Fundos imobiliários “diferentões”: veja os segmentos de FIIs mais curiosos da Bolsa
Existem alguns fundos imobiliários "diferentões" na B3, que são alguns dos segmentos de FIIs mais curiosos presentes na Bolsa. Veja quais.
Os fundos imobiliários completaram 30 anos neste mês de junho, sendo marcado por um forte crescimento nesses últimos anos. Conforme o número de FIIs aumenta e os segmentos de atuação também, as opções para o investidor se tornam cada vez mais diversas.
Acompanhe o Suno Notícias e o FIIs.com.br em mês temático sobre fundos imobiliários, neste link.
O Grupo Suno dedicará o mês de julho para comemorar os 30 anos dos FIIs, com patrocínio de patrocinados por Iridium (do IRDM11), Fator, TG Core, REC, Guardian e XP Asset. Por meio de vários canais (redes sociais, notícias, vídeos, lives e conteúdos por e-mail), vamos levar informações sobre tudo que precisa saber sobre essa classe de investimento.
Embora alguns segmentos de fundos imobiliários estejam entre os favoritos dos investidores, podem aparecer FIIs bastante curiosos no mercado, caso do CARE11, do setor de cemitérios.
Fundos imobiliários “diferentões”: o que é o CARE11?
O CARE11 é um fundo imobiliário que teve início em dezembro de 2011, tendo como principal objetivo comprar participações em empreendimentos imobiliários no setor death care, ou seja, relacionado a oferta de planos e serviços funerários.
O FII CARE11 tem uma participação de 20,28% no capital social do Grupo Cortel, que é a maior gestora verticalizada de cemitérios e crematórios presente no Brasil.
Assim, conforme relatório gerencial do mês de maio, esse fundo imobiliário de cemitérios tem sua carteira composta por:
- Cortel Holding – 55%
- Cemitério Parque Terra Santa – 29%
- Jazigos Cemitério Morumby – 16%
Fundo imobiliário de cemitérios é rentável?
Apesar de ser um fundo imobiliário curioso e diferente dos demais presentes na Bolsa brasileira, o CARE11 não vem performando bem na B3. Isso porque desde setembro de 2021 o FII não paga mais dividendos.
Pela legislação, os FIIs precisam distribuir pelo menos 95% dos resultados de caixa auferidos no semestre aos seus cotistas. Sendo assim, presume-se que o CARE11 esteja tendo prejuízo nos últimos semestres, já que não pagou mais proventos.
No entanto, não se sabe até o momento quais seriam esses prejuízos, já que os relatórios gerenciais desse FII são poucas vezes divulgados ao mercado e, quando anunciados, não trazem detalhes sobre os resultados operacionais.
Sendo assim, o investidor acaba tendo acesso a poucas informações financeiras do fundo, o que acaba afetando a confiança dos investidores sobre quando o FII poderá voltar a pagar dividendos e qual seria a saúde financeira desse FII, o que reflete em seu preço na B3. Nos últimos 12 meses, a cotação do fundo CARE11 caiu 50,99%, segundo o portal Status Invest.
Outros setores mais “incomuns” de fundos imobiliários
Atualmente, os setores de fundos imobiliários são:
- Agências de bancos
- Educacional
- Fundo de desenvolvimento
- Fundo de Fundos (FOFs)
- Hospitalar
- Hotéis
- Imóveis comerciais
- Imóveis industriais e logísticos
- Imóveis residenciais
- Indefinido
- Lajes corporativas
- Híbridos
- Papéis
- Shoppings
- Varejo
Dessa lista, outro segmento curioso do mercado de fundos imobiliários é o hospitalar, ou seja, os FIIs que lidam de forma direta com hospitais. Nesse caso, são 6 fundos desse tipo presentes no Brasil, segundo o portal Status Invest:
TICKER | PREÇO | GESTÃO | DY | P/VP | Nº DE COTISTAS |
HCRI11 | R$ 273,78 | Passiva | 9,4 | 0,89 | 3.100 |
HUCG11 | R$ 87,50 | Passiva | 7,7 | 0,85 | 230 |
HUSC11 | R$ 100,10 | Passiva | 10,7 | 0,69 | 778 |
HUSI11 | R$ 1.136,80 | Ativa | 9,77 | 1,03 | 89 |
NSLU11 | R$ 178,56 | Passiva | 9,15 | 0,9 | 6.500 |
NVHO11 | R$ 10,19 | Ativa | 9,66 | 0,73 | 2.200 |
O mais relevante entre eles é o NSLU11, que possui o maior número de cotistas, e recentemente fazia parte da carteira teórica do IFIX.
O NSLU11 é o proprietário do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, de modo que o ativo faz parte da exploração comercial via locação, arrendamento ou posterior venda do imóvel.
Recentemente, o imóvel foi renomeado como Rede D’Or São Luiz S.A. Unidade Jabaquara, já que o único inquilino é a Rede D’Or (RDOR3).
Além de 198 leitos e 2,3 mil médicos cadastrados, o local tem uma interligação com o Hospital da Criança, que está associado a outro fundo imobiliário de hospital, o HCRI11.
Vale ressaltar que, quando se denomina como setores “incomuns” do mercado de FIIs, estamos nos referindo a segmentos de fundos imobiliários menos explorados pelo mercado.
Nesse sentido, além do hospitalar e o de cemitérios, também podem ser destacados como “incomuns” os de agências de bancos, e o de imóveis residenciais, que curiosamente são FIIs que investem diretamente em casas, apartamentos e condomínios.
Quais setores de FIIs ainda poderão ser explorados?
Apesar do mercado de fundos imobiliários ter diversos segmentos distintos, conforme novos foram sendo criados ao longo dos anos, será que ainda há espaço para mais crescimento em setores ainda não explorados?
Rodrigo Possenti, head da área de fundos imobiliários do Fator, não acredita que novos segmentos relevantes devam surgir no mercado de fundos imobiliários. Para ele, a tendência é de que os mandatos dos FIIs já existentes possam se tornar mais flexíveis e abrangentes.
Assim, os gestores teriam maior liberdade de alocação de recursos dos FIIs, abarcando no portfólio outros tipos de imóveis, o que diminuiria a necessidade de criação de segmentos mais específicos.
Já Gabriel Diniz Junqueira, analista agro da Santa Fé Investimentos, entende que dos segmentos existentes na atualidade, um dos que possuem potencial de crescimento é o de saúde, ou seja, o de hospital.
“O segmento de saúde possui um potencial enorme para ser explorado. Fundos imobiliários de hospitais e empreendimentos neste setor até existem, mas são bem escassos ainda”, conclui.