FoFs: o que os gestores podem fazer para salvar os fundos de fundos?
Os FoFs – ou fundos de fundos, que são FIIs que investem em cotas de outros fundos imobiliários – estão em queda no mercado. Com cotas cada vez mais pressionadas, muitos investidores têm dúvidas sobrei investir nesses fundos. Uma pergunta enviada ao Marcos Correa, que é especialista em FIIs da Suno Research, é bastante ilustrativa neste ponto, que questiona: o que os gestores podem fazer para salvar os FoFs em queda? Correa responde!
Na visão do especialista da Suno, salvar os FoFs talvez dê uma ideia de que os fundos de fundos não estão desempenhando bem, mas não é o caso. “Hoje, os FoFs dão várias oportunidades de compra, pois estão descontados e estão pagando dividendos generosos”, afirma o Correa.
Neste caso, em termos de aportes, os fundos de fundos estão interessantes. Porém, eles estão muito desvalorizados em relação ao seu valor patrimonial, não porque são ruins, mas porque essa é uma característica dos fundos de fundos, diz o especialista da Suno Research.
Marcos Correa explica que os fundos de fundos têm uma característica única no mercado. O valor patrimonial deles é principalmente o valor de mercado dos fundos que ele tem em carteira.
“Ou seja, se esses FIIs se desvalorizarem, o VP do fundo começa a cair e consequentemente, os rendimentos também pode cair, pois o ganho de capital é um elemento forte dentro desses fundos de fundos”, complementa.
Por isso, Correa explica que os investidores tendem a precificar para baixo o preço das cotas no mercado secundário.
Como “salvar” os FoFs na versão de Marcos Correa
Antes de tudo, Correa diz que a expressão “salvar os FoFs” talvez não seja tão adequada, mesmo assim ele “traz a fórmula” que pode ajudar esses fundos. “Uma melhoria que poderia ser feita seria uma ampliação do seu regulamento, permitindo que o FoF invista em outros produtos, tornando-se um pouco mais amplo, algo semelhante aos recentes fundos Hedge Fund FII”, destaca Correa.
Ele lembra que os Hedge Fund FII são fundos multiestratégia que investem em quase tudo desde ações imobiliárias, FIIs, FIDCs, FIPs e outros ativos do setor imobiliário. Correa acredita que se os FoFs investissem em mais produtos além das próprias cotas de FIIs, eles estariam em melhor posição quando o mercado estiver em baixa.
Esse tipo de modelo mais híbrido permite o gestor contornar certos cenários. “Se o mercado de CRI estiver ruim ou se comprar cotas de FIIs estiver ruim, seria possível investir em outra coisa”, cita Correa. Por isso, ele acredita que ampliar o regulamento dos FoFs pode permitir o gestor investir em outras alternativas.