HGLG11 faz emissão com taxas 15x maiores que pares do setor de logística

HGLG11 faz emissão com taxas 15x maiores que pares do setor de logística
Emissões

O fundo imobiliário HGLG11, gerido e administrado pela corretora Credit Suisse Hedging-Griffo, chamou a atenção de investidores recentemente por estruturar uma emissão 10x mais cara do que a de outro fundo do setor de logística, o BTLG11. A oitava oferta do fundo do Credit Suisse tem uma taxa de emissão de 2,90%, enquanto os custos da oferta do concorrente, gerido pelo BTG Pactual, é de apenas 0,19%.

Embora ambos os fundos sejam de logística – os únicos desse setor com ofertas em andamento -, as ofertas se diferem. O FII HGLG11 faz uma oferta pública, que demanda esforços de distribuição diferentes do BTLG11, que é restrita. “Os esforços são diferentes, mas, no final do dia, quem paga a taxa é o cotista. Uma taxa de 2,90% é alta mesmo para emissões públicas”, diz uma fonte do setor que prefere não se identificar.

O maior custo da taxa de emissão de cotas é o de distribuição e escrituração. Esse é o valor que fica com o coordenador líder da oferta e com os assessores.

Os percentuais não são fixos e podem ser negociados entre os coordenadores, assessores legais da subscrição e a administração e gestão dos fundos imobiliários, que é quem tem a responsabilidade de escolher os participantes da oferta. Por isso, algumas ofertas podem apresentar custos mais altos do que outras. Além do fato de que alguns desses custos podem ser cortados, a depender do caso.

No caso da oferta do FII HGLG11, o Credit Suisse ocupa as posições de gestor, administrador e coordenador líder, e determina qual será o valor da taxa que será retirada da emissão — e do bolso do investidor — e será repassada ao banco.

Emissão HGLG11

Emissão HGLG11

Diferenças entre ofertas públicas e restritas

Ofertas públicas e restritas possuem diferenças entre elas que podem influenciar o valor da taxa de emissão de cotas. Enquanto a oferta restrita — também conhecida como oferta 476 — é menos burocrática e requer menos documentação, a oferta pública tem mais procedimentos e comprovações, o que encarece o processo.

Outros valores, como a taxa da B3 e da CVM para listagem, registro e análise da distribuição são padronizados representam uma parcela menor da oferta.

Outro fator que encarece ofertas públicas é o fato de que elas precisam de uma distribuição maior para que os cotistas possam ser informados de sua realização. Normalmente, essa estrutura é remunerada com uma pequena parte dos custos. Ainda assim, ofertas públicas recentes passaram a praticar taxas menores.

Para simplificar: as taxas são pagas pelo investidor. Seja quando são embutidas no valor da subscrição ou quando são absorvidas pelo fundo imobiliário — e pago pelo cotista ao receber menos rendimentos.

Como esse dinheiro sai do bolso do investidor, é importante analisar com atenção as taxas praticadas pelos FIIs. Segundo fontes, a questão da taxa de emissão de cotas é um tema que mede a eficiência da oferta para o fundo imobiliário e também para os cotistas. Ofertas mais caras são menos vantajosas para novos investidores e também para os cotistas que já tem posição no FII.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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