Fundos de papel, SNAG11 e novo FII cetipado estão entre destaques do Bom Dia FIIs (23/4)
Fundos de papel atrelados ao CDI ou ao IPCA? Opinião de especialistas é um dos destaques no noticiário do dia.


Uma análise sobre os fundos imobiliários de papel, o Fiagro SNAG11 e um novo FII cetipado estão entre os principais destaques do mercado nesta quarta-feira (23), dia seguinte a mais um resultado positivo do IFIX. que manteve a tendência de alta verificada antes do feriado prolongado.

O índice de FIIs fechou nesta terça-feira (22) em 3.350,60 pontos, alta de 0,52% em relação ao resultado do pregão anterior, na quinta-feira (17). O IFIX já acumula alta acima de 1% em abril e tem se mantido alheio, desde a semana passada, às oscilações causadas pelo risco de guerra comercial entre EUA e China.
Assim como na semana passada, o IFIX oscilou positivamente durante todo o pregão. O momento positivo não foi afetado nem mesmo pela alta nas taxas de juros de longo prazo ou por falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência no Senado, que deixaram no mercado a impressão de que a entidade manterá uma política monetária dura, com Selic elevada por mais tempo, para manter a inflação controlada.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
SNAG11 lucra R$ 9,8 milhões em março; carteira segue 100% adimplente
O Fiagro SNAG11 registrou no mês de março um resultado positivo de R$ 9,8 milhões e uma performance de 2,20%, considerando a valorização da cota somada aos rendimentos. A carteira de crédito segue saudável, com 100% de adimplência.
O patamar de dividendos do SNAG11 foi mantido em R$ 0,11 por cota, o que corresponde a 110% do CDI bruto ou 130% do CDI líquido, considerando a alíquota mínima de Imposto de Renda. Segundo a gestora, essa faixa de rendimento deverá ser mantida pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2025. O pagamento será realizado na próxima sexta-feira (25).
A Suno Asset, gestora do fundo, acredita que a guerra comercial entre Estados Unidos e China, com o aumento das tarifas chinesas sobre produtos agrícolas norte-americanos, pode fazer com que a demanda asiática se concentre ainda mais no produto brasileiro. Esse movimento pode impulsionar ainda mais o ritmo das exportações brasileiras no primeiro semestre do ano — período em que o país já é, historicamente, o principal fornecedor global.
Fundo imobiliário SNEL11: cotas da 3ª emissão entram em negociação na B3
Os investidores que participaram da 3ª oferta de emissão de cotas do SNEL11, fundo imobiliário da Suno Asset com foco em energias limpas, já puderam negociar as cotas na B3 a partir do pregão desta terça-feira (22). O FII fechou negociado a R$ 8,57, acima do valor da oferta, realizada a R$ 8,55, já considerando as taxas de subscrição.
Na próxima sexta-feira (25), os cotistas que detinham esses recibos até o dia 15 vão receber dividendos do SNEL11 proporcionalmente, no valor de R$ 0,02708 a R$ 0,06201 por cota. A partir do mês que vem, receberão o mesmo valor distribuído aos demais cotistas. A distribuição deste mês foi mantida em R$ 0,10 por cota, um dividend yield mensal de 1,15% considerando o preço de fechamento em 31 de março, de R$ 8,68.
O SNEL11 captou cerca de R$ 166 milhões na oferta, e a equipe de gestão já está concluindo a aquisição de projetos que estavam no pipeline da oferta. Os empreendimentos em foco já estão em operação e possuem 100% de ocupação, gerando fluxos de caixa recorrentes.
Gestora do MANA11 capta R$ 181,4 milhões em novo fundo cetipado
A Manatí Capital, gestora do MANA11, anunciou o encerramento da emissão de cotas do seu novo fundo imobiliário, o Manatí Renda CDI, que visa atuar no segmento de operações de crédito. Durante sua oferta pública, o fundo arrecadou um total de R$ 181,4 milhões com a participação de 6 mil investidores.
O FII é negociado no mercado de balcão da Cetip, caracterizado por menor volatilidade, e foi estruturado em um contexto de alta nas taxas de juros, com o objetivo de oferecer uma alternativa de investimento atrelada ao CDI. A demanda por ativos de crédito e a estrutura baseada exclusivamente em CRIs pós-fixadas visam garantir um retorno maior, principalmente neste contexto de taxa Selic a 14,25%.
No prospecto da oferta, a gestora apresentou 22 operações cujos CRIs poderão ser adquiridos a partir da captação obtida. O foco do novo fundo, segundo o documento, serão operações estruturadas de crédito atreladas ao CDI, principalmente CRIs com estruturação própria e cuja emissão seja aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Fundos de papel indexados ao CDI ou IPCA? Veja a opinião de especialistas
O primeiro trimestre de 2024 tem sido marcado por juros altos, com a Selic em 14,25% ao ano, e inflação fora da meta. Nesse contexto, como os fundos imobiliários de papel se comportam na escolha entre títulos atrelados ao CDI e ao IPCA?
Guilherme Antunes, sócio e gestor de crédito imobiliário da RBR Asset, realizou live com o professor Marcos Baroni, head de FIIs da Suno Research, para abordar as características e vantagens de cada indexador.
O CDI, que reflete a taxa de juros, é considerado uma opção segura para investimentos de renda fixa. Já o IPCA, que mede a inflação oficial, oferece a possibilidade de rentabilidade real, sendo apreciado em períodos de alta inflação. “É imprescindível que os investidores avaliem seu perfil de risco e objetivos de investimento antes de optar pelos fundos imobiliários”, recomenda Antunes.