FIIs de CRI são beneficiados com a Selic em alta? Confira!

FIIs de CRI são beneficiados com a Selic em alta? Confira!

Com o aumento progressivo da taxa básica de juros, a Selic, muitos investidores ainda têm dúvidas sobre quais fundos imobiliários são mais atrativos. Com a inflação ainda em crescimento, resta saber se, de fato, os FIIs de CRI ou fundos de recebíveis são boas “apostas” para proteção de patrimônio. 

Com a Selic no patamar atual (11,75%), a tendência de muitos investidores é encontrar na Renda Fixa opções de investimento de menor risco e rentabilidade interessante. Porém, os fundos de papel ou FIIs de CRI, que investem em ativos de crédito, são capazes de entregar rentabilidades superiores aos títulos públicos, conferindo proteção aos investimentos. 

Os FIIs de CRI investem em títulos de renda fixa do setor imobiliário, principalmente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), além de fazer aportes em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e outros. Alguns desses fundos também aplicam seus recursos em cotas de outros fundos imobiliários.

FIIs de CRI pagam acima da inflação

Deste modo, a maior característica dos FIIs de CRI é justamente entregar uma rentabilidade acima da inflação, uma vez que todos os meses os ativos desses fundos pagam prêmios acima do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo). Da mesma forma, esses fundos possuem ativos atrelados ao CDI. Ou seja, uma vez que a taxa selic sobe, o fundo entrega rendimentos acima da taxa. 

Isso significa que, independente do contexto inflacionário, os fundos imobiliários, principalmente os de recebíveis, conseguem ser atrativos até mesmo com o aumento da taxa selic. Quem deu destaque a esta questão foi o analista João Vítor Feitas, da Toro Investimentos: “Nós vemos muitos fundos de papéis que têm grande parte da carteira atrelada ao próprio CDI, bem como à inflação e a taxas pré-fixadas”.

Consequentemente, reforçou o analista, os FIIs de CRI tornam-se opções relevantes no contexto atual, pois, com “o aumento do CDI, que anda de mãos dadas com a Selic, acaba contribuindo para o bom desempenho dos fundos de papéis, inclusive para o aumento da distribuição de proventos.”

Os riscos precisam ser analisados

Porém, os FIIs de CRI também precisam ser analisados sob a ótica do risco. Como salietou o analista Marcos Baroni, da Suno, “um FII de Papel é essencialmente um ativo de crédito com lastro imobiliário. Isso quer dizer na prática que o fundo “empresta” dinheiro em troca de um fluxo de caixa mensal, atrelado à inflação (ou CDI)”. 

Por isso, existe o risco de crédito, uma vez que a empresa devedora pode não cumprir com suas obrigações e dar o “calote”. Desta forma, os FIIs de CRI de qualidade possuem ativos com amplas garantias. Baroni  disse que em caso de não pagamento da dívida, “o Gestor tem de buscar as ‘garantias’ que, via de regra, são imóveis e/ou mesmo o aval dos sócios de quem tomou o crédito”.

Sendo assim, de fato os FIIs de CRI se beneficiam com o aumento da taxa selic e com a inflação em patamares elevados. Mas o investidor precisa estar atento aos ativos que esses fundos possuem em carteira, diversificando seu portfólio e equilibrando risco e retorno. 

 

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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