SNME11 registra DY anual de 13,29%; analistas explicam estratégia de transição de carteira

O SNME11 continuou a estratégia de transição gradual da carteira, originalmente totalmente alocada em CRI, para ativos mais líquidos.

SNME11 registra DY anual de 13,29%; analistas explicam estratégia de transição de carteira
O Fundo SNME11 anunciou a manutenção da distribuição de R$ 0,11 centavos por cota, mantendo o patamar do mês anterior.Foto: Pixabay

Em março, o fundo imobiliário SNME11 registrou um resultado distribuível de R$0,1039 por cota, com a distribuição ocorrendo em 25/04/2023. O desempenho foi impulsionado principalmente pela carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). O resultado para o mês foi de R$ 770 mil.

“O SNME11 foi desenvolvido para proporcionar uma alocação mais dinâmica do que os fundos temáticos. Assim, se em determinado momento a gestão avaliar que o mercado está mais favorável para renda fixa, é possível, por exemplo, aumentar a alocação em crédito imobiliário, por meio de CRIs”, afirma Guilherme Almeida, analista de investimentos imobiliários da Suno Asset, em live sobre o relatório no canal Suno.

Ao final de março, a cotação a mercado era de R$ 9,95. Sobre esse valor, o rendimento atual do fundo imobiliário SNME11 representa um dividend yield (DY) de 1,05% ao mês ou 13,29% ao ano.

O Fundo contou também no mês com aproximadamente R$55 mil em ganho de capital líquido, gerado
majoritariamente por giros na carteira de CRI.

No mercado secundário, a cota do SNME11 em março teve variação negativa de -0,60%,
com um retorno total de 0,43% considerando a distribuição de R$0,103 no mês (referente ao
mês fevereiro), e volume diário médio de negociação de R$148 mil.

“O fundo ainda possui uma liquidez um pouco limitada, principalmente devido à oferta inicial ter sido predominantemente adquirida por profissionais do mercado. Conforme esses investidores profissionais forem vendendo suas cotas no mercado secundário, é esperado que a liquidez aumente no médio e longo prazo”, explica Almeida.

Segundo o analista, à medida que o produto se tornar mais conhecido e atrativo para um público mais amplo, é natural que os dados de liquidez se estabilizem, pelo menos em certa medida, ao longo do tempo.

Leia mais: BTLG11 distribui R$ 21,654 milhões em rendimentos

Movimentação da carteira do SNME11

O resultado patrimonial foi negativamente impactado no último dia útil do mês devido à conversão das cotas detidas de MORC11 em cotas do RVBI11. Esse movimento de incorporação resultou em uma forte pressão vendedora por parte de novos investidores do Fundo, o que consequentemente desvalorizou o ativo no mercado secundário.

No entanto, a equipe de gestão da Suno Asset segue bastante confiante na possibilidade da realização de
ganho de capital futuro através da alienação das cotas do RVBI11. “Acreditamos que podemos vender este fundo com uma precificação mais vantajosa, capturando um ganho significativo, uma TIR mais atrativa, ou seja, uma taxa interna de retorno mais favorável”, pontua Almeida.

O FII continuou a executar a estratégia de transição gradual da carteira, originalmente totalmente alocada em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), para ativos mais líquidos. Em março, o fundo adquiriu cotas do BARI11, visando capturar ganhos de capital sobre o ativo, que oferece uma remuneração atrativa por meio das distribuições de rendimentos.

Além disso, durante o mesmo mês, o fundo comprou ações das empresas listadas ALOS3, IGTI11, EZTC3 e TRIS3, e simultaneamente lançou opções de compra com vencimento em abril de 2024 dessas ações. Essa estratégia tem como objetivo gerar dividendos sintéticos para o Fundo enquanto mantém esses ativos em carteira.

Atualmente, o fundo encerrou o mês com 86,44% investido em Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), sendo 46,2% dos títulos indexados ao CDI com taxa média de aquisição de 5,28% e 40,5% indexados ao IPCA com taxa média de 10,78%.

“Hoje, a maior parte da carteira do veículo está alocada em CRIs, que são ativos com marcação menos volátil. Quando o portfólio tiver uma alocação mais dinâmica, com mais fundos imobiliários, é esperado que a volatilidade aumente ao longo dos dias. Conforme você aumenta a alocação em ativos com maior volatilidade, é natural que a linha de retorno oscile mais”, afirma Gustavo Branco, analista de crédito estruturado da Suno Asset.

Conheça o SNME11

O SNME11 adota uma abordagem de alocação multidimensional, investindo em várias classes de ativos imobiliários, como crédito, ações e fundos imobiliários.

Os fundos de multiestratégia se destacam por sua flexibilidade em comparação com os tradicionais, pois oferecem uma ampla diversidade na composição de ativos. Eles podem incluir tanto ativos de renda fixa quanto de renda variável, além de produtos estruturados.

Quanto ao SNME11, o FII realiza uma análise dos ativos potenciais em si, isto é, as oportunidades que possuem a melhor relação risco-retorno para compor a carteira.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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