FIIs de papel, VRTM11 e JSAF11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (25/6)
FIIs de papel aproveitam cenário positivo com alta da Selic; VRTM11 e JSAF11 divulgam relatórios detalhados de atividade.


Os fundos imobiliários VRTM11 e JSAF11 e uma análise do atual cenário para os FIIs de papel estão entre os destaques desta quarta-feira (25), dia em que o mercado tenta consolidar a reação iniciada na terça-feira (24), pregão em que o IFIX voltou a subir após dois dias de queda.

O índice de FIIs fechou em 3.434,16 pontos, alta de 0,13% em relação ao resultado da véspera, depois de operar em patamar positivo durante praticamente todo o pregão, à exceção de um repique de queda no começo da tarde — curiosamente, no momento em que o Ibovespa atingia sua máxima do dia.
Rapidamente, no entanto, o IFIX voltou ao patamar positivo, oscilando perto da máxima obtida pela manhã. O mercado pareceu reagiu de forma relativamente tranquila à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada antes da abertura das negociações, e já começa a se posicionar para o último dia do mês, na próxima segunda-feira (30).
Como de costume, o pregão será marcado pela Data Com de mais de 150 FIIs, momento que costuma trazer impacto positivo para o IFIX. A dúvida é se essa recuperação acontecerá novamente e será capaz de tornar positivo o resultado do mês, que segue negativo em 0,80% — esse indicador, porém, já chegou a 2,04% no dia 12 de junho.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
JSAF11 tem resultado de R$ 7,22 milhões e performance acima do IFIX
O fundo imobiliário JSAF11 reportou um resultado de R$ 7,22 milhões em maio. No período, o fundo apresentou um retorno consolidado de 1,33%, somando valorização patrimonial e dividendos distribuídos — desempenho que supera o IFIX em 0,79 ponto percentual no acumulado do ano.
O fundo anunciou a distribuição de R$ 0,091 por cota, com pagamento agendado para o décimo dia útil de junho. O valor representa um dividend yield de 1,13% no mês, ou 13,6% ao ano, isento de Imposto de Renda para pessoas físicas. O cálculo considera o preço de fechamento da cota em maio, de R$ 8,03.
Segundo a equipe da Safra Asset, gestora do JSAF11, nos meses anteriores, boas oportunidades em fundos imobiliários com foco em ganho de capital, levaram a um aumento de aproximadamente 4% na alocação desses ativos. A gestão também ampliou a exposição em FIIs de CRI, aproveitando as altas taxas implícitas e descontos no mercado secundário.
VRTM11 tem resultado de R$ 4,03 mi e paga dividendos de 130% do CDI
O fundo imobiliário VRTM11 apresentou um resultado de R$ 4,03 milhões em maio, segundo seu relatório gerencial. Com isso, distribuiu R$ 0,09 por cota em dividendos no mês, o que representa um dividend yield de 1,26%, equivalente a cerca de 130% do CDI — considerando o “gross-up” de 15% referente à isenção fiscal.
O FII, com gestão da Fator, encerrou o período com R$ 23,4 milhões em caixa. Além disso, mantém uma reserva de R$ 0,028 por cota para suportar obrigações futuras. A cota foi negociada a R$ 7,16 no fechamento de maio, enquanto o P/VP ficou em 0,77x no mês anterior, indicando desconto em relação ao valor patrimonial.
O mês foi marcado por movimentações relevantes na carteira de imóveis e de fundos imobiliários (FIIs) da gestão, além de uma reavaliação estratégica dos ativos em busca de maior retorno real.
É oficial: CVM divulga ata que libera recompra de cotas dos FIIs e Fiagros
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou a ata da reunião em que aprovou que os fundos imobiliários e Fiagros possam realizar a recompra das cotas, assim como acontece com as empresas, que podem recomprar as próprias ações como forma de geração de valor para os investidores. De acordo com a ata, a realização dessas operações está condicionada ao cumprimento de determinados requisitos.
Em geral, empresas costumam recomprar suas ações quando os papéis estão muito descontados, em relação ao valor patrimonial ou quando contam com uma geração de caixa excessiva, sem previsão de novos investimentos, e pretendem tornar mais agressiva a distribuição de dividendos.
A Genial Investimentos acredita que a recompra de cotas por FIIs será favorável ao mercado. “A prática representa um avanço relevante para os segmentos de fundos imobiliários e do agronegócio”. Porém, alerta que a medida deve ser vista com cuidado em relação aos fundos imobiliários de tijolo, especialmente em momentos de que o cenário é de alta de juros pela frente.
FIIs de papel vivem momento positivo: o que esperar daqui para a frente?
Os fundos imobiliários de papel — que investem em crédito imobiliário — estão passando por uma valorização na bolsa de valores. Além de dividendos maiores em 2025, os investidores demonstram estar animados com o segmento. O último levantamento do iTrix mostrou que os fundos de papel estão superando alguns segmentos de tijolo nos últimos 12 meses, mostrando a resiliência desses FIIs.
“A distribuição dos FIIs de papel costuma ter correção monetária de forma mais recorrente, uma vez que possuem aplicações em títulos de Renda Fixa e com taxas mais atrativas para esse momento de mercado com taxas de juros mais altas”, comenta Vinícius Araújo, do RI da TRX e responsável pelo TRXF11 e TRXY11.
Porém, o valor dos FIIs de papel negociados em bolsa, em sua grande maioria, ainda estão abaixo dos seus valores patrimoniais. Segundo o gestor Guilherme Antunes, isso não pode desanimar os investidores, pois eles precisam pensar nos dividendos do futuro e não do passado e ao escolher fundos com desconto de melhor qualidade terão ótimos rendimentos.