FII de escritórios dispara; IFIX volta a subir após “trégua” de Trump sobre tarifas

FII SARE11 teve maior alta do dia, marcado pelo primeiro resultado positivo do índice de fundos imobiliários em abril.

FII de escritórios dispara; IFIX volta a subir após “trégua” de Trump sobre tarifas
WT Morumbi é um dos ativos do SARE11 - Foto: Divulgação

O SARE11, FII do Santander que atua no segmento de lajes corporativas (escritórios) subiu mais de 7% e liderou as altas no mercado de fundos imobiliários nesta quarta-feira (9). O dia foi marcado pela primeira alta do IFIX em abril, beneficiado pelo crescimento dos mercados de renda variável em todo o mundo.

O índice de FIIs terminou o dia em 3.246,53 pontos, avanço de 0,10% em relação ao resultado da véspera. O IFIX começou o pregão em queda e rapidamente bateu na mínima, no impacto de novas tarifas de importação anunciadas pela China contra os Estados Unidos que fizeram as bolsas oscilarem.

O mercado reagiu, no entanto, no começo da tarde, depois do pronunciamento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a suspensão por 90 dias das tarifas divulgadas na semana passada, à exceção dos chineses, cujos produtos passaram a ser taxados em 125%.

“A suspensão fez com que o mercado virasse do avesso, mas a guerra de tarifas está longe de terminar. O que vejo pela frente são rodadas de negociação que, com certeza, vão gerar centenas de novos acordos”, projeta Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

Embora o mercado imobiliário brasileiro não tenha vínculo direto com tarifas de comércio exterior, o IFIX acabou também afetado. Isso porque, num mercado tão conectado, uma eventual guerra comercial entre as duas maiores economias globais causa em analistas o temor de um cenário de recessão generalizada, com impacto direto sobre a atividade econômica, as taxas de juros e os índices de inflação em todo o mundo.

IFIX – resumo do dia 09/04/2025

FII SARE11 é destaque entre as altas

O SARE11 foi o fundo imobiliário com melhor resultado no dia: subiu 7,28% e fechou em R$ 4,86, perto da máxima do dia, de R$ 4,90. É o valor mais alto de fechamento das cotas do FII em quase um ano: desde 17 de abril de 2024, quando fechou em R$ 4,88.

O preço, que caminhava estável em relação à véspera, de R$ 4,53, chegou a oscilar rapidamente para R$ 4,20, no começo da tarde, e logo depois disparou para o patamar próximo ao fechamento. O fundo fechou o dia com volume financeiro de R$ 2,7 milhões, mais de 580 mil cotas negociadas, acima de sua média diária de liquidez em março, de R$ 2,3 milhões.

Vale destacar que a liquidez do SARE11 subiu muito no mês passado em relação a fevereiro, quando a média diária ficou em R$ 238,6 mil, depois da informação de que o fundo negociava a venda de todo o seu portfólio. A gestão disse que não tinha informação concreta para fornecer sobre o assunto, ao ser questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Entre os FIIs mais populares, o MXRF11 subiu 0,11%, a R$ 9,02, enquanto o CPTS11 teve queda de 0,56%, para R$ 7,16. 

O IFIX é o principal índice do mercado de FIIs e tem sua carteira teórica renovada a cada quatro meses pela B3. Entre os indicadores para que um FII seja selecionado estão valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual composição da carteira, com 117 fundos imobiliários, valerá até 2 de maio.

Quer construir uma carteira de Fiis alinhada com os seus objetivos? Clique aqui e fale agora mesmo com um especialista.
foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

notícias relacionadas últimas notícias