FIIs em 2023 devem ter volatilidade, mas com oportunidades, diz gestora do PVBI11
A VBI, gestora do PVBI11 e outros fundos imobiliários, está cautelosa com o ano de 2023, vendo um cenário de incertezas e volatilidade. “O primeiro semestre deve ter taxas de juros ainda altas, mas com uma possibilidade de inversão a partir do segundo semestre”, comenta Rodrigo Abbud, gestor dos fundos da VBI.
Mas se engana quem acha que a gestora está pessimista com o que vem pela frente. A equipe do PVBI11, fundo de lajes corporativas, e do CVBI11 (fundo de CRI), destaca que não faltarão oportunidades no mercado.
Mesmo na primeira metade do ano, que ainda terá maior incerteza quanto ao cenário econômico, o gestor projeta que haverá possibilidades de bons negócios, porém, com captação mais restrita.
Já no segundo semestre, a “história será outra”. Abbud acredita que haverá uma nova janela de investimentos para os FIIs, principalmente com novas emissões de cotas. No mercado de FIIs, as ofertas de cotas são importantes para captação de recursos e crescimento dos fundos.
Porém, a gestora do PVBI11 acredita que isso não será uma realidade para todas as gestões. Pelo contrário, “apenas os FIIs que tenham comprovado a qualidade de seu portfólio e gestão terão melhor ‘sorte’ em 2023”, comenta Abbud.
2022 foi um ano desafiador, mas quem estava atento pegou bons movimentos
Abbud afirma que a VBI previu os desafios do ano de 2022. “Tínhamos desde o início uma perspectiva de juros altos, com uma possibilidade de inversão assim que se controlasse a inflação”, comenta.
Esse cenário se comprovou. No início do ano, os fundos de papel aproveitaram as captações e alocações com o CVBI11 e AVBI11. A partir do 3º trimestre, houve uma maior atividade dos fundos de tijolo com uma inversão nas taxas de juros.
E a gestora realizou emissões de cotas do EVBI11 e do PVBI11, fundos que também fizeram compras e vendas de ativos.
De toda a projeção do ano, o único ponto que não estava previsto era um cenário “pós-eleitoral tão hostil com preocupações fiscais, aumento de inflação e taxa de juros elevadas por mais tempo”, lamenta Abbud.
Isso tem impactado negativamente a indústria de fundos imobiliários, principalmente com a desvalorização das cotas dos FIIs.
Gestora do PVBI11 comenta sobre principais acertos em 2022
No geral, as dificuldades do mercado não anularam os ganhos do ano. A gestora se considera conservadora em suas decisões, principalmente em momentos de maior incerteza e volatilidade.
“Nossas alocações sempre priorizam ativos de qualidade em termos de localização, especificações técnicas e governança”, afirma Abbud.
Os fundos de tijolo, como PVBI11, LVBI11 e EVBI11, não tiveram vacância significativa, repassando inflação aos seus contratos de locação sem oscilação no fluxo de caixa.
O mesmo foi destacado pela gestora em relação aos fundos de papel sob sua gestão, que “só sofreram em pagamentos que estavam atrelados à inflação nos meses deflacionários”, destaca.
De modo geral, um dos aspectos mais críticos para os fundos imobiliários no ano foi a alavancagem. Com juros mais elevados, os FIIs mais endividados sofreram bastante. No caso da VBI, o gestor enfatizou que os fundos sobre sua gestão não sofreram tanto.
Uma das razões foi a venda de ativos para capturar ganhos e ainda pagar dívidas, como foi o caso do PVBI11. Para 2023, a gestora quer seguir com a mesma estratégia, sendo cautelosa, mas atenta às oportunidades.