Renda mensal é o atrativo dos fundos imobiliários, afirma Tiago Reis, da Suno Research

Especialista apresentou em evento outras opções de 3 ativos que também pagam dividendos recorrentes

Renda mensal é o atrativo dos fundos imobiliários, afirma Tiago Reis, da Suno Research
Renda mensal é o atrativo dos fundos imobiliários, afirma Tiago Reis, da Suno Research. Foto: divulgação/FII Experience

No encerramento do FII Experience nesta quinta-feira (21), na B3 em São Paulo, Tiago Reis, fundador da Suno Research e sócio do Status Invest salientou que o grande atrativo para o crescimento dos fundos imobiliários foi foram os dividendos mensais.

Segundo ele, por uma simples razão. “As pessoas têm gastos mensais e os dividendos casam com as necessidades delas, isso fez a popularização dos FIIs”.

O especialista ressaltou também que há outras classes de ativos que pagam rendas mensais recorrentes e elencou três deles, a saber:

Fiagros

Tiago lembra que servem para financiar a cadeia do agronegócio. Mas às vezes as pessoas não se interessam porque a terra paga um yield um pouco mais baixo, no entanto é preciso ver ao longo do tempo. “Não olhem só o yield”, afirma.

Ele menciona que a produtividade no campo ainda é baixa, cerca de 3%, o que traz um potencial para o investimento, como os múltiplos de shoppings. Além disso, o agro não fecha em pandemia como o shopping, diz. Ainda segundo o especialista, o Fiagro pode fazer o financiamento no longo prazo, diferente dos bancos, que fazem no curto e com prazos mais curtos.

“Em 2021, 9 dos dez grandes financiamentos era de FIIs, mas antes não era assim. Com os Fiagros pode ser assim também”. Cerca de 80% do financiamento no agro hoje é de custeio. “É um oceano azul”, afirma.

>FI-Infra

Segundo Tiago, os Fundos Incentivados de Infraestrutura (FI-Infra) estão em fase bem embrionária ainda, mesmo não sendo tão novos. Mas não ganharam a popularidade que poderiam ter. “Todos sabem que falta dinheiro para o governo para infraestrutura. Isso não significa que essa necessidade não possa ser suprida, por meio do mercado de capitais”, afirma. Ele lembra que 44% da população não tem acesso a saneamento básico, por exemplo.

“Pode ser até externo, fundos soberanos de fora, mas esse dinheiro pode vir, porque não paga imposto nem no lucro”, avalia, lembrando que são debêntures de infraestruturas que precisam de aprovação, são incentivadas.

E ainda tem o dividendo mensal, com um risco menor, pois tem grande custo na execução, como licenças e depois tem cash call, depois de construir e alugar é coletar o aluguel. “Em geral tem ativos já maduros, raramente se financia a construção, mais o que já está andando”, diz.

Fip-IE

Este é só para investidores qualificados. É equity, entra no risco do projeto de infraestrutura no começo. Alguns se alavancaram e fizeram 10 vezes o capital, porém correram risco. Fazer uma linha de transmissão entra risco do preço do aço, licenças. Essa é a diferença, entra mais no equity, mais risco. Paga ganho de capital e para é para qualificados.

Concorrentes ou complementares?

Na visão de Tiago Reis, tanto o Fiagro quanto o FI-Infra são complementares aos fundos imobiliários pois trazem perfis de risco diferentes. Segundo ele, quando há algum evento de crise – caso da pandemia – cada um impacta de forma diferente diversos setores.

“O imobiliário é muito ligado à economia interna, assim como a infraestrutura, embora ligada a serviços em geral muito essenciais e que raramente as pessoas cortam numa crise, como saneamento, telefonia. E o agronegócio tem uma característica de exportação, é o que mais cresce e onde estão as maiores receitas”, salienta.

Ainda de acordo com Reis, diversificação setorial é boa para o cotista e também para os gestores. “Esses altos e baixos reduzem a pressão do investidor sobre o gestor e também ajuda o investidor a passar por essas fases que quase todo segmento vai ter mais desafiador de maneira mais tranquila”, finaliza.

Quer construir uma carteira de Fiis alinhada com os seus objetivos? Clique aqui e fale agora mesmo com um especialista.
foto: Juliana Colombo
Juliana Colombo
Editora

Editora do site FIIs.com.br, é jornalista de economia há 15 anos. Atuou nas maiores redações do país, como TV Globo, CNN, Valor Econômico, Folha de S. Paulo. Já ganhou o Prêmio Folha de Jornalismo e também os da Abecip e do Itaú-IBGC. Foi gestora de núcleo editorial em agência de comunicação empresarial, editora-chefe de revista de negócios e gerente de conteúdo na CNN Brasil, do site CNN Brasil Business.

últimas notícias