CPTS11 cai à mínima do ano depois de convocar AGE para mudança de regulamento
Gestão quer transformar o CPTS11 num hedge fund, ou FII multiestratégia, com liberdade para ampliar o escopo de ativos permitidos.
O fundo imobiliário CPTS11 fechou em sua cotação mínima do ano no pregão de FIIs desta segunda-feira (28), a R$ 7,24, com queda de 3,85% em relação ao resultado de sexta-feira (25), depois de convocar os investidores para uma assembleia geral extraordinária (AGE) em que pede a mudança de regulamento do fundo.
O convite foi feito antes da abertura do mercado, e os pedidos feitos pela gestão dizem respeito à mudança da tese de investimentos do fundo, que deseja atuar como um FII multiestratégia, ou hedge fund, aumentando o escopo de ativos ligados ao mercado imobiliário que podem ser negociados.
No último relatório gerencial, divulgado na semana passada, a Capitania, gestora do CPTS11, já havia informado que faria a convocação da AGE diante do interesse de alterar o regulamento e dar mais margem de atuação.
“A proposta visa transformar o CPTS11 em um hedge fund, permitindo maior flexibilidade na gestão para gerar alpha por meio de estratégias diversificadas, adequadas a diferentes momentos dos ciclos imobiliários. Pretendemos modernizar o fundo com essa consulta formal, tornando-o mais eficiente e competitivo no cenário atual”, disse a gestora do relatório.
O mercado, porém, reagiu negativamente à informação e a cotação do CPTS11 rapidamente caiu para cerca de R$ 9,35, para depois descer mais um pouco no fim do período de negociações e fechar na mínima do dia. É o valor de mercado mais baixo desde 5 de maio de 2023, quando o fundo fechou em R$ 7,21. E a movimentação foi forte: i fundo teve mais de 4,7 milhões de cotas negociadas, com volume financeiro de R$ 33,948 milhões, quase quatro vezes mais que a média diária em setembro, de R$ 8,5 milhões.
Cotação cpts11
CPTS11: saiba mais sobre o fundo
Com patrimônio líquido de R$ 2,7 bilhões na data-base de 30 de setembro, o equivalente a R$ 8,71 por cota, o fundo imobiliário CPTS11 tem enfrentando instabilidade desde meados de setembro, quando cruzou o patamar de R$ 8 na B3 e não subiu mais acima desse valor.
No último relatório, o FII CPTS11 já informou uma série de movimentações que deixou o portfólio com 69.9% da carteira alocada em CRIs, 29.4% em cotas de outros FIIs e 0.7% em caixa. A carteira de crédito conta com 95,67% em remuneração pelo IPCA, com spread médio de 8.17%, enquanto o restante está atrelado ao CDI, com spread de 2.95%. A carteira tem duration (prazo de vencimento) médio de 4.9 anos.
Os dividendos do CPTS caíram para R$ 0,072 por cota em outubro, ante R$ 0,081 por cota nos meses anteriores, e a gestora afirmou que um dos interesses da AGE é justamente ampliar o guidance de proventos. “Com as mudanças propostas, espera-se um aumento no dividend yield para os cotistas, projetando uma elevação de 10.8% para 12% no primeiro ano”, diz a gestora.
A AGE também deve votar a redução da taxa de administração de 1.05% para 0.90% ao ano, além de isentar a taxa de gestão para alocações em fundos geridos pela Capitania. O prazo para votação vai até 25 de novembro, e os cotistas receberão por e-mail instruções para participar da votação, que exige quórum qualificado, ou seja, que representem 25% das cotas do fundo.