Conta de luz vai subir? Veja impactos de mudança na tarifa nas receitas do SNEL11
O SNEL11 é um fundo imobiliário que opta por alugar suas Usinas Fotovoltaicas (UFVs) para grupos que se beneficiam dos créditos de energia.
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a implementação da bandeira tarifária amarela para o mês de agosto, o que resultará em um aumento de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos pelos usuários. Essa mudança é atribuída à previsão de escassez de chuvas, que compromete a geração de energia no Brasil e pode causar impacto direto da conta de luz dos cidadãos, mas ao mesmo tempo pode proporcionar um retorno mais significativo para o SNEL11.
O SNEL11 é um fundo imobiliário que investe na construção e gestão de Usinas Fotovoltaicas (UFVs), que geram eletricidade a partir da luz solar, e fatura com a locação dos empreendimentos para grupos que se beneficiam dos créditos de energia, permitindo-lhes obter descontos de aproximadamente 15% a 25% em suas contas de luz.
Antes mesmo dessa mudança de bandeira, a Aneel já projetava um aumento de 5,6% nas tarifas, superando o IPCA, que não deve passar de 4% nas projeções mais pessimistas.
Guido Andrade, analista da Suno Asset, gestora do SNEL11, explica que, quando as tarifas de energia aumentam, o custo para alugar essas usinas também se eleva, resultando em um retorno mais significativo para o fundo. “A resposta curta é que tarifas maiores possibilitam maior valor do aluguel das usinas”, afirma o especialista.
De forma simplificada, o grupo que aluga a usina utiliza a energia que ela gera. Se esse grupo paga R$ 1.000 por mês à distribuidora, ao consumir a energia gerada pela usina, ele compensa esse valor, não desembolsando nada para a distribuidora. Em vez disso, paga um aluguel pela usina, digamos R$ 700. Assim, ele gasta R$ 700 em vez de R$ 1.000.
Agora, se a tarifa de energia aumentar e a conta subir para R$ 2.000, é razoável que o aluguel da usina também seja reajustado na mesma proporção, resultando em R$ 1.400, por exemplo.
Em relação aos riscos de rescisões de contratos, Guido afirma que no SNEL11 existem 2 grandes tipos de contrato, sendo que nenhum deles possui risco direto de rescisão/redução devido a aumento na tarifa de energia.
Além do aumento da conta de energia, outras situações econômicas podem influenciar o negócio, como taxa de juro, inflação e nível do consumo de energia.
Entenda como funcionam as bandeiras tarifárias
As bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Elas são indicadoras do valor da energia – de quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, nos estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo.
A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumido.
A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. Adotada em períodos de grave seca, a bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.
Em todos os casos, claro, o resultado final na conta de luz de cada cidadão vai depender do consumo individual, mas é claro que, mantidos os patamares e hábitos de consumo, a tendência é que a tarifa fique mais salgada.
SNEL11 apresenta um dos maiores retornos em 2024
O SNEL11 acumulou resultado de 23,08%, com forte valorização das cotas depois do desdobramento na proporção de 1:15, ocorrida em junho.
O fundo imobiliário SNEL11 é um fundo de desenvolvimento com foco em energias limpas. A alocação inicial completou sua rentabilização no primeiro semestre deste ano, com a conexão de todas as usinas do portfólio ao sistema elétrico nacional. O valor captado na segunda emissão de cotas está sendo alocado em empreendimentos em fase de construção.
Cotação SNEL11
Com PL de R$ 136,6 milhões, o SNEL11, assim como outros FIIs da Suno Asset, anunciou dividendos de R$ 0,10 por cota na última quinta-feira (15), com pagamento previsto para o próximo dia 23, e um dividend yield mensal de 1,06% em relação ao fechamento da cota em 31 de julho, em R$ 9,41.