CPTS11 anuncia oferta para captar mais de R$ 250 milhões em cenário desafiador
CPTS11 vai cobrar R$ 8,75 por cota, preço cerca de 15% superior ao atual valor de mercado do fundo imobiliário.


O fundo imobiliário CPTS11 anunciou a realização de sua 13ª oferta de emissão de cotas, com a intenção de captar R$ 254.964.949,11. Se for bem sucedida, a oferta aumentará em cerca de 9,2% o patrimônio líquido do FII, hoje na casa de R$ 2,777 bilhões.

O cenário, no entanto, é bastante desfavorável, já que o preço proposto pela Capitania, gestora do CPTS11, é de R$ 8,75 por cota, próximo ao valor patrimonial do fundo, mas bem acima do preço de mercado do fundo.
O FII CPTS11 fechou nesta segunda-feira (5), primeiro pregão após anunciar a oferta, em queda de 1,46%, com fechamento em R$ 7,45. Esse valor representa um desconto de quase 15% em relação ao preço da oferta, que já inclui os custos de subscrição.
Vale registrar que o CPTS11 teve uma das maiores altas do mercado no mês passado, com valorização de 5,97%, saindo de R$ 7,20 em 31 de março para R$ 7,63 em 30 de abril. A gestão, por enquanto, não divulgou lâmina ou prospecto para informar se os recursos captados terão um objetivo específico, dizendo apenas que a oferta será destinada apenas a investidores profissionais. Na quarta-feira (7) se encerra o prazo para definição do direito de preferência para os interessados em participar da oferta.
CPTS11: como está o portfólio do fundo
O fundo imobiliário CPTS11 mudou sua estratégia desde o segundo semestre do ano passado, deixando de ser prioritariamente um fundo de recebíveis, com foco em CRIs, e passando a atuar como um hedge fund, ou FII multiestratégia, com possibilidade de adquirir qualquer tipo de ativo ligado ao mercado imobiliário.
Em seu último relatório gerencial na semana passada, o FII divulgou um resultado líquido de R$ 24,345 milhões, ou R$ 0,077 por cota. Os últimos dividendos do CPTS11 foram de R$ 0,082, e a gestão informou manter uma reserva de R$ 0,005 por cota para o mês seguinte.
O patrimônio do CPTS11 estava alocado majoritariamente em cotas de FIIs (55,2%) e em CRIs (34,7%). Entre os recebíveis, a maior parte era de títulos com remuneração pelo IPCA, com spread médio de 8,92%.
O fundo registrava, ainda, 13,0% do PL em operações compromissadas, a um custo de CDI + 0,72%. Segundo a gestão, o impacto dessas operações ainda é positivo para a receita do CPTS11, mesmo com a elevação recente da Selic.