FIIs têm dia de queda com ameaça de tributação; IFIX cai 1,14% na semana
Dia foi de resultados negativos para a maior parte do FIIs, embora possibilidade de tributação só entre em vigor no fim do ano.
O mercado de FIIs reagiu de forma bastante negativa à possibilidade de tributação, sinalizada por veto do presidente Lula à parte da regulamentação da reforma tributária, e fechou em sua pior cotação do ano, terminando a semana com queda acumulada pela segunda sexta-feira consecutiva.
O IFIX fechou em 3.041,67 pontos, queda de 1,38% em relação à véspera. A cotação despencou desde a abertura, batendo na mínima de 3.028,60 pontos por volta das 11h, o que seria um recuo de 1,80% na comparação com o resultado de quinta.
Depois, o índice de FIIs se recuperou e oscilou durante todo o dia em torno dos 3.040 pontos até o fechamento. Com quatro quedas em cinco dias, o acumulado da semana foi negativo, em 1,14%. A única alta foi na quarta-feira, de 0,83%, num dia marcado por pagamento de dividendos por mais de 100 FIIs e, de acordo com especialistas, por muitos reinvestimentos.
Apesar do impacto negativo, o veto não deve afetar o mercado de FIIs no curto prazo, já que a reforma tributária só entra em vigor em 2026 e só vai funcionar integralmente em 2033. Além disso, o Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial quando se encerrar o recesso parlamentar, no começo de fevereiro.
O veto tira de fundos de investimento, aí incluídos FIIs e Fiagros, a condição de exceções à tributação pelos impostos criados com a reforma tributária, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que vão substituir cinco tributos existentes hoje: IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS.
Analistas acreditam que, embora não haja cobrança direta de imposto sobre os proventos, que permanecerão isentos de Imposto de Renda, os valores podem ser impactados por uma redução da margem de lucro dos fundos. Além disso, há o temor de aumento da pressão inflacionária.
FIIs caem: confira altas e baixas do dia
Num dia de resultado negativo para a maioria dos FIIs, o RBRF11 registrou a pior queda do dia entre os componentes do IFIX, de 4,41%, com fechamento a R$ 47,70, seguido pelo VIUR11, que caiu 3,79%, negociado no fim do dia a R$ 5,33.
Na contramão, o BROF11 teve a maior alta do pregão, com 5,18% de valorização, cotado a R$ 47,30. Logo após o encerramento das negociações, o fundo anunciou os dividendos deste mês, de R$ 0,57 por cota, alta de 14% em relação à distribuição de dezembro, de R$ 0,50 por cota.
O IFIX é o principal índice do mercado de fundos imobiliários. Sua carteira teórica conta com 117 FIIs de todos os segmentos, selecionados pela B3 a partir de indicadores como valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas, entre outros fatores. A atual formação da carteira foi anunciada no dia 6 deste mês e vai até o fim de abril.
