SNCI11: fundo imobiliário atinge cotação máxima, impulsionado por transparência
SNCI11 atinge boa valorização, na versão da gestora, devido à clareza com que as informações são apresentadas nos relatórios do FII.


O SNCI11, fundo de recebíveis imobiliários gerido pela Suno Asset, atingiu a cotação máxima ajustada desde a listagem, ao ser negociado a R$ 90,79 no mercado secundário na manhã desta sexta-feira (25).

O recorde veio no dia em que o FII realizou o pagamento dos dividendos referentes aos resultados de março, no valor de R$ 1,00 por cota. Também contribuiu para a valorização, na visão da gestora, a divulgação de um relatório gerencial robusto referente ao mês passado, que reforçou a transparência da gestão e detalhou pontos-chave da estratégia do fundo.
Com um desempenho de +8,80% em março, o fundo superou a valorização acumulada pelo IFIX no mês (6,14%) e consolidou uma trajetória de reprecificação positiva iniciada no primeiro trimestre, em meio a um cenário desafiador para o mercado de FIIs.

O marco mais simbólico do documento é a introdução de uma seção de Perguntas Frequentes (FAQ), que trata abertamente de temas sensíveis como alavancagem, investimentos em outros FIIs, linearização dos proventos e eventuais conflitos de interesse. A iniciativa foi bem recebida pelo mercado, uma vez que adiciona previsibilidade e reforça o alinhamento da gestora com os cotistas.
A alavancagem total do fundo, por exemplo, foi explicada em termos de impacto marginal no caixa (6% do PL) e custo inferior ao retorno da carteira (CDI +1%, ante retorno estimado de 19,32%).
SNCI11: saiba mais sobre o fundo da Suno Asset
No mês de março, o SNCI11 distribuiu R$ 1,00 por cota — mantendo sua política de proventos estáveis — e reportou um dividend yield anualizado de 13,16%, ligeiramente superior à mediana dos seus pares. A cota de mercado fechou o mês a R$ 90,05 e continuou se valorizando até romper os R$ 90,71 na abertura do dia 25 de abril.
No mesmo relatório, a Suno Asset confirmou que o fundo opera com um P/VP de 0,93x e um yield all-in líquido de 19,49% ao ano, o que reforça a atratividade relativa frente a NTN-Bs ou CDI.
A estratégia do fundo permanece centrada em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), com tática de alocação em ativos de risco médio (“middle-risk”), diversificação entre setores (incorporação, energia, saúde, infraestrutura e agronegócio) e indexadores (IPCA, CDI, INCC). Ao todo, o fundo possui 45 ativos na carteira, com duration média de 2,15 anos e yield ponderado de 20,31% para os CRIs.
Em termos de governança, o SNCI11 se destaca entre os pares por suas taxas competitivas — 0,70% de taxa de gestão, sem performance ou estruturação — e por descontar as taxas de administração sobre as cotas de outros FIIs em carteira, como o SNME11. Esse tipo de prática reforça o alinhamento com os cotistas e mitiga potenciais conflitos de interesse
A resposta positiva do mercado à comunicação reforçada sinaliza uma possível virada estrutural na precificação do fundo. Num ambiente onde a confiança é um ativo valioso, a Suno Asset optou por dobrar a aposta na transparência — e vem sendo recompensada.
O SNCI11, antes alvo de críticas e mal-entendidos sobre composição de carteira e risco de crédito, passou a ser reavaliado como um case de execução disciplinada e entrega de retorno real. A depender da continuidade desta postura proativa, o fundo pode consolidar sua posição como referência no segmento de FIIs de papel. “Nenhuma decisão é unânime — mas bons investimentos costumam se provar com o tempo”, diz a gestão, satisfeita com o reconhecimento do mercado.