XPML11, OUJP11, SNFZ11 e risco de tributação estão entre destaques do Bom Dia FIIs (20/1)
XPML11 anunciou dividendos para pagamento nesta semana; OUJP11 e SNFZ11 divulgaram relatório com dados de dezembro.
Os fundos imobiliários XPML11 e OUJP11 e o Fiagro SNFZ11 estão entre os destaques do mercado nesta segunda-feira (20), dia em que o mercado deve continuar discutindo a possibilidade de tributação dos FIIs e Fiagros como fornecedores de serviços, após o veto do presidente Lula ao artigo de regulamentação da reforma tributária que previa a isenção dos fundos de investimento.
A medida, anunciada após o fechamento do mercado na quinta-feira (16), derrubou o IFIX, que fechou em 3.041,67 pontos na sexta-feira (17), queda de 1,38% em relação à véspera. A cotação despencou desde a abertura, batendo na mínima de 3.028,60 pontos por volta das 11h, o que seria um recuo de 1,80% na comparação com o resultado de quinta.
Depois, o índice de FIIs se recuperou e oscilou durante todo o dia em torno dos 3.040 pontos até o fechamento. Com quatro quedas em cinco dias, o acumulado da semana foi negativo, em 1,14%. A única alta foi na quarta-feira, de 0,83%, num dia marcado por pagamento de dividendos por mais de 100 FIIs e, de acordo com especialistas, por muitos reinvestimentos.
Apesar do impacto negativo, o veto não deve afetar o mercado de FIIs no curto prazo, já que a reforma tributária só entra em vigor em 2026 e só vai funcionar integralmente em 2033. Além disso, o Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial quando se encerrar o recesso parlamentar, no começo de fevereiro.
Caso o veto seja mantido, especialistas apontam que os dividendos de FIIs e Fiagros podem ser impactados à medida em que a tributação for imposta, uma vez que a margem de lucro será reduzida e, consequentemente, o valor a ser distribuído aos cotistas. Outro risco é o aumento da pressão inflacionária, uma vez que os fundos podem repassar o novo custo aos locatários ou exigir spreads maiores para a aquisição de CRIs.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
OUJP11 fecha 2024 com maior distribuição de dividendos dos últimos 17 meses
O fundo imobiliário OUJP11 divulgou seus resultados referentes ao mês de dezembro, anotando o maior rendimento dos últimos 17 meses. O FII distribuiu R$ 1,24 por cota, pago no último dia 15. O dividend yield mensal foi de 1,67%, enquanto o anualizado foi de 20,1%, com base na cota de mercado.
O OUJP11 utilizou parte das suas reservas para compor a distribuição do mês, uma vez que o resultado foi de R$ 0,81 por cota. Assim, a reserva agora está em R$ 0,35 por cota. Nos últimos doze meses, o retorno total do fundo OUJP11 foi de 10,15%, superando o CDI, que foi de 9,12% (líquido de 15% de IR) e o IMA-B 5, que registrou 6,51%.
No mês, o FII recebeu juros e amortização do CRI Arquiplan, o equivalente a R$ 0,2341 por cota. Além disso, realizou novas aquisições de CRIs, no total de R$ 14,4 milhões. O OUJP11 apresenta uma alocação predominante em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com 84% de seu patrimônio líquido.
Avanços em infraestrutura de fazenda impulsionam perspectivas do SNFZ11
A Fazenda Coliseu, principal ativo do Fiagro SNFZ11, segue registrando avanços em infraestrutura, com destaque para melhorias na logística regional e investimentos em energia e segurança, segundo relatório do fundo
Localizada em Gaúcha do Norte (MT), a fazenda está estrategicamente posicionada em uma área que se beneficia de obras como a pavimentação da BR-242 e o avanço da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que conectará Goiás a Água Boa ( MT). Esses projetos são fundamentais para escoamento de grãos e devem impactar positivamente o valor do ativo, aponta a Suno Asset, gestora do Fiagro.
Além disso, a implantação de um sistema de irrigação, financiado com parte dos recursos do CRA Jequitibá, promete aumentar a produtividade da fazenda. Atualmente, o CRA apresenta uma remuneração de CDI + 4% e está 100% adimplente.
O sistema poderá elevar significativamente a produção, gerando impacto direto na receita do fundo, com aumento do número de sacas pagas no arrendamento, caso a produtividade supere 60 sacas por hectare.
BRCO11 mantém vacância zerada e anuncia lucro de R$ 11,7 milhões
O fundo imobiliário BRCO11 obteve em dezembro um resultado líquido de R$ 11,754 milhões, valor inferior aos R$ 15,445 milhões registrados em novembro. Esse lucro foi impulsionado por uma receita de R$ 17,71 milhões, enquanto as despesas somaram R$ 5,956 milhões.
Como reflexo desse resultado, o BRCO11 distribuiu dividendos que totalizaram R$ 13,837 milhões, ou R$ 0,87 por cota. Essa distribuição manteve-se estável pelo 12º mês consecutivo.
O BRCO11 adota uma gestão ativa e concentra seus investimentos no setor logístico, contando com um portfólio de 12 propriedades. Esse conjunto de imóveis totaliza uma área bruta locável (ABL) de 472 mil metros quadrados, com um potencial adicional de expansão de 7%.
XPML11 e ALZR11 anunciam pagamento de dividendos
O fundo imobiliário XPML11 divulgou uma nova distribuição de dividendos, no valor de R$ 0,92 por cota, repetido pela gestão pelo nono mês consecutivo. O valor acumulado nos últimos 12 meses é de R$ 10,99 por cota. Com isso, o dividend yield anualizado do XPML11 é de 11,25%, considerando o valor de fechamento em 30 de dezembro, de R$ 97,67.
Já o fundo imobiliário ALZR11 divulgou o valor de R$ 0,8055 por cota, patamar mantido pelo segundo mês consecutivo. No acumulado dos últimos 12 meses, os dividendos pagos pelo fundo somaram R$ 9,164437 por cota, um dividend yield anualizado de 9,09%, considerado o fechamento na virada do ano, no preço de R$ 100,77.
Assim como o XPML11, o ALZR11 fará o pagamento na próxima sexta-feira, dia 24 de janeiro, de acordo com o número de cotas detidas pelo investidor no fechamento do pregão da última sexta, dia 17.