FII GGRC11 acredita estar protegido contra crise na Americanas (AMER3)

FII GGRC11 acredita estar protegido contra crise na Americanas (AMER3)
GGRC11 emite comunicado envolvendo a Americanas (AMER3), locatária do fundo. Foto: Unsplash

Nesta quinta-feira (12), a gestora e administradora do fundo imobiliário GGRC11 emitiram um comunicado ao mercado após a Americanas (AMER3) informar que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis”. A varejista é uma das locatárias do fundo imobiliário.

Segundo a gestora, o GGRC11 teve conhecimento, em 11 de janeiro, “por meio de fato relevante e ampla divulgação da imprensa, sobre as inconsistências detectadas pela Americanas, sendo que a própria empresa estima um impacto contábil da ordem de R$ 20 bilhões, mas com efeito caixa imaterial”.

O FII GGRC11 informa que o contrato de locação do CB Uberlândia, localizado em Uberlândia (MG), com 89.187 m² de área construída, locado para a B2W – Companhia Digital, empresa do grupo da Americanas, “ainda não foi cedido em sua totalidade para o fundo, já que a última parcela do preço de aquisição ainda não foi paga”.

A gestora destaca que aluguel do centro de distribuição em vigor é um contrato atípico de locação, o qual prevê, na hipótese de rescisão antecipada, que será devido o pagamento da totalidade dos aluguéis vincendos pelo restante do prazo do contrato (vencimento em setembro de 2027).

“Ou seja, em caso de denúncia antecipada, a locatária deverá pagar uma multa equivalente ao valor aproximado de R$106 milhões (nessa hipótese de rescisão antecipada, o fundo terá o direito ao recebimento de 79,64% do valor pago a título de multa por rescisão, de acordo com as tranches pagas do preço de aquisição até o momento)”, comenta a gestora.

O mercado financeiro passou a tratar o caso como uma fraude nas Americanas e não apenas como um problema contábil. A ação AMER3 afunda 40% nesta segunda-feira, depois de recuar quase 80% quando o rombo nas contas foi divulgado. A companhia, controlada pelo 3G de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, poderá entrar com pedido de recuperação judicial para proteger seus ativos contra os credores.

Imóvel do GGRC11 tem “alta possibilidade de reposicionamento” para novo locatário

A gestora informa que, apesar de compreender que o imóvel é estratégico para a Americanas, pois abastece e distribui para 12 estados do Brasil, locado com valores abaixo da média de mercado da região e, se necessário, “é um imóvel com alta possibilidade de reposicionamento para um novo locatário”.

Em termos de receita, o CB Uberlândia representa 19,50% da receita do GGRC11 e deverá representar 23,32%, quando ocorrer o pagamento da última parcela do preço de aquisição.

Segundo a gestora, até a data do comunicado, a locatária está adimplente com as obrigações relativas ao contrato de locação.

A gestora e administradora do FII GGRC11 ressaltam “que envidarão todos os esforços e medidas para a preservação dos direitos do fundo e de seus cotistas”.

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foto: Silvio Suehiro
Silvio Suehiro

Redator freelancer, com experiência na produção de notícias e artigos para as áreas de economia, finanças e investimentos. Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), e pós-graduado em Produção Audiovisual Multiplataforma pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM).

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