BCFF11 prorroga prazo de AGE que vai decidir fusão com o BTHF11
BCFF11 informou que prazo para votação em AGE agora vai até 12 de setembro; fundo precisa de quórum qualificado para aprovação.
O BCFF11, fundo de fundos sob administração e gestão do BTG Pactual, prorrogou por um mês, até 12 de setembro, o prazo de duração da assembleia geral extraordinária (AGE) em que está propondo aos cotistas uma fusão com o BTHF11, hedge fund da empresa que hoje é negociado no mercado cetipado.
A votação estava aberta até 23h59 desta segunda-feira, mas o FII BCFF11 divulgou comunicado ao mercado nesta segunda-feira, logo após o fechamento do pregão, informando a prorrogação do prazo. Em seguida, divulgou versões atualizadas dos demais documentos referentes à AGE.
Para ser aprovada, a fusão do BCFF11 com o BTFH11 precisa de quórum qualificado, ou seja, ter maioria dos votos dentro de um universo que represente os proprietários de no mínimo 25% das cotas, de acordo com a data-base de 11 de julho.
Caso a proposta seja aprovada, o BCFF11 vai subscrever integralmente a 3ª emissão de cotas do BTHF11, usando seu portfólio de ativos como pagamento. O fundo então será liquidado e os cotistas receberão proporcionalmente cotas do BTHF11, que passará a ser listado na B3. Depois de encerrada a operação, se houver algum saldo em caixa no FII BCFF11, ele será distribuído entre os cotistas em até 10 dias úteis.
Os cotistas do BCFF11 podem votar por meio de um link enviado por e-mail ou pelo aplicativo do BTG Pactual, bem como enviar seus votos diretamente para a administradora, garantindo que todos tenham a oportunidade de expressar sua opinião sobre a fusão.
Cotação BCFF11
BCFF11 e BTHF11: gestão diz que fusão vai “modernizar” atuação
O BCFF11 é um FOF, ou seja, um fundo de fundos, cujo ativo preferencial são as cotas de outros fundos imobiliários. “Foi o primeiro fundo de fundos listado há bolsa, há 15 anos, com patrimônio líquido de R$ 30 milhões, que destravou muito valor ao longo desse tempo, enquanto a indústria foi se consolidando”, explica Fernando Crestana, analista do BTG, em live com Marcos Baroni, analista-chefe de FIIs da Suno.
Já o BTHF11 foi criado há um ano e meio com uma estrutura de hedge fund, aquilo que o gestor chama de “FOF 2.0, uma versão turbinada de um fundo de fundos”. com um regulamento mais versátil, o que aumenta a maleabilidade da gestão na hora de realizar algumas operações.
“A gente olha ambos e vê algumas oportunidades de investimento possíveis para um e não possíveis para outro, então discutimos e chegamos ao que acreditamos ser o melhor formato de extrair valor dessa indúsitra”, completa Crestana.
Ele acredita que o mercado de FOFs tende a cair em desuso nos próximos anos, devido à melhor versatilidade do formato de hedge fund ou de FIIs multiestratégia. “Alguns fundos já estão sendo liquidados, outros mudaram o regulamento, e gestores têm nos procurado para entender melhor o nosso processo”, contou o analista do BTG.
Dono de uma base de mais de 350 mil investidores, o fundo imobiliário BCFF11 tem um patrimônio de R$ 1,888 bilhão, com quase metade do valor alocado hoje em FIIs de recebíveis.
Já o BTHF11 tem cerca de 14 mil investidores e um patrimônio líquido de R$ 578 milhões, com metade desse valor alocado diretamente em CRIs, além de cotas de FIIs e ativos reais, como a propriedade parcial de um shopping em Maceió (AL).
“Juntando os dois fundos, teremos um perfil parecido, com a maior parte de investimentos em CRIs e alocações oportunísticas em FIIs e em ativos reais, eventualmente por meio de ações de empresas do setor imobiliário”, explica Rui Mourinha Ruivo, analista da equipe do BTG. “O perfil do hedge fund é muito parecido com o perfil de um FOF, fazendo a mesma coisa que já estamos fazendo”, completa Crestana.
A projeção da gestora é que os dividendos do BCFF11, de R$ 0,07 por cota nos últimos meses, tendem a subir de 11% a 16% em seu dividend yield.