TRXF11, ZAGH11, INFB11 e SNFZ11 são destaques do Bom Dia FIIs (26/8)
TRXF11 anunciou nova venda; ZAGH11, INFB11 e SNFZ11 divulgaram relatórios gerenciais com detalhamento das atividades.


Os fundos imobiliários TRXF11 e ZAGH11, o FI-Infra INFB11 e o Fiagro SNFZ11 estão entre os destaques desta terça-feira (26), dia seguinte a mais uma sessão positiva para o mercado de fundos imobiliários.

O IFIX fechou o primeiro dia da semana em sua terceira alta consecutiva, desta vez de 0,07%, em 3.432,33 pontos, depois de operar em patamar positivo durante todo o pregão.
O mercado de juros fechou em queda, refletindo a redução da expectativa de inflação para 2026 apontada no Boletim Focus, de 4% para 3,97%, após 26 semanas de estagnação. Embora leve, a queda foi vista pelo mercado como mais um sinal de perda de fôlego das pressões inflacionárias que pode levar ao início de um processo de redução da Selic já no começo de 2026.
O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, destaca que os dados do IPCA nos últimos meses mostram uma desaceleração da pressão inflacionária, especialmente dos componentes do núcleo, como o setor de serviços. A queda no preço das commodities também tem contribuído para a redução do preço dos alimentos, provocando menor pressão inflacionária.
Sung alerta, no entanto, que os números anualizados ainda estão acima da meta tanto da meta de inflação, de 3%, como da margem de tolerância, que vai até 4,5%. Isso leva o Banco Central a segurar a Selic em 15% por mais tempo até que uma eventual queda de juros possa começar. Além disso, o mercado de trabalho ainda se mostra bastante fortalecido, o que também pressiona para cima o preço dos serviços.
Confira as principais notícias dos fundos imobiliários:
SNFZ11: Fiagro paga dividendos e fazendas iniciam preparo para próxima safra de soja
O SNFZ11, Fiagro da Suno Asset com foco na valorização patrimonial, pagou nesta segunda-feira (25) os dividendos referentes ao mês de julho, no valor de R$ 0,10 por cota. O dividend yield anualizado da distribuição foi de 13,03%, considerando o preço de fechamento no mês passado, em R$ 9,75.
Este foi o segundo mês em que os dividendos do SNFZ11 alcançaram esse valor, o maior desde a listagem do fundo. A Suno Asset destacou, no relatório de julho, divulgado recentemente, que o guidance de distribuição para os próximos dois meses é de R$ 0,09 e R$ 0,105 por cota.
Os rendimentos tiveram um salto após a aquisição de mais duas fazendas pelo SNFZ11 no mês de junho, a Xavante e a Triângulo da Gaúcha, a tempo de receber os valores de arrendamento pela ocupação das terras. Em julho, a receita imobiliária do SNFZ11 foi de R$ 130,4 mil, valor que se juntou à receita dos CRAs que fazem parte do portfólio, no valor de R$ 423,8 mil.
O SNFZ11 trouxe em seu último relatório novidades sobre a colheita da safrinha de milho, principal cultura de inverno em Mato Grosso. Os resultados positivos não trazem impacto direto para a receita do SNFZ11, já que a rentabilidade do fundo está ligada à produção da soja na última safra, mas anima o Fiagro e os produtores para a safra 2025/26 da soja, cujo plantio em Mato Grosso se inicia oficialmente em 15 de setembro.
INFB11 rende mais que o dobro de benchmark em julho após novas aquisições
O FI-Infra INFB11 avançou na diversificação de sua carteira em julho com a entrada de dois novos emissores: a Oceanpact, por meio da 6ª e 7ª emissão de debêntures, e a Águas de Itapema, concessionária do Grupo Conasa, em sua 3ª emissão de títulos. Segundo o time de gestão da Drýs Capital, ambos já estavam sob acompanhamento há mais de um ano e passaram a apresentar uma relação risco-retorno considerada atrativa.
No caso da Oceanpact, que atua no setor de embarcações de apoio offshore, a melhora nas condições de oferta e demanda, aliada à elevação das diárias, foi determinante para a decisão de alocação. Já na Águas de Itapema, os gestores destacam a baixa alavancagem (0,84x Dívida Líquida/EBITDA no fim de 2024) e a evolução nos indicadores de cobertura de água (100%) e esgoto (77,5%) como pontos de segurança para o investimento.
Segundo os resultados de julho, o fundo teve rentabilidade de 0,71%, mais que o dobro do IMA-B5, seu benchmark, que avançou 0,29%. No acumulado de 2025, o INFB11 soma alta de 7,56%, superando o índice de referência (6,35%) e ficando levemente abaixo do CDI (7,77%). A distribuição mensal segue mantida em R$ 1,00 por cota, com perspectiva de continuidade desse patamar nos próximos meses.
ZAGH11 investe R$ 3,9 milhões em projetos e acumula retorno 194% acima do IPCA
O fundo imobiliário ZAGH11 encerrou julho com a distribuição de R$ 0,06 por cota, o que corresponde a um dividend yield de 0,6% no mês — equivalente a 7,2% ao ano, considerando a cotação de R$ 10,00 registrada em 13 de agosto. O resultado do mês somou R$ 563,5 mil, permitindo a distribuição de proventos aos cotistas no valor de R$ 0,06 por cota.
Durante o período, o FII da Zagros Capital realizou aportes de R$ 1,4 milhão na SPE Ética e R$ 2,5 milhões na SPE Groenlândia 910. No caso da Ética, apenas R$ 80 mil foram direcionados à conclusão da obra, enquanto o restante reforçou o fundo de reserva e as despesas do CRI vinculado ao ativo.
Por sua vez, os recursos destinados à Groenlândia foram aplicados integralmente na execução da obra. O ZAGH11 também movimentou cerca de R$ 5 milhões no mercado secundário, com R$ 1,4 milhão em compras e R$ 3,6 milhões em vendas de FIIs e ações.
TRXF11 fecha venda de loja do Assaí em Goiânia por R$ 89 milhões
O fundo imobiliário TRXF11 anunciou ter fechado um compromisso para a venda de um imóvel de varejo ocupado pelo Assaí (ASAI3) em Goiânia, pelo valor aproximado de R$ 89 milhões. O imóvel tem área bruta locável (ABL) de 17.354 metros quadrados e está alugado em contrato atípico, com vencimento em junho de 2035.
A taxa interna de retorno (TIR) aproximada é de 15% ao ano, correspondente a um retorno líquido de 145% do CDI no mesmo período. O lucro estimado da transação para o TRXB11, FII proprietário do imóvel, do qual o TRXF11 é o controlador e principal cotista, é de cerca de R$ 19 milhões, ou R$ 5,07 por cota. Além disso, o fundo deve ter uma diminuição de alavancagem, com a quitação de um CRI que financiou a aquisição do imóvel, hoje com saldo devedor estimado em R$ 51,5 milhões.
Em relação ao TRXF11, o lucro estimado é de cerca de R$ 0,58 por cota, valor que representa estimativa e não promessa de distribuição de resultado e/ou de rentabilidade, segundo a TRX Investimentos, gestora dos dois fundos. Nesta sexta-feira (29), último dia útil do mês, o TRXF11, anunciará uma nova distribuição de dividendos com guidance projetado, até o fim do ano, entre R$ 0,90 e R$ 0,93 por cota.