Fundos de papel indexados ao CDI ou IPCA? Veja o que dizem os especialistas

Fundos de papel indexados ao CDI ou IPCA? Veja o que dizem os especialistas
Dividendos

O primeiro trimestre de 2024 tem sido marcado por juros altos, com a Selic em 14,25% ao ano, e inflação fora da meta. Nesse contexto, como os Fundos Imobiliários de papel se comportam na escolha entre CDI e IPCA? Quem responde esta questão é Guilherme Antunes, sócio e gestor de crédito imobiliário da RBR Asset, em live com o Marcos Baroni, analista da Suno Research.

Os especialistas abordaram as características e vantagens de cada indexador. O CDI, que reflete a taxa de juros, é considerado uma opção segura para investimentos de renda fixa. Já o IPCA, que mede a inflação oficial, oferece a possibilidade de rentabilidade real, sendo apreciado em períodos de alta inflação.

Antunes destacou que o CDI tem sido o indexador mais atraente para CRIs de curto prazo: “Em ciclos de juros altos como o atual, o CDI oferece retorno imediato e previsível. O IPCA é uma aposta de longo prazo, ideal para proteção contra inflação futura”, explicou.

Baroni complementou que “para investidores que desejam preservar seu poder de compra, o IPCA pode se mostrar mais atrativo, especialmente em cenários inflacionários. Contudo, essa opção implica em riscos, como a volatilidade nas taxas de juros”.

Os especialistas também alertaram sobre a influência das perspectivas macroeconômicas na escolha do indexador. “É imprescindível que os investidores avaliem seu perfil de risco e objetivos de investimento antes de optar entre CDI e IPCA”, disse Antunes.

O gestor da RBR é responsável por diversos fundos de papel, como RBRX11, RPRI11, RBRR11, RBRY11 e PULV11, com ativos indexados tanto em CDI quanto em inflação.

Além do indexador, o investidor de fundos imobiliários precisa considerar outras variáveis

Baroni reforçou a importância da qualidade do crédito, independentemente do indexador: “É essencial avaliar o emissor do CRI, o prazo do título e se há garantias reais, como imóveis lastreando a operação”.

Tanto Guilherme Antunes quanto Marcos Baroni concordam que, com a Selic elevada, os FIIs de CRIs atrelados ao CDI têm atraído mais demanda por sua liquidez.

Antunes só fez uma ressalva: “O IPCA ainda é relevante para prazos longos, mas exige análise cuidadosa da duration. Se a Selic começar a cair, títulos longos podem sofrer marcação a mercado”.

Baroni destacou que fundos com lastro em crédito imobiliário premium são os mais resilientes, independentemente do indexador.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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