Fiagros: de onde vem a receita do SNFZ11, que tem Data Com nesta terça (15)?

Fiagros: de onde vem a receita do SNFZ11, que tem Data Com nesta terça (15)?
SNFZ distribui dividendos no dia 25 - Foto: Pixabay

O SNFZ11 adota uma tese de investimentos pouco usual do mercado de Fiagros, com foco na valorização patrimonial, mas nem por isso deixa de lado a distribuição de dividendos. Na semana passada, anunciou o pagamento de R$ 0,055 por cota pelo segundo mês consecutivo, e nesta terça-feira (15) será a Data Com, ou seja, o dia em que o detentor das cotas fará jus aos rendimentos.

Mas, se o foco do Fiagro SNFZ11 vem da compra e revenda com lucro de terras agrícolas, de onde vem a receita do qual a gestão retira uma parte para o pagamento dos proventos?  A resposta vem de uma operação estruturada de forma a gerar receita recorrente e, ao mesmo, contribuir para a valorização patrimonial do imóvel.

Após a captação inicial, de R$ 62 milhões, o SNFZ11 dividiu sua alocação em duas partes: comprou a fazenda Coliseu, em Gaúcha do Norte (MT), arrendada para a empresa Jequitibá Agro para a plantação de soja, e destinou parte do capital para a compra de Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) emitidos pela própria empresa para financiar um novo sistema de irrigação, que aumentará a produtividade da fazenda.

O recebimento do arrendamento, que é atrelado ao preço da soja no mercado internacional, soma-se à receita obtida com os CRAs, 100% adimplentes, para construir a receita distribuível, que em agosto foi de R$ 418,7 mil.

Se considerarmos, contudo, que os CRAs permitem aumentar a produtividade da fazenda e, consequentemente, seu valor de mercado, podemos dizer que o fundo e o cotista ganham três vezes: com os recebimentos dos CRAs e do arrendamento da terra e com a valorização potencial do preço da fazenda, de acordo com a tese de investimentos.

Cotação snfz11

Gráfico gerado em: 13/10/2024
1 Mês

Fiagros: SNFZ11 e a reserva que serve como “hege”

O arrendamento, como no padrão do mercado, foi definido de acordo com a produtividade da fazenda e o preço da saca de soja, a partir da cotação de Canarana, município vizinho, mas que é atrelada ao mercado internacional.

Para reduzir o impacto de flutuações, especialmente as de menor valor, a Suno Asset aproveitou o momento de pré-listagem do fundo para construir uma reserva capaz de estabilizar o patamar de proventos.

“A ideia é que o investidor poderá acompanhar a volatilidade do preço do grão, mas com um hedge devidamente estruturado para contrapor variações”, afirmou a gestora no último relatório gerencial divulgado. No fechamento de agosto, o Fundo detinha R$ 372,2 mil em resultado não distribuído, o equivalente a R$ 0,06 por cota.

Embora o foco primordial do SNFZ11 seja a valorização dos imóveis para posterior revenda com lucro, a distribuição regular de dividendos foi uma maneira que a Suno Asset encontrou para manter o fundo atraente. “O mercado de Fiagros tem em alta conta a distribuição da renda passiva”, diz a gestora ao explicar a decisão.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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