VGIA11, SNFF11 e fundos com desconto estão entre destaques do Bom Dia FIIs (28/3)
VGIA11 divulgou relatório com resultados detalhados de fevereiro; mercado segue com ativos fortemente descontados.


Os fundos imobiliários SNFF11 e RBRP11 e o Fiagro VGIA11 estão entre os destaques desta sexta-feira (28) no mercado, além de uma análise sobre o cenário do mercado, que ainda apresenta muitos ativos com desconto em relação ao valor patrimonial.

O IFIX fechou nesta quinta-feira (27) em 3.286,00 pontos, perto de sua máxima do dia e alta de 0,41% em relação à véspera. É o maior valor de fechamento desde 30 de setembro, quando o IFIX terminou o pregão em 3.305,97 pontos. Foi, também, o último registro acima de 3.300 pontos.
Na época, o índice de FIIs estava fechando o mês em queda de 2,58%, após alta em julho e agosto. Já no primeiro pregão de outubro, o IFIX caiu 0,84%, para 3.278,30 pontos, seguindo numa espiral negativa que durou até a primeira quinzena de fevereiro, com forte impacto sobre os preços da maioria dos FIIs.
Agora, com a Selic ainda mais alta que naquela ocasião e caminhando para novas elevações, o mercado de FIIs já acumula mais de 5% de valorização no mês de março, superando a alta de 3,34% registrada em fevereiro.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
Mesmo com mercado em alta, descontos de FIIs continuam atrativos
Mesmo com a valorização acumulada pelo IFIX desde a segunda quinzena de fevereiro, os fundos imobiliários continuam sendo negociados com descontos expressivos em relação ao valor patrimonial. Os valores das cotas têm chamado a atenção dos analistas, que enxergam oportunidades nesse cenário.
Segundo relatório da XP, o movimento de alta do IFIX reflete uma correção natural após um período de pessimismo exacerbado, motivado pelo fechamento da curva de juros futuros e pela trégua temporária nas discussões sobre a tributação dos fundos. Ainda assim, os preços das cotas seguem depreciados, ou seja, com desconto em relação aos seus valores patrimoniais.
Essa percepção também está presente nos relatórios de fundos da Fator – como VRTA11, VRTM11 e OUJP11 – e da Guardian, gestora do GAME11, que reforçam a continuidade de um ambiente macroeconômico desafiador, devido à volatilidade dos mercados e às incertezas sobre a condução da política fiscal pelo governo.
A gestora RBR, responsável por diversos fundos, entre eles o RBRX11 e PULV11, destaca o movimento de mercado neste ano foi um típico “overshooting” — uma reprecificação exagerada dos FIIs, sem correspondência com os fundamentos operacionais dos ativos.
SNFF11 atrai R$ 106 milhões em emissão e define patamar de dividendos
O SNFF11, fundo imobiliário da Suno Asset que atua como fundo de fundos (FOF), manteve sua distribuição de R$ 0,72 por cota em março, referente ao desempenho de fevereiro. O valor representa um rendimento de 1,03% no mês, considerando a cota de fechamento de R$ 69,46 em 28 de fevereiro. A gestão reafirmou que, com base no fluxo de caixa, ganho de capital potencial e reservas acumuladas, a distribuição deve se manter nesse patamar ao longo do primeiro semestre de 2025.
Outro marco relevante no mês foi a conclusão da terceira emissão de cotas do fundo, com a captação de R$ 106,7 milhões. Os recibos de emissão foram convertidos em cotas em 18 de março e passaram a ser negociados no dia seguinte.
A gestão afirmou que as aquisições realizadas com os recursos de captação têm alto potencial de geração de valor no médio e longo prazo. “No entanto, o aumento no número de cotas impacta temporariamente os indicadores por cota, devido ao intervalo entre a integralização das novas cotas e a entrada das receitas dos ativos adquiridos”, afirmou a Suno Asset em relatório do SNFF11.
RBRP11 rescinde contrato por inadimplência e projeta pagamento milionário
O fundo imobiliário RBRP11 anunciou a rescisão antecipada do contrato de locação das salas de escritório situadas no 19º andar do Edifício River One, em São Paulo, que estavam locadas para a empresa Experience House Produções e Eventos. A locatária não efetuou o pagamento do aluguel correspondente ao mês de fevereiro de 2025, além de não quitar outras despesas relacionadas à locação. Conforme comunicado pela RBR, gestora do FII, outros atrasos do mesmo locatário já tinham sido registrados nos últimos meses.
De acordo com as condições estabelecidas no contrato, a Experience será obrigada a devolver as dependências do imóvel imediatamente. Além disso, a empresa deverá pagar uma quantia total de R$ 6.547.343,17, que corresponde a diversas penalidades decorrentes da rescisão antecipada, incluindo a multa contratual, a devolução do valor concedido a título de cash allowance e outras penalidades previstas no acordo.
A estimativa é de que este pagamento impactará positivamente a receita do RBRP11 em cerca de R$ 0,54 por cota. Caso a Experience não realize o pagamento dos valores devidos e não devolva o imóvel conforme acordado, a gestora do FII, juntamente com o administrador, afirma que tomará as providências legais cabíveis, conforme estabelecido no contrato de locação e na legislação vigente.
VGIA11 anuncia maior lucro em 3 meses e paga dividendos de CDI + 7,1%
O Fiagro VGIA11 obteve um lucro de R$ 9,906 milhões em fevereiro de 2025, o que representou um aumento de 3,88% em relação ao mês anterior. Este valor foi o maior registrado pelo fundo nos últimos três meses.
Com receitas totais de R$ 12,21 milhões no mês, o fundo VGIA11 realizou uma nova distribuição de rendimentos, que totalizou R$ 10,374 milhões, resultando em um pagamento de R$ 0,12 por cota aos investidores. Essa distribuição de dividendos do VGIA11 representou uma rentabilidade líquida de CDI + 7,1% ao ano, calculada sobre o preço médio de negociação da cota em fevereiro.
A Valora, gestora do fundo, enfatizou que, até o momento, não há riscos relevantes nas áreas em que o VGIA11 está investido, e o portfólio segue adimplente, sem perspectivas de problemas para a próxima safra.