BCFF11: fusão com o BTHF11 vai modernizar o fundo, dizem gestores
BCFF11 é um dos principais FOFs do mercado, mas tem regulamento engessado e consolidação fará bem aos investidores, diz gestora.
O BCFF11, fundo de fundos sob administração e gestão do BTG Pactual, está propondo aos cotistas uma fusão com o BTHF11, hedge fund que hoje é negociado no mercado cetipado. A assembleia geral extraordinária (AGE) está aberta até o dia 12 de agosto.
“O BCFF11 foi o primeiro fundo de fundos listado há bolsa, há 15 anos, com patrimônio líquido de R$ 30 milhões, que destravou muito valor ao longo desse tempo, enquanto a indústria foi se consolidando e se modernizando”, explica Fernando Crestana, analista do BTG, em live com Marcos Baroni, analista-chefe de FIIs da Suno.
Já o BTHF11 foi criado há um ano e meio com uma estrutura de hedge fund, aquilo que o gestor chama de “FOF 2.0, uma versão turbinada de um fundo de fundos”. com um regulamento mais versátil, o que aumenta a maleabilidade da gestão na hora de realizar algumas operações.
“A gente olha ambos e vê algumas oportunidades de investimento possíveis para um e não possíveis para outro, então discutimos e chegamos ao que acreditamos ser o melhor formato de extrair valor dessa indústria”, completa Crestana.
Ele acredita que o mercado de FOFs tende a cair em desuso nos próximos anos, devido à melhor versatilidade do formato de hedge fund ou de FIIs multiestratégia. “Alguns fundos já estão sendo liquidados, outros mudaram o regulamento, e gestores têm nos procurado para entender melhor o nosso processo”, contou o analista do BTG.
BCFF11 + BTHF11: conheça os dois fundos
Dono de uma base de mais de 350 mil investidores, o fundo imobiliário BCFF11 tem um patrimônio de R$ 1,888 bilhão, com quase metade do valor alocado hoje em FIIs de recebíveis.
Já o BTHF11 tem cerca de 14 mil investidores e um patrimônio líquido de R$ 578 milhões, com metade desse valor alocado diretamente em CRIs, além de cotas de FIIs e ativos reais, como a propriedade parcial de um shopping em Maceió (AL).
“Juntando os dois fundos, teremos um perfil parecido, com a maior parte de investimentos em CRIs e alocações oportunísticas em FIIs e em ativos reais, eventualmente por meio de ações de empresas do setor imobiliário”, explica Rui Mourinha Ruivo, analista da equipe do BTG. “O perfil do hedge fund é muito parecido com o perfil de um FOF, fazendo a mesma coisa que já estamos fazendo”, completa Crestana.
A projeção da gestora é que os dividendos do BCFF11, de R$ 0,07 por cota nos últimos meses, tende a subir de 11% a 16% em seu dividend yield.
Como será o processo de consolidação
Para ser aprovada, a proposta precisa de maioria simples entre os votantes, mas tem necessidade de quórum qualificado para validação. Isso significa que o número de votos precisa alcançar 25% das cotas do BCFF11.
Uma vez encerrada a AGE e com o aval recebido pelos cotistas, o fundo vai subscrever integralmente a 3ª emissão do BTHF11 usando seu portfólio de ativos. O fundo então será liquidado e os cotistas receberão proporcionalmente cotas do BTHF11, que passará a ser listado na B3. Depois de encerrada a operação, se houver algum saldo em caixa no FII BCFF11, ele será distribuído entre os cotistas em até 10 dias úteis.
Os cotistas do BCFF11 podem votar através de um link enviado por e-mail ou pelo aplicativo do BTG Pactual, bem como enviar seus votos diretamente para a administradora, garantindo que todos tenham a oportunidade de expressar sua opinião sobre a fusão.