Quais são as vantagens dos FIIs de papel com a Selic em queda? É hora de investir?

Com a Selic em queda e inflação mais baixa, será que é o momento de continuar olhando para os FIIs de papel? Veja o que diz especialista.

Quais são as vantagens dos FIIs de papel com a Selic em queda? É hora de investir?
BCFF11 dispara e tem maior alta em 3 meses e IRDM11 cai pela 7ª vez. Foto: Pixabay

A queda dos juros tende a beneficiar ativos de renda variável, como os fundos imobiliários, por exemplo. Mas o que acontece com os FIIs de papel? Para Nicole Vieira, sócia da Polo Capital, é possível realizar bons investimentos nesse tipo de fundo com a Selic e inflação mais baixas.

Em vídeo publicado no canal Funds Explorer, no YouTube, Nicole Vieira acredita que o cenário de queda de juros também traz consequências positivas para o mercado de FIIs de papel.

Historicamente, se observa que com o juros em queda o IFIX tende a subir. E esse movimento já se iniciou, principalmente em meio aos dois cortes seguidos na taxa Selic, que hoje está em 12,75% ao ano.

Para exemplificar as vantagens dos FIIs de papel em um cenário de juros em queda, Vieira usa como exemplo as estratégias utilizadas pelo fundo imobiliário PORD11, gerido pela Polo Capital.

Ela destaca que o prazo médio das operações do PORD11 em carteira é de 2,7 anos, e acredita que o cenário de juros em queda pode favorecer a entrada de caixa do fundo e trazer maior proteção ao investidor.

“A gente tem dinheiro que entra mais rápido no fundo e se você tem um cenário de juros caindo, você tem um caixa que vai ‘subindo’ rapidamente pela questão do prazo médio das operações ser mais curto. Então mensalmente eu tenho amortizações entrando no fundo, e assim consigo reinvestir o meu capital de forma mais rápida. A gente entende que isso protege o cotista de riscos macro”.

Outro ponto de destaque é que com os juros altos, o consumo de caixa das companhias se torna mais elevado. Ela pondera que apesar da queda recente dos juros ter sido pequena ainda, as projeções indicam uma melhora no risco de crédito das empresas posteriormente.

Além disso, com a Selic tendendo para queda, se observa um aumento do “apetite” das empresas em realizar novos investimentos. Assim, as emissões no mercado primário retornam e dessa forma é possível ter um reaquecimento do mercado, e os fundos de papel conseguem reinvestir sua carteira em ativos com “risco mais palatável” do que antes.

Como escolher os melhores FIIs de papel para investir com a Selic em queda?

Em um cenário de juros em queda, é importante que o investidor esteja atento à composição da carteira dos FIIs de papel, as garantias atreladas aos seus ativos e o histórico do gestor.

A sócia da Polo Capital diz que o investidor também deve se perguntar: “Qual é o possível problema envolvendo o fundo que já está precificado em sua cotação?”. Por isso, o risco de crédito do FII de papel é importante na hora de se analisar bons ativos para investir.

“Se está investindo em um fundocom risco de crédito controlado e cenário de juros em queda, o cenário seria bastante benéfico para os fundos imobiliários de papel”, afirma.

Quanto à distribuição dos dividendos, Vieira diz que a carteira do PORD11 conta com uma diversificação entre diferentes indexadores, o que permite ao fundo manter a estabilidade de dividendos em diferentes cenários.

Quais são as estratégias atuais do PORD11?

O PORD11 realizou sua primeira oferta pública no início da pandemia, em fevereiro de 2020, mas é um dos FIIs de papel mais “antigos” do mercado. Ele nasceu como um FII high grade e busca investir em ativos que tenham uma melhor relação risco-retorno, avaliando as garantias de crédito associadas a eles.

Nicole Vieira explica que o PORD11 esteve realizando um aumento considerável de sua reserva de caixa. Ao mesmo tempo, a gestão preferiu recusar o investimento em certos ativos recentemente por entender que a análise de risco-retorno não era justificável.

Por outro lado, o PORD11 vem aumentando sua carteira em ativos considerados mais “high grade”, indexados a inflação e que a gestão estava mais “confortável” em investir, se utilizando de uma análise e seleção mais cuidadosa dos ativos, mas optando por aumentar a exposição em ativos que já faziam parte da carteira.

Essa matéria tem caráter meramente informativo sobre os FIIs de papel, e não representa qualquer recomendação ou sugestão de investimento. Assista o vídeo abaixo:

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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