Vale a pena investir em Fundos de Fundos? Gestor do RFOF11 explica

Rafael Ohmachi falou sobre as características dos FOFs e como obter retornos atrativos, além das vantagens de ter RFOF11 na carteira

Vale a pena investir em Fundos de Fundos? Gestor do RFOF11 explica
Veja os 10 Fundos de Fundos (FOFs) que mais pagaram dividendos em setembro. Foto: Pixabay

Os Fundos de Fundos (FOFs) são fundos de investimentos imobiliários que investem essencialmente em cotas de outros FIIs. Dessa forma, a vantagem disso é que ao adquirir pelo menos uma cota de um FOF, o investidor se expõe indiretamente a diversos outros FIIs, podendo gerar retornos por meio de dividendos provenientes dessas alocações.

Com isso, em meio a uma expectativa de queda da Selic, o head de fundos líquidos da RB Asset e gestor do RFOF11, Rafael Ohmachi, explicou que o setor imobiliário como um todo é muito sensível ao movimento da curva de juros. Isso acontece, uma vez que trata-se de investimentos de capital bastante grande e é necessário uma alavancagem para a compra do imóvel.

“Quando os juros sobem, geralmente, os fundos imobiliários caem e quando os juros caem, você vê os fundos imobiliários subindo. Esse é justamente o efeito do impacto dos juros na precificação dos fundos imobiliários”, destacou.

Diante disso, Ohmachi disse enxergar um cenário positivo onde os juros continuam caindo e a inflação seguindo sua trajetória de ancoragem. Dessa forma, os fundos de tijolos devem seguir a sua tendência de alta.

O que são os fundos de fundos (FOFs)?

Conforme destacado, o FOFs, ou fundos de fundos, possuem uma estratégia de exposição em vários segmentos dentro do setor imobiliário. “Com apenas R$ 100 é possível ter uma carteira diversificada em vários imóveis e de vários segmentos”, comentou Ohmachi e completou que além disso há liquidez.

Outra característica dos FOFs é de ter um gestor que vai acompanhar todas as posições diariamente e, a partir disso, é importante que o investidor tome alguns cuidados em relação às taxas.

“Muitas vezes no fundo há uma taxa de administração e quando se tem um FOFs há uma dupla contagem desses custos. Então, além de você pagar para o gestor que está tocando o FOF, o gestor aloca em outro fundo que também tem uma estrutura de custo, com isso tem uma certa ineficiência nas taxas”, afirmou.

No entanto, o especialista acrescentou que a gestão ativa e o acompanhamento diário dos gestores acabam trazendo ganhos que compensam esses custos.

Estratégias do RFOF11

Durante a entrevista, Ohmachi pontuou que a composição da carteira do RFOF11 tem a maior locação em fundos de recebíveis, com cerca de 25%, apesar de estar com uma exposição menor do que o IFIX. Além disso, o fundo ainda é composto pelo segmento de lajes corporativas, logísticas, shoppings e FOF.

Uma das principais vantagem de comprar outros fundos de FOFs é o desconto. “Hoje os FOFs estão pagando dividend yield muito próximo de dois dígitos e, além disso, ele ainda conta com um ganho de capital muito interessante pela frente”, destacou.

Com isso, a estratégia do RFOF11 visa uma maior preparação para surfar na queda de juros. Dessa forma, o especialista pontuou que o momento é de aumento de beta na carteira. Para isso, os melhores setores são os de shoppings e os FOFs.

“Estamos reduzindo os fundos de CRI e aumentando a proporção em shoppings e FOFs. Todo esse movimento é para aumentar o beta da carteira”, ressaltou.

Além disso, o especialista acrescentou que as principais estratégias para este ano é fazer follow on, crescer o fundo e, consequentemente, ganhar mais liquidez no mercado secundário.

“A gente também vem fazendo o trabalho de estar mais próximo do investidor pessoa física e de ser mais transparente nas nossas alocações e estratégias. Por fim, a gente está vendo outras maneiras de aumentar a liquidez, entre elas contratar um formador de mercado”, completou.

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foto: Vanessa Loiola
Vanessa Loiola

Jornalista formada pela PUC-SP e pós-graduanda em jornalismo de dados, automação e data storytelling pelo Insper. Possui experiência na cobertura das editorias de economia, finanças, bolsa de valores, política, setor elétrico, eletromobilidade e entretenimento.

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