Fundo imobiliário não paga dividendos desde janeiro: qual a situação do VPPR11?
O fundo imobiliário VPPR11, que atua na gestão de lajes corporativas, anunciou recentemente duas novas locações para o edifício Evolution, na região de Alphaville, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Os acordos vão reduzir a vacância total do FII de 34,6% para 29,7%, mas a gestão não informou sobre a possibilidade da retomada da distribuição de dividendos, interrompida há mais de seis meses.
Os dois contratos são com empresas do setor de jogos e entretenimento online. Um deles prevê a locação de todo o 18º andar, com ocupação de 1.734,34 metros quadrados, duração de 36 meses e receita mensal de R$ 130.074,75. Passado o período de carência, o contrato impactará o resultado do FII em cerca de R$ 0,02 por cota.
O outro acordo se refere a dois conjuntos do 15º andar, numa área total de 872,04 metros quadrados, com o valor de R$ 43.602,00. A duração também será de 36 meses, com impacto mensal projetado de R$ 0,006 por cota. Com as duas locações, a ocupação física do Evolution aumenta para 56,6%.
A V2 Investimentos, gestora do fundo, não citou para quando projeta a volta da distribuição de dividendos, que não acontece desde janeiro deste ano. Na ocasião, o valor foi de R$ 0,07 por cota, o fundo ainda tinha gestão da XP Asset e era negociado com o ticker XPPR11.
Fundo imobiliário VPPR11: entenda a situação
A última grande movimentação de ativos foi em janeiro, quando o FII concluiu a venda de seu principal ativo, o Faria Lima Plaza, do qual detinha 40% da propriedade, ao CPOF11. Foi uma transação que se arrastou por meses, e o VPPR ainda tem cefrca de R$ 78 milhões a receber.
Desde 1º de fevereiro, a V2 assumiu a gestão do fundo, após aprovação em assembleia geral extraordinária (AGE) convocada por um grupo de investidores. No último relatório gerencial, a empresa informou para o VPPR11 um patrimônio líquido de R$ 297,4 milhões (R$ 40,55 por cota) e uma dívida líquida de R$ 200 milhões.
O fundo detém a posse de dois imóveis em Alphaville, o Evolution e o iTower, com uma área bruta locável (ABL) total de 52,9 mil metros quadrados. A gestão vem conseguindo reduzir os índices de vacância, mas o resultado financeiro do semestre foi um prejuízo líquido de R$ 86,8 milhões, ou R$ 11,86 por cota.
Os resultados derrubaram a cotação do FII, que deixou a carteira teórica do IFIX em setembro do ano passado e fechou nesta quinta-feira em R$ 12,70. Isso representa um desconto de quase 70% em relação ao valor patrimonial por cota.
Pela regulamentação do mercado, um fundo imobiliário só precisa distribuir dividendos aos cotistas no caso de lucro em regime caixa. A gestão do VPPR11 diz que vem atuando com empenho em “reduzir a vacância e recolocar o fundo em trajetória consistente de desempenho”.
