IFIX tem leve alta no último pregão de 2024, mas fecha ano em queda de 5,89%
IFIX teve alta de 0,11% no último dia, puxado por movimentação de investidores em busca de dividendos anunciados por FIIs.
O mercado de fundos imobiliários fechou o ano em leve alta, puxado pela movimentação de anúncio de dividendos por mais de 150 FIIs nesta segunda-feira (30), mas insuficiente para zerar o resultado negativo acumulado pelo IFIX em dezembro.
O índice de FIIs terminou o último pregão do ano em 3.116,28 pontos, valorização de 0,11% em relação ao resultado de sexta-feira (27). O resultado final de dezembro, contudo, foi uma queda de 0,67% em relação ao fechamento de novembro, em 3.137,33 pontos.
O IFIX até superou esse valor no começo do pregão desta segunda, batendo na máxima de 3.139,70 pontos por volta das 10h30, mas não conseguiu sustentar o valor. Mesmo assim, ainda se manteve em patamar positivo, fechando na quinta alta seguida. No ano, o IFIX fechou com queda de 5,89% em relação ao último dia útil de 2023, quando o índice parou em 3.311,43 pontos.
O cenário há 12 meses, porém, era bem diferente do atual. Em meio a um cenário de queda de juros, com projeção de redução ainda maior para o restante do ano, o índice acumulou alta de 4,25% em dezembro de 2023 e fechou o ano com valorização de 15,50% em relação ao fim de 2022.
Esse cenário, porém, se alterou a partir do segundo trimestre. O IFIX ainda registrou sua máxima histórica em 12 de abril, em 3.423,95 pontos, mas depois caiu aos primeiros sinais de deterioração das expectativas de corte na Selic, devido à combinação de incertezas sobre as contas públicas, a valorização do dólar e as pressões inflacionárias.
O cenário se alterou de vez a partir de setembro, quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) iniciou um novo ciclo de alta para a Selic, que chegou a 10,5% ao ano em sua mínima e, depois de três altas, terminou o ano em 12,25%, com projeções de novas altas ao longo de 2025.
IFIX recupera parte das perdas de dezembro; analistas ainda veem desconto excessivo
O resultado de dezembro se desenhava ainda pior no início do mês, após a reação negativa do mercado ao pacote fiscal apresentado pelo governo, que aumentou a pressão sobre o dólar e os juros futuros e derrubou os resultados dos mercados de renda variável.
Data | IFIX | Variação do mês | Variação do ano |
31/01/2024 | 3.333,51 | 0,67% | 0,67% |
29/02/2024 | 3.360,00 | 0,79% | 1,47% |
28/03/2024 | 3.408,15 | 1,43% | 2,92% |
30/04/2024 | 3.381,79 | -0,77% | 2,12% |
31/05/2024 | 3.382,34 | 0,02% | 2,14% |
28/06/2024 | 3.347,33 | -1,04% | 1,08% |
31/07/2024 | 3.364,78 | 0,52% | 1,61% |
30/08/2024 | 3.393,55 | 0,86% | 2,48% |
30/09/2024 | 3.305,97 | -2,58% | -0,16% |
31/10/2024 | 3.204,84 | -3,06% | -3,22% |
29/11/2024 | 3.137,33 | -2,11% | -5,26% |
30/12/2024 | 3.116,28 | -0,67% | -5,89% |
O auge aconteceu no dia 19 de dezembro, quando o IFIX caiu até seu pior resultado em 2024, em 2.878,39 pontos, o que deixava o acumulado de dezembro em queda de 8,25% e o do ano em 13,08%.
Depois disso, o índice fechou o ano com cinco altas seguidas, recuperando parte dessas perdas. Na visão de especialistas, o mercado percebeu que muitos fundos vinham sendo negociados com descontos excessivos sem que houvesse necessariamente uma queda nos fundamentos, e muitos investidores aproveitaram os preços baixos para ir às compras.
O professor Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno, afirmou que os primeiros dias de 2025 devem ser vistos com cautela. “Não dá para dizer que os preços pararam de cair, mas ainda é possível explorar boas oportunidades em médio e longo prazo, com bom dividend yield”, aponta.
O IFIX é o principal índice do mercado de fundos imobiliários. Sua carteira teórica conta com 114 FIIs de todos os segmentos, selecionados pela B3 a partir de indicadores como valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas, entre outros fatores. Na próxima segunda-feira (6) será divulgada a versão definitiva da nova formação da carteira, que deve valer até abril de 2025.