Vale a pena investir em Fundos de Fundos? Gestor do RFOF11 explica
Rafael Ohmachi falou sobre as características dos FOFs e como obter retornos atrativos, além das vantagens de ter RFOF11 na carteira
Os Fundos de Fundos (FOFs) são fundos de investimentos imobiliários que investem essencialmente em cotas de outros FIIs. Dessa forma, a vantagem disso é que ao adquirir pelo menos uma cota de um FOF, o investidor se expõe indiretamente a diversos outros FIIs, podendo gerar retornos por meio de dividendos provenientes dessas alocações.
Com isso, em meio a uma expectativa de queda da Selic, o head de fundos líquidos da RB Asset e gestor do RFOF11, Rafael Ohmachi, explicou que o setor imobiliário como um todo é muito sensível ao movimento da curva de juros. Isso acontece, uma vez que trata-se de investimentos de capital bastante grande e é necessário uma alavancagem para a compra do imóvel.
“Quando os juros sobem, geralmente, os fundos imobiliários caem e quando os juros caem, você vê os fundos imobiliários subindo. Esse é justamente o efeito do impacto dos juros na precificação dos fundos imobiliários”, destacou.
Diante disso, Ohmachi disse enxergar um cenário positivo onde os juros continuam caindo e a inflação seguindo sua trajetória de ancoragem. Dessa forma, os fundos de tijolos devem seguir a sua tendência de alta.
O que são os fundos de fundos (FOFs)?
Conforme destacado, o FOFs, ou fundos de fundos, possuem uma estratégia de exposição em vários segmentos dentro do setor imobiliário. “Com apenas R$ 100 é possível ter uma carteira diversificada em vários imóveis e de vários segmentos”, comentou Ohmachi e completou que além disso há liquidez.
Outra característica dos FOFs é de ter um gestor que vai acompanhar todas as posições diariamente e, a partir disso, é importante que o investidor tome alguns cuidados em relação às taxas.
“Muitas vezes no fundo há uma taxa de administração e quando se tem um FOFs há uma dupla contagem desses custos. Então, além de você pagar para o gestor que está tocando o FOF, o gestor aloca em outro fundo que também tem uma estrutura de custo, com isso tem uma certa ineficiência nas taxas”, afirmou.
No entanto, o especialista acrescentou que a gestão ativa e o acompanhamento diário dos gestores acabam trazendo ganhos que compensam esses custos.
Estratégias do RFOF11
Durante a entrevista, Ohmachi pontuou que a composição da carteira do RFOF11 tem a maior locação em fundos de recebíveis, com cerca de 25%, apesar de estar com uma exposição menor do que o IFIX. Além disso, o fundo ainda é composto pelo segmento de lajes corporativas, logísticas, shoppings e FOF.
Uma das principais vantagem de comprar outros fundos de FOFs é o desconto. “Hoje os FOFs estão pagando dividend yield muito próximo de dois dígitos e, além disso, ele ainda conta com um ganho de capital muito interessante pela frente”, destacou.
Com isso, a estratégia do RFOF11 visa uma maior preparação para surfar na queda de juros. Dessa forma, o especialista pontuou que o momento é de aumento de beta na carteira. Para isso, os melhores setores são os de shoppings e os FOFs.
“Estamos reduzindo os fundos de CRI e aumentando a proporção em shoppings e FOFs. Todo esse movimento é para aumentar o beta da carteira”, ressaltou.
Além disso, o especialista acrescentou que as principais estratégias para este ano é fazer follow on, crescer o fundo e, consequentemente, ganhar mais liquidez no mercado secundário.
“A gente também vem fazendo o trabalho de estar mais próximo do investidor pessoa física e de ser mais transparente nas nossas alocações e estratégias. Por fim, a gente está vendo outras maneiras de aumentar a liquidez, entre elas contratar um formador de mercado”, completou.