SNEL11: estratégia prioriza ativos operacionais com menor risco
A nova estratégia do SNEL11 ocorre diante de um cenário macroeconômico mais desafiador, que tem elevado os custos de desenvolvimento.


O fundo imobiliário SNEL11 tem passado por uma transição em sua estratégia de alocação. Guilherme Barbieri, gerente de infraestrutura da Suno Asset, afirmou que a prioridade tem sido investir em projetos operacionais já consolidados, em detrimento de novos desenvolvimentos.

A mudança ocorre diante de um cenário macroeconômico mais desafiador, que tem elevado os custos de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, reduzido os valores de ativos já em operação.
“Hoje, a gente tem conseguido comprar ativos com menor risco, com o mesmo retorno ou até superior ao do desenvolvimento. Projetos operacionais estão gerando caixa imediatamente e com previsibilidade muito maior”, afirmou Barbieri, em live no canal da gestora no YouTube.
A migração, segundo ele, contribui para aumentar a segurança e a previsibilidade dos rendimentos aos investidores.
O movimento já se reflete nas aquisições recentes do SNEL11, que destinou boa parte dos recursos captados na terceira emissão — de aproximadamente R$ 166 milhões — à compra de ativos em operação.
SNEL11 vem crescendo base de cotistas
Na live, Barbieri destacou que a distribuição de rendimentos em março foi de R$ 0,10 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 14,74%.
O retorno total do SNEL11 no mês foi de 0,8%, sustentado pela distribuição de rendimentos, uma vez que a cota apresentou leve retração ao longo do período. O CDI apurado no mês foi de 0,96%, o IPCA
0,56%, e o benchmark do Fundo, de 1,13%.
O número de cotistas também segue em crescimento e se aproxima dos 30 mil. Ao final de março, o fundo somava 27.730 investidores e um patrimônio líquido de R$ 310 milhões, com P/VPA de 1,07.
Terceira emissão e novos projetos
A terceira emissão do SNEL11 foi concluída no fim de março e totalizou R$ 166 milhões. Os recursos foram direcionados para novos ativos, com destaque para o projeto de Pirassununga, com 3,36 MWp de potência, e a usina Mundo Melhor, que já passou por vistoria e está próxima de iniciar a geração de receita.
Os ativos adquiridos com a terceira emissão já respondem por quase metade do fundo. Barbieri afirmou que a previsibilidade de caixa com esses projetos deve contribuir para a manutenção ou aumento do patamar de distribuição, embora ainda não tenha sido divulgado um guidance oficial.
Valorização patrimonial e resultados acumulados
Outro destaque foi a reprecificação dos ativos adquiridos com a primeira emissão. Segundo Barbieri, os ativos anualmente passam por laudos de avaliação. A reavaliação recente elevou o valor patrimonial das cotas.
Com relação aos resultados financeiros, o gestor destacou que o SNEL11 segue com lucro acumulado e que a tendência é de que a receita operacional cresça com a entrada dos novos ativos. “A estratégia é manter estabilidade na distribuição, com maior previsibilidade e menor risco aos cotistas”, concluiu.