SNEL11, RBRF11 e RCRB11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (12/5)
SNEL11 registrou recorde de liquidez, RBRF11 divulgou relatório detalhado e RCRB11 anunciou pagamento de dividendos.


Os fundos imobiliários SNEL11, RBRF11 e RCRB11 estão entre os principais destaques desta segunda-feira (12), abertura de uma semana que deve ser movimentada para o mercado, com a distribuição de dividendos por cerca de 200 FIIs e Fiagros. Com isso, a expectativa é que o IFIX volte a acumular resultados positivos.

O índice de FIIs fechou na sexta-feira (9) em sua terceira alta consecutiva, a mais alta da semana, mas o avanço de 0,53%, com fechamento em 3.407,91 pontos, foi insuficiente para recuperar o resultado acumulado da semana, que fechou em queda de 0,34%.
O impacto dos resultados dos primeiros dois dias da semana passada, antes da decisão do Copom de elevar a Selic para 14,75% ao ano, foi decisivo para derrubar o IFIX.
Com FIIs ainda descontados em relação ao valor patrimonial por cota, a projeção é que o capital injetado pelo pagamento de dividendos possa ajudar o índice a se aproximar da máxima histórica, de 3.423,95 pontos, registrada em 12 de abril de 2024. A distância para esse resultado é de 0,47%.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
RCRB11 divulga dividendos de R$ 0,88 por cota para maio
O fundo imobiliário RCRB11 vai realizar nesta quinta-feira (15) um novo pagamento de dividendos, no valor de R$ 0,88 por cota, de acordo com a posição dos investidores ao fim do pregão do 8. Esse valor mantém o patamar do mês anterior, com dividend yield mensal de 0,647% considerando o fechamento da cota em abril, a R$ 136,00.
Em março, o fundo reportou uma receita imobiliária de R$ 4,3 milhões, com resultado líquido mensal de R$ 3 milhões, ou R$ 0,83 por cota. De acordo com o último relatório divulgado, o RCRB11 trabalha com uma projeção de pagamento de dividendos entre R$ 0,83 e R$ 1,03 por cota para o primeiro semestre de 2025.
No período, o RCRB11 apresentou, entre suas movimentações, a nova locação da Torre C do Edifício Girassol 555, em São Paulo. O imóvel havia sido desocupado em outubro de 2024, após a saída da empresa de coworking WeWork. e agora será locado à Opea, companhia de destaque no setor de crédito estruturado.
RBRF11 vê lucro saltar 20,94% e dividendos rendem 11,5% ao ano
O fundo imobiliário RBRF11 encerrou o mês de março com um lucro de R$ 12,195 milhões, o que representa um avanço de 20,94% em relação ao resultado de fevereiro, quando o resultado líquido foi de R$ 10,083 milhões. O desempenho veio principalmente da elevação nas receitas do fundo, que alcançaram R$ 12,959 milhões no período.
O fundo distribuiu em abril um total de R$ 8,208 milhões em proventos, o equivalente a R$ 0,06 por cota. Com base no valor de mercado das cotas no fechamento de março, o dividend yield anualizado foi de 11,5%. O fundo também encerrou o mês com uma reserva acumulada de R$ 0,121 por cota.
A RBR Asset, gestora do RBRF11, se movimentou de forma estratégica nesse cenário. Parte dos lucros foi obtida com a venda de ativos cujos preços chegaram a níveis considerados satisfatórios, como a venda de cotas do fundo imobiliário KNHF11, adquirido por R$ 76,30 por cota e vendido a R$ 87,95, com retorno de 15%.
SNID11 gira carteira e foca em papéis de longo prazo e maior spread
O SNID11, FI-Infra sob gestão da Suno Asset, manteve a distribuição de R$ 0,11 por cota nos meses de fevereiro, março e abril, o que representa um dividend yield anualizado próximo de 14%, superando a Selic e o CDI acumulados em 12 meses.
Segundo o analista Rodrigo Weinberg apresentou em live no canal da gestora, o desempenho está atrelado a uma estratégia de giro parcial da carteira, com foco em ativos mais rentáveis e de maior duration, sem alterar o perfil de risco do fundo.
As vendas envolveram, principalmente, ativos como Brisanet, Usina São Manoel e Águas do Rio, em operações que Weinberg classificou como “assertivas”. “Geramos um spread positivo ao trocar ativos com menor prêmio por outros com retorno maior e mesma classificação de crédito, o que elevou o spread da carteira”, comentou o analista
Na outra ponta, entre os novos investimentos, ele destacou ativos como Ciclus, C3E Geração e Rodovias do Café. “São debêntures que ainda têm muito a maturar e, por terem uma duration elevada, podem proporcionar retornos relevantes ao fundo com o tempo”, disse Weinberg. Ele acrescenta que esse tipo de ativo, por ter vencimentos muito longos, tende a ficar fora do radar de fundos abertos, que têm passivos mais curtos. “É aí que os fundos como o SNID11 encontram oportunidades.”
SNEL11 dispara em liquidez após aquisições e atrai atenção do mercado
O fundo imobiliário SNEL11, gerido pela Suno Asset, registrou nesta semana sua maior liquidez do ano, com R$ 1,3 milhão negociados em um único pregão. Na visão da gestora, o volume reflete a resposta clara do mercado à movimentação ativa do fundo nos últimos meses, com a aquisição de cinco usinas solares operacionais, totalizando R$ 123 milhões, e a captação de R$ 166,3 milhões em sua terceira emissão de cotas.
Desde o anúncio das aquisições, a liquidez do SNEL11 vem subindo de forma consistente. Para analistas e investidores institucionais, o aumento no volume negociado é um sinal de que a tese do fundo — infraestrutura energética com foco em geração distribuída solar — vem ganhando tração e despertando maior interesse, inclusive entre players que antes não olhavam para o setor.
As novas usinas do portfólio estão localizadas em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro, e ampliam a capacidade instalada do portfólio de 39 MWp para 63 MWp. Todas são ativos operacionais, com contratos ativos, o que reforça a estratégia do fundo de privilegiar previsibilidade de caixa e baixo risco de implantação.
“O investidor brasileiro está cada vez mais atento à qualidade dos fluxos de caixa e à previsibilidade dos dividendos. E mais do que isso: sentimos que os investidores estão preocupados não só com a rentabilidade, mas também com o impacto daquele investimento”, afirma Vitor Duarte, CIO da Suno Asset. Segundo ele, há um cenário de interesse crescente por produtos que combinem sustentabilidade, diversificação e baixa volatilidade nos rendimentos, fatores nos quais o SNEL11 se encaixa.