FIIs multiestratégia, MXRF11 e VGHF11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (28/11)

FIIs com mandato para aquisição de qualquer ativo imobiliário têm pago dividendos superiores a 15% ao ano; MXRF11 pode aumentar proventos.

FIIs multiestratégia, MXRF11 e VGHF11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (28/11)
XPML11, KNCR11: veja 12 FIIs para investir em dezembro, segundo o Itaú BBA. Foto: iStock

Os fundos imobiliários MXRF11 e VGHF11  e o bom desempenho de alguns FIIs multiestratégia estão entre os destaques do noticiário nesta quinta-feira (28), dia em que o mercado de fundos imobiliários tenta se recuperar do tombo sofrido na tarde de quarta-feira (27), concomitante à disparada do dólar durante o dia.

O IFIX fechou em 3.171,36 pontos, queda de 0,40% em relação ao resultado da véspera. Na semana, o resultado ficou negativo em 0,14%. Com esse resultado, o índice dificilmente conseguirá fechar novembro com resultado positivo, uma vez que o acumulado do mês subiu para 1,04%. 

A tendência, porém, é que o resultado final seja melhor que os de setembro, queda de 2,58%, e outubro, de 3,06%. No ano, o recuo do IFIX está em 4,23%.

Como nos dias anteriores, o IFIX abriu em alta e logo atingiu a máxima, em 3.191,13 pontos. Depois, permaneceu em patamar positivo até as 14h, quando a cotação da moeda norte-americana disparou e o mercado de FIIs entrou em queda, batendo na mínima de 3.168,85 pontos antes de uma leve recuperação.

A nova disparada do dólar foi vista por especialistas como reação negativa do mercado à espera do pacote de ajuste fiscal prometido pelo governo. No caso dos fundos imobiliários, embora não haja relação direta com o câmbio, a queda do IFIX pode ser vista como uma estimativa de mais tempo com a Selic elevada, diante da pressão do dólar sobre a inflação.

Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:

MXRF11 pode elevar dividendos com “rendimento extraordinário”

O fundo imobiliário MXRF11 divulgou seu novo relatório gerencial, detalhando os resultados do mês de outubro e as movimentações recentes no portfólio. Dentre as novidades, a gestão destacou o book de FIIs, que contou com uma amortização de R$ 51 milhões do FII SPVJ11.

Diante disso, o investimento do MXRF11 no segmento passou de R$ 87,44 milhões para R$ 24,71 milhões. A mudança ocorreu no contexto de uma negociação entre os FIIs SPVJ11 e HGRU11, envolvendo a aquisição de diversos ativos de varejo.

Essa transação pode gerar um impacto positivo nos dividendos do MXRF11. Para novembro, está previsto pela gestão o pagamento de um “rendimento extraordinário”, impulsionado pelo lucro obtido na operação.

Em novembro de 2024, os cotistas receberam uma distribuição de R$ 0,09 por cota. Esse valor foi equivalente a um retorno de 110,12% do CDI no período, já líquido de impostos, e de 129,56% do CDI considerado o ajuste bruto de 15% de tributação. Nesta sexta-feira (29), a gestão faz novo anúncio, referente aos resultados de novembro.

VGHF11 tem maior lucro em 9 meses e anuncia venda milionária de CRIs

O fundo imobiliário VGHF11 divulgou seu novo relatório gerencial, reportando um resultado passível de distribuição de R$ 17,081 milhões em outubro, o maior patamar dos últimos 9 meses, ou seja, o mais elevado desde janeiro de 2024.

Relativo a esse resultado, o VGHF11 distribuiu rendimentos de R$ 0,09 por cota, o que equivale a uma rentabilidade líquida de 11,6% ao ano com base no valor da cota patrimonial de setembro de 2024.

Durante o mês, o fundo também registrou uma ligeira redução em seu patrimônio líquido, devido a uma marcação a mercado negativa na carteira de FIIs, resultando em uma queda de R$ 0,06 por cota no período.

A equipe de gestão realizou a venda líquida de R$ 73,9 milhões em CRIs, com aquisição líquida de R$ 46,6 milhões em FIIs e compra de R$ 11,4 milhões em ações.

NEWL11 rescinde contratos junto a empresa em recuperação judicial

O fundo imobiliário NEWL11 rescindiu os contratos que havia firmado com a Novo Mundo, rede varejista situada em Goiás, para a aquisição de um galpão logístico no modelo sale and leaseback, em que o FII faria a imediata locação ao vendedor do imóvel.

Os contratos, assinados em abril, previam a compra do imóvel por R$ 100 milhões, com pagamento à vista, e a locação por R$ 950 mil mensais, num cap rate estimado de 11,4% ao ano. 

As condições precedentes, porém, não foram cumpridas e em julho a Novo Mundo entrou com pedido de recuperação judicial, alegando ainda estar sofrendo com efeitos decorrentes da pandemia de covid-19. O pedido foi aceito em agosto, com a empresa recebendo um “stay period” de 180 dias, prazo em que são interrompidas ações judiciais de execução para o recebimento de dívidas. 

A NewPort Real Estate, gestora do NEWL11, informou que, diante do cenário enfrentado pela Novo Mundo e do não cumprimento das condições, optou pela rescisão dos dois acordos. 

FIIs multiestratégia distribuem dividendos com retorno superior à Selic

Os FIIs ALZM11 e MANA11 puxaram a fila dos maiores dividendos entre os fundos imobiliários de hedge. Nos últimos 12 meses, o dividend yield desses fundos foram superiores aos seus pares no mercado, segundo dados do Funds Explorer e Status Invest.

O ALZM11, fundo gerido pela Alianza, mostrou os maiores rendimentos entre os FIIs de hedge, também chamados de multiestratégia. O fundo acumulou ganhos de R$ 1,05 por cota nos últimos 12 meses, uma média de R$ 0,0875 por mês. Neste mês de novembro, o fundo pagou um rendimento de R$ 0,085, um DY mensal de 1,26%.

Já o MANA11, gerido pela Manatí Capital, ficou em segundo na lista, pagando R$ 1,24 por cota nos últimos 12 meses. O fundo tem um guidance de R$ 0,10 a R$ 0,12 por cota para os próximos meses. Em novembro, o FII distribuiu R$ 0,10, um dividend yield mensal de 1,18%. Em terceiro e quarto lugar seguem os FIIs VRTM11, da Fator, e o VGHF11, gerido pela Valora Investimentos

Também conhecidos como FIIs multiestratégia, estes fundos têm mandato para atuar em todos os tipos de ativos imobiliários, o que permite uma tese de investimentos mais flexível, com facilidade para adaptação mais ágil das carteiras em caso de mudanças no cenário macroeconômico.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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