Historicamente, um dos investimentos mais tradicionais entre os brasileiros é a compra de imóveis físicos. Mas a partir da criação dos FIIs no ano de 1993, o mercado imobiliário trouxe novas possibilidades aos investidores. Afinal, imóveis ou fundos imobiliários, qual deles escolher para investir?
Quando for necessário tomar a decisão de escolher entre imóveis ou fundos imobiliários, é importante que diversos fatores sejam considerados. Isso porque, embora cada um deles apresentem suas vantagens e desvantagens, cada investidor também terá seus próprios objetivos.
Qual é seu objetivo?
Antes de investir em imóveis ou fundos imobiliários é essencial saber qual é o seu objetivo ao colocar dinheiro em qualquer ativo.
Isso é necessário porque não existe uma escolha correta por si só entre investir em imóveis e fundos imobiliários. A decisão mais assertiva é justamente aquela que está mais alinhada aos interesses e objetivos do investidor.
Os objetivos ao investir no mercado imobiliário geralmente variam entre ganho de capital e geração de renda passiva.
Além dos objetivos diretamente relacionados ao mercado financeiro, há também aqueles que envolvem fatores totalmente pessoais.
Uma das situações prováveis, por exemplo, é aquela em que já se tem um imóvel próprio e recursos para adquirir mais um, porém se tem dúvidas em adquirir outro ativo como este ou utilizar o dinheiro para alocar em fundos imobiliários.
Outra situação é quem tem o dinheiro para investir em um imóvel, mas ainda não o tem. Assim, surge a dúvida se o melhor a se fazer é adquirir o ativo ou usar os recursos para comprar fundos imobiliários, pagando o aluguel de um imóvel com a renda obtida com dividendos de FIIs.
Investir em fundos imobiliários ou imóvel próprio?
As duas situações descritas anteriormente são bastante distintas, já que no primeiro caso, o que pode pesar mais é a questão financeira, em que se busca a geralmente a construção de uma renda mensal.
Se o objetivo for justamente obter essa renda mensal, os FIIs se tornam uma opção mais atrativa, diante de uma decisão entre imóveis ou fundos imobiliários.
Já no segundo caso, existem questões adicionais a serem consideradas, que podem pesar a favor da decisão de comprar um imóvel físico, como:
- Composição familiar;
- Necessidade de instalação em um único local durante muito tempo;
- Preferência de fazer alterações no imóvel conforme a sua escolha.
Sendo assim, decidir entre investir em fundos imobiliários ou imóveis próprios depende de qual a pretensão do investidor e de seus objetivos pessoais.
Para muitos brasileiros, ter a casa própria é uma vontade pessoal e até mesmo um sonho de vida. Se esse for o caso, os objetivos vão além das questões financeiras, mudando totalmente a perspectiva sobre a decisão que deve ser tomada.
Por envolver uma série de variáveis e questões pessoais, é possível antecipar que não existe uma decisão errada ao escolher entre imóveis ou fundos imobiliários, mas sim aquela escolha que melhor se adequa ao perfil do investidor e também aquela mais interessante financeiramente.
Mas e do ponto de vista meramente financeiro e de investimento, os fundos imobiliários são ou não mais vantajosos?
Quais são as outras vantagens de investir em fundos imobiliários?
Considerando questões meramente financeiras, comprar FIIs ao invés de imóveis tem uma série de vantagens.
A primeira delas está no fato de que os imóveis geram gastos adicionais ao seu proprietário, como custo de manutenção, cartório, escritura, mobília, conta de IPTU, etc. Embora esses custos possam ser repassados ao inquilino, na forma de aluguel, existe um risco maior de vacância nos imóveis físicos do que nos fundos imobiliários.
Por conta disso, enquanto o imóvel estiver alugado e contando com a receita advinda do aluguel pago pelo inquilino, os custos envolvidos no ativo acabam sendo quitados pelo próprio locatário. Mas quando o imóvel está vago, esses custos acabam ficando com o proprietário.
Já nos fundos imobiliários, a maioria dos custos dos imóveis é arcada pela administração do fundo. Além disso, a escolha dos ativos é realizada por um gestor profissional, qualificado para comprar os melhores ativos ao fundo, com base em estudos e acompanhamento do mercado.
Por essa razão, o investidor de FIIs terá que pagar uma taxa de administração, justamente para arcar com esses custos que, por sua vez, sai muito mais barato do que os gastos com manutenção de um imóvel físico.
Além disso, ao montar uma carteira de fundos imobiliários, o investidor pode se expor a diferentes imóveis, diversificando por setor, localidade e qualidade dos inquilinos. Isso ocorre porque os FIIs possibilitam comprar várias cotas com preços bastante acessíveis.
Com apenas R$ 100 já é possível começar a investir em fundos imobiliários, enquanto nos imóveis físicos, o investidor compromete um capital muito maior em apenas um único ativo.
Em suma, as principais vantagens de investir em fundos imobiliários são:
- Investir no mercado imobiliário com pouco dinheiro;
- Diversificar os investimentos e reduzir o risco;
- Gerar renda mensal com dividendos de FIIs;
- Receber proventos isentos de Imposto de Renda (IR);
- Maior liquidez, facilitando a venda dos ativos posteriormente.
- Ativos escolhidos por um gestor profissional.
Por todas essas características do FIIs, eles se tornam muito mais vantajosos do ponto de vista dos investimentos.
Financiar um imóvel ou investir em fundos imobiliários?
O financiamento imobiliário é realizado geralmente na aquisição da casa própria. Nesse caso, o desejo pessoal de ter o seu imóvel para si é o que mais pesa na decisão entre imóveis ou fundos imobiliários.
No entanto, ao aderir um financiamento imobiliário, existe a incidência de juros, que varia conforme o cenário atual da economia brasileira.
Para evitar o pagamento de juros, o que muitos fazem é pagar o aluguel de um imóvel, usar o dinheiro que seria utilizado no financiamento para comprar FIIs e gerar uma renda mensal que no futuro seja suficiente para arcar com os custos mensais de moradia, e ainda sobrar um montante para juntar e adquirir um imóvel no futuro.
No financiamento imobiliário, o contratante estará pagando juros para a instituição financeira contratada na operação de crédito. Ao investir em FIIs, o processo é quase o inverso. O investidor passa a construir uma renda mensal, podendo utilizar esse dinheiro para reinvesti-lo e aumentar seus ganhos.
Investir em fundos imobiliários é uma boa opção para todos?
Por fim, há um ponto importante que deve ser considerado na escolha entre imóveis ou fundos imobiliários. Os FIIs estão sujeitos a variação diária em suas cotações, o que pode, a princípio, assustar alguns investidores que não estejam acostumados com a renda variável, principalmente em quedas sucessivas.
Sendo assim, apesar de todas as vantagens dos FIIs descritas, se o investidor não tem o perfil de suportar essas oscilações, talvez adquirir um imóvel físico possa trazer uma tranquilidade maior a ele nesses casos.
Ponderar entre as vantagens de cada ativo, objetivos pessoais e perfil do investidor, é fundamental para entender quem deve ou não escolher fundos imobiliários em detrimento aos imóveis.
Mas afinal, qual é a melhor opção para você: imóveis ou fundos imobiliários? Deixe nos comentários suas dúvidas e sugestões.
