FI-Infra e FIP-IE: o que esperar para os fundos de infraestrutura em 2025

Gestoras esperam cenário de maior rentabilidade para os FI-Infra e FIP-IE com elevação da Selic prevista ao longo do 1º semestre de 2025.

FI-Infra e FIP-IE: o que esperar para os fundos de infraestrutura em 2025
SNID11 vê bom momento para desenvolvimento de estradas em 2025 - Foto: Freepik

O SNID11, FI-Infra sob gestão da Suno Asset, espera um cenário mais positivo para aquisições de títulos no mercado de infraestrutura para o primeiro semestre de 2025, depois de um 2024 bastante movimentado e com spreads muito pressionados.

No relatório gerencial de novembro, divulgado nesta semana, a gestão do SNID11 destacou que o mercado de debêntures incentivadas alcançou R$ 100 bilhões em captação durante o ano de 2024, confirmando o potencial desse instrumento para financiar o aprimoramento da infraestrutura brasileira.

Vale recordar que as debêntures incentivadas, assim como os FI-Infra, que têm como foco a comercialização desses títulos, oferecem isenção tributária de rendimentos e de ganho de capital.

Dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) projetam que os investimentos em infraestrutura em 2024 devem alcançar R$ 259 bilhões, sendo R$ 197 bilhões correspondentes a recursos privados. E, mesmo assim, ainda há um déficit de investimentos estimado em R$ 266 bilhões, ou 0,6% do PIB. “O maior gargalo está em transportes e logística, onde o gap chega a 1,7% do PIB”, explicou a Suno Asset no relatório.

Do ponto de vista do alocador de recursos, contudo, a enorme demanda por debêntures incentivadas acabou por pressionar bastante os spreads de crédito, ou seja, diante de uma facilidade maior na captação, vinda de FI-Infras, FIP-IE e outros mecanismos de investimentos, as empresas puderam oferecer diferenças menores em relação ao CDI ou ao IPCA. 

“Vimos uma tímida recuperação agora em novembro, mas ainda muito longe dos patamares do primeiro trimestre”, explicou a gestora, destacando alguns fatores positivos, como a alta dos spreads dos títulos públicos, como a NTN-B. “Isso pressiona o custo da dívida das novas emissões, já que elas oferecem sempre um prêmio em relação à NTN-B”, destacou a gestora.

FI-Infra e FIP-IE: SNID11 projeta possível alta em dividendos

O SNID11 destacou no relatório gerencial a ampliação do teto do guidance de dividendos para o primeiro semestre de 2025, estabelecido em R$ 0,13 por cota. O valor dos dividendos do SNID11 nos últimos meses, de R$ 0,10 por cota, agora aparece como banda inferior, ou seja, como valor mínimo a ser distribuído, depois de figurar no centro do guidance para os três meses finais de 2024, de R$ 0,09 a R$ 0,11 por cota.

Segundo a Suno Asset, a mudança se deve ao momento da Selic, que foi elevada em um ponto em dezembro, para 12,25% ao ano, e tem previsão de novas altas ao menos nas primeiras reuniões do ano do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. 

“Esse cenário nos possibilita um horizonte de previsibilidade devido à aderência que o SNID11 por sua indexação ao CDI”, explica a gestão no relatório. O CDI flutua mais ou menos paralelamente à Selic, e deve permanecer alto ao longo do primeiro semestre do ano que vem. 

Em novembro, o FI-Infra SNID11 fechou o mês com patrimônio líquido de R$ 73,5 milhões, majoritariamente alocado em debêntures incentivadas, que entregam uma rentabilidade de CDI + 2,25% ao ano. Com as debêntures comuns, que entregam um spread mais generoso, a taxa média sobre para CDI + 2,48% ao ano.

Para 2025, a gestão do SNID11 projeta uma agenda forte nas concessões de rodovias, depois de alguns processos já concluídos neste ano. De forma geral, a Suno Asset foca suas alocações em “empresas com uma estrutura de dívida bem alinhada com o potencial de geração de caixa”.

“Empresas com dívidas e receitas corrigidas por IPCA e que já não têm mais necessidade de captação se colocam como boas candidatas a emissores que sofreram menos. Hoje temos em nossas carteiras diversas empresas deste perfil. Além disso, ressaltamos que os ativos de crédito do SNID11 tiveram constantes melhoras ao longo do ano, o que ocasionou na melhora de rating da carteira como um todo!, explicou a gestora.

AZIN11 também tem projeções otimistas para 2025

O AZIN-11, FIP-IE (fundo de Investimento em Participações de Infraestrutura) sob gestão da AZ Quest, manteve para janeiro seu patamar de dividendos distribuídos em dezembro, de R$ 1,30 por cota, e mantendo a cota patrimonial blindada de grandes ajustes negativos mesmo com a elevação da Selic.

“Como já deixamos claro, o AZIN11, por ser um FIP-IE de dívida, não necessita investir em debêntures incentivadas, o que tornou possível montarmos uma carteira imunizada do risco de abertura dos spread dessa classe de ativos”, explicou a gestora.

Enquanto os FI-Infra se limitam à comercialização de debêntures, com limite para os títulos não incentivados, os FIP-IE têm a possibilidade de operar também com ações de empresas ligadas ao setor de infraestrutura, que compõem hoje cerca de 11% do patrimônio líquido do AZIN11.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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