meio da aquisição preponderantemente de ativos de origem imobiliária.
Desta forma, o fundo possui cerca de 120.287 cotistas e um patrimônio líquido de R$2,427 bilhões.
Para quem deseja investir no CPTS11, o valor patrimonial de sua cota é de R$94,14, sendo sua taxa de administração de 1.05% a.a. do valor de mercado.