Conta de luz vai subir? Veja impactos de mudança na tarifa nas receitas do SNEL11

O SNEL11 é um fundo imobiliário que opta por alugar suas Usinas Fotovoltaicas (UFVs) para grupos que se beneficiam dos créditos de energia.

Conta de luz vai subir? Veja impactos de mudança na tarifa nas receitas do SNEL11
SNEL11. Foto Pixabay

Em julho deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a implementação da bandeira tarifária amarela para o mês de agosto, o que resultará em um aumento de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos pelos usuários. Essa mudança é atribuída à previsão de escassez de chuvas, que compromete a geração de energia no Brasil e pode causar impacto direto da conta de luz dos cidadãos, mas ao mesmo tempo pode proporcionar um retorno mais significativo para o SNEL11.

O SNEL11 é um fundo imobiliário que investe na construção e gestão de Usinas Fotovoltaicas (UFVs), que geram eletricidade a partir da luz solar, e fatura com a locação dos empreendimentos para grupos que se beneficiam dos créditos de energia, permitindo-lhes obter descontos de aproximadamente 15% a 25% em suas contas de luz. 

Antes mesmo dessa mudança de bandeira, a Aneel já projetava um aumento de 5,6% nas tarifas, superando o IPCA, que não deve passar de 4% nas projeções mais pessimistas.

Guido Andrade, analista da Suno Asset, gestora do SNEL11, explica que, quando as tarifas de energia aumentam, o custo para alugar essas usinas também se eleva, resultando em um retorno mais significativo para o fundo. “A resposta curta é que tarifas maiores possibilitam maior valor do aluguel das usinas”, afirma o especialista.

De forma simplificada, o grupo que aluga a usina utiliza a energia que ela gera. Se esse grupo paga R$ 1.000 por mês à distribuidora, ao consumir a energia gerada pela usina, ele compensa esse valor, não desembolsando nada para a distribuidora. Em vez disso, paga um aluguel pela usina, digamos R$ 700. Assim, ele gasta R$ 700 em vez de R$ 1.000. 

Agora, se a tarifa de energia aumentar e a conta subir para R$ 2.000, é razoável que o aluguel da usina também seja reajustado na mesma proporção, resultando em R$ 1.400, por exemplo.

Em relação aos riscos de rescisões de contratos, Guido afirma que no SNEL11 existem 2 grandes tipos de contrato, sendo que nenhum deles possui risco direto de rescisão/redução devido a aumento na tarifa de energia.

Além do aumento da conta de energia, outras situações econômicas podem influenciar o negócio, como taxa de juro, inflação e nível do consumo de energia.

Entenda como funcionam as bandeiras tarifárias

As bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Elas são indicadoras do valor da energia – de quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, nos estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo.

A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumido.

A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. Adotada em períodos de grave seca, a bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.

Em todos os casos, claro, o resultado final na conta de luz de cada cidadão vai depender do consumo individual, mas é claro que, mantidos os patamares e hábitos de consumo, a tendência é que a tarifa fique mais salgada.

SNEL11 apresenta um dos maiores retornos em 2024

SNEL11 acumulou resultado de 23,08%, com forte valorização das cotas depois do desdobramento na proporção de 1:15, ocorrida em junho.

fundo imobiliário SNEL11 é um fundo de desenvolvimento com foco em energias limpas. A alocação inicial completou sua rentabilização no primeiro semestre deste ano, com a conexão de todas as usinas do portfólio ao sistema elétrico nacional. O valor captado na segunda emissão de cotas está sendo alocado em empreendimentos em fase de construção.

Cotação SNEL11

Gráfico gerado em: 16/08/2024
1 Ano

Com PL de R$ 136,6 milhões, o SNEL11, assim como outros FIIs da Suno Asset, anunciou dividendos de R$ 0,10 por cota na última quinta-feira (15), com pagamento previsto para o próximo dia 23, e um dividend yield mensal de 1,06% em relação ao fechamento da cota em 31 de julho, em R$ 9,41.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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