Fiagros, SNME11 e RPRI11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (26/5)


Os fundos imobiliários SNME11 e RPRI11 e uma análise do mercado de Fiagros estão entre os destaques desta segunda-feira (26), dia que abre a última semana do mês de maio, que se encaminha para ser o quarto seguido de alta do IFIX.

Na última sexta-feira (23), o índice de FIIs superou novamente sua máxima histórica, ao fechar em 3.440,31 pontos, avanço de 0,10% em relação à véspera e de 0,04% na comparação com recorde anterior, de 3.439,07 pontos, registrado na sexta anterior, 16 de maio.
No mês de maio, o resultado é positivo em 0,81% — abaixo das altas registradas nos últimos três meses. A semana ainda terá a distribuição de dividendos por mais de 20 FIIs e Fiagros e, na sexta-feira (30), o anúncio de dividendos por mais de duas centenas de fundos.
Analistas preveem dias agitados no cenário nacional, com a divulgação do IPCA-15, a prévia da inflação, e dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), além de dados do mercado de trabalho e as notas econômico-financeiras do Banco Central. “Esses números serão fundamentais para calibrar as apostas sobre o próximo movimento do Copom”, aponta Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
Fundos imobiliários reforçam solidez em meio a tentativas de tributação
A indústria de FIIs mostrou resiliência e solidez nos últimos meses, passando sem danos estruturais por ambiente de muita movimentação e repleto de ruídos. Tensões relacionadas à reforma tributária, incluindo vetos, propostas de reclassificação e de aumento de impostos, não foram suficientes para abalar a confiança dos investidores no setor.
Ao contrário: o período recente tem servido como um teste de estresse que validou a maturidade do mercado e sua capacidade de adaptação, apontando para um novo ciclo de crescimento. Desde o início do ano, o IFIX subiu mais de 10% e superou sua máxima histórica, mesmo num cenário de juros em elevação, o que sempre é prejudicial aos FIIs.
A mais recente movimentação aconteceu nesta semana, quando o governo anunciou um aumento do IOF em diversas operações financeiras como parte do esforço para elevar a arrecadação em mais de R$ 40 bilhões. Embora a medida tenha provocado ruídos iniciais no mercado, a ponto de o Ministério da Fazenda recuar quase imediatamente em algumas das mudanças, seu impacto prático sobre os FIIs foi nulo.
RPRI11 entrega retorno ajustado de IPCA + 10,53% e faz mais dois investimentos
O fundo imobiliário RPRI11 fechou abril com um resultado de R$ 4,98 milhões e manteve sua política de distribuição com o pagamento de R$ 1,20 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 17,35% com base na cotação de mercado. A rentabilidade ajustada da carteira foi de IPCA + 10,53% ao ano.
Durante o mês, o fundo realizou dois aportes relevantes: um investimento de R$ 3,1 milhões no CRI Pulverizado MK IPCA, que oferece remuneração de IPCA + 10,50% ao ano, e a integralização de R$ 1,1 milhão no CRI SKR, elevando o total alocado na operação para R$ 9,1 milhões.
O portfólio do RPRI11 encerrou o mês com 25 operações ativas, todas adimplentes. Destas, 95% foram ancoradas pela própria RBR Asset, gestora do FII, responsável por originar, estruturar ou investir em mais de 50% das emissões.
SNME11 tem retorno de 4,04%, com estratégia defensiva e foco em CRIs
O fundo imobiliário SNME11 apresentou desempenho positivo em abril, com resultado distribuível de R$ 0,1405 por cota e distribuição efetiva de R$ 0,11, equivalente a um dividend yield de 1,13% no mês. O valor foi pago em 23 de maio de 2025, restando R$ 0,04 em reserva acumulada distribuível. O resultado total do fundo no mês foi de R$ 1,04 milhão.
A performance foi puxada, principalmente, pela carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), segmento que segue como pilar da estratégia da gestão. Os rendimentos obtidos a partir de investimentos em outros Fundos Imobiliários somaram R$ 282 mil — resultado levemente superior ao registrado em fevereiro. O ganho de capital, por sua vez, foi impulsionado por movimentações pontuais na carteira, totalizando cerca de R$ 145 mil líquidos no mês.
Outro ponto positivo foi a contribuição da estratégia de ações, com dividendos recebidos que somaram R$ 8,9 mil. O fundo da Suno Asset encerrou o mês com cota de mercado a R$ 9,67, enquanto o valor patrimonial por cota era de R$ 9,52, o que sinaliza valorização do ativo. No mercado secundário, o volume médio diário negociado foi de R$ 33 mil.
Fiagros mostram recuperação após ano desafiador e retorno em 2025 passa de 17%
Após um 2024 marcado por dificuldades e incertezas, os Fiagros (fundos de agronegócio) apresentam sinais fortes de recuperação nos primeiros meses de 2025, com retornos que já superam 17%. Esse desempenho reforça o potencial do setor em estabelecer uma trajetória de crescimento, mesmo diante de um cenário econômico desafiador para o Brasil.
O índice Trix Agro, criado para acompanhar o mercado de Fiagros, registrou um retorno de 17,85% neste ano, considerando sua metodologia semelhante à do IFIX e do Ibovespa, com rebalanceamento quadrimestral. Tal desempenho supera outros principais índices de fundos imobiliários e de renda variável, como o IFIX (10,36%) e o IDIV (12,79%).
Entre os fundos de agronegócio que mais se valorizaram neste período, destacam-se o AAZQ11, gerido pela AZ Quest, com alta de 11,87%, e o RURA11, do Itaú, que valorizou 15%. A estabilidade dos preços nas últimas semanas alia-se às expectativas de uma safra mais promissora à frente, reforçando a resiliência do setor.
A recuperação do setor indica uma nova fase de crescimento e fortalecimento, impulso fundamental para os fundos que financiam o agronegócio. Assim, o cenário atual reforça a expectativa de que os Fiagros continuarão a crecer e oferecer resultados positivos aos investidores.